DISCOS
V/A
Box of Dub - Dubstep & Future Dub
· 06 Jun 2007 · 08:00 ·
V/A
Box of Dub - Dubstep & Future Dub
2007
Soul Jazz Records
Sítios oficiais:
- Soul Jazz Records
Box of Dub - Dubstep & Future Dub
2007
Soul Jazz Records
Sítios oficiais:
- Soul Jazz Records
V/A
Box of Dub - Dubstep & Future Dub
2007
Soul Jazz Records
Sítios oficiais:
- Soul Jazz Records
Box of Dub - Dubstep & Future Dub
2007
Soul Jazz Records
Sítios oficiais:
- Soul Jazz Records
A Soul Jazz prova que o dubstep pode ser mais que um mero fenómeno musical espontâneo. E se a estagnação não o condenar de imediato, muita história haverá para contar num futuro próximo.
Não há melómano que não deseje a próxima revolução. Que não deseje a next big thing. É a necessidade da novidade para estimulação do nervo criativo. Ou a extensão do prazer para além da redundância que a vida contemporânea vai trazendo. Um pouco de cor em dias cinzentos. Em tempos de crise conceptual, o arco-Ãris será mais desejado que o pote de ouro no seu extremo. E se a paleta tem andado pouco colorida desde os primeiros dias do milénio, é certo que por entre os revivalismos e a redescoberta dos clássicos intemporais, também haja quem procure novos paradigmas que caracterizem esta década.
E não será por acaso que muita da esperança - perdida recentemente -, tenha sido encontrada nos undergrounds dos subúrbios londrinos. A essência original de quem ainda sente a necessidade de quebrar com a pop estabelecida tem sido uma das regras elementares da música de dança desde os primórdios das raves. Segredos bem guardados e a que poucos terão acesso, os ingredientes que constroem a nova música urbana poderão soar estranhos no inÃcio. Mas o aperfeiçoamento que o tempo oferece torna num ápice o inacessÃvel em acessÃvel. Assim foi com o house, o techno ou o drum n’ bass. E todas essas linguagens estão hoje em dia perfeitamente estabelecidas no universo pop.
Com o dubstep ainda será cedo resumir o lugar que ocupará na história desta década. O seu lento caminhar têm lhe dado uma segura ascensão. Mas será suficiente para uma completa autonomia estética? A julgar pelo contributo que agora a Soul Jazz Records decidiu dar, pode ser que novas atenções sejam atraÃdas e que o impulso que ainda esteja faltar seja dado de forma definitiva - para além de Burial e Memories Of The Future, naturalmente. Apesar da relativa contenção que Box of Dub tem para oferecer, os passos são coerentes.
No espectro poderá haver, como esta caixa sugere quando prefere no subtÃtulo a terminologia Future Dub, laivos de nova experimentação para além da determinada tipologia dubstep. Ou seja, na Soul Jazz não houve a mera tentação de reunir uma mão cheia de temas dubstep de gente já conhecida (Kode 9, Burial, Skream ou Digital Mystikz) e expô-las como sendo a única linha da frente do género, houve, sim, a necessidade de incluir quem por entre a estranha experimentação dub ainda não tenha sido conotada com um rótulo especÃfico. Por entre o que já nos habituamos a ouvir acabamos por encontrar pérolas que soam a novos ensaios estéticos, que devidamente analisados, poderão ser o próximo passo do dubstep.
Bem vistas as coisas, o namoro com esta música não será imediato. Mas uma antologia da Soul Jazz que se digne não deixa por mãos alheias a função didáctica da música que reúne. Os habituais textos são informativos e enquadram o som no tempo. E se com eles apreendemos a origem de tudo, já quem tenha andado atendo à evolução do dubstep em 2006 depressa chegará à conclusão que não há nada verdadeiramente extraordinário nos dois temas de Skream ou Digital Mystikz ou que as incursões de Burial ou Kode 9, apesar de uma maior dinâmica sonora, não vão além do que já conhecÃamos. A descoberta dos ensaios de King Midas Sound, de Sub-Version ou de Tayo revelar-se-ão mais interessantes e estimulantes por aplicarem uma subversão digna dos princÃpios dub e dos roots que Kingston soube oferecer ao mundo. Assim se prova que revolução que a Jamaica nos proporcionou há 30 anos ainda está longe de esgotada. E se assim realmente for, ainda está por escrever o último capitulo desta história.
Rafael SantosE não será por acaso que muita da esperança - perdida recentemente -, tenha sido encontrada nos undergrounds dos subúrbios londrinos. A essência original de quem ainda sente a necessidade de quebrar com a pop estabelecida tem sido uma das regras elementares da música de dança desde os primórdios das raves. Segredos bem guardados e a que poucos terão acesso, os ingredientes que constroem a nova música urbana poderão soar estranhos no inÃcio. Mas o aperfeiçoamento que o tempo oferece torna num ápice o inacessÃvel em acessÃvel. Assim foi com o house, o techno ou o drum n’ bass. E todas essas linguagens estão hoje em dia perfeitamente estabelecidas no universo pop.
Com o dubstep ainda será cedo resumir o lugar que ocupará na história desta década. O seu lento caminhar têm lhe dado uma segura ascensão. Mas será suficiente para uma completa autonomia estética? A julgar pelo contributo que agora a Soul Jazz Records decidiu dar, pode ser que novas atenções sejam atraÃdas e que o impulso que ainda esteja faltar seja dado de forma definitiva - para além de Burial e Memories Of The Future, naturalmente. Apesar da relativa contenção que Box of Dub tem para oferecer, os passos são coerentes.
No espectro poderá haver, como esta caixa sugere quando prefere no subtÃtulo a terminologia Future Dub, laivos de nova experimentação para além da determinada tipologia dubstep. Ou seja, na Soul Jazz não houve a mera tentação de reunir uma mão cheia de temas dubstep de gente já conhecida (Kode 9, Burial, Skream ou Digital Mystikz) e expô-las como sendo a única linha da frente do género, houve, sim, a necessidade de incluir quem por entre a estranha experimentação dub ainda não tenha sido conotada com um rótulo especÃfico. Por entre o que já nos habituamos a ouvir acabamos por encontrar pérolas que soam a novos ensaios estéticos, que devidamente analisados, poderão ser o próximo passo do dubstep.
Bem vistas as coisas, o namoro com esta música não será imediato. Mas uma antologia da Soul Jazz que se digne não deixa por mãos alheias a função didáctica da música que reúne. Os habituais textos são informativos e enquadram o som no tempo. E se com eles apreendemos a origem de tudo, já quem tenha andado atendo à evolução do dubstep em 2006 depressa chegará à conclusão que não há nada verdadeiramente extraordinário nos dois temas de Skream ou Digital Mystikz ou que as incursões de Burial ou Kode 9, apesar de uma maior dinâmica sonora, não vão além do que já conhecÃamos. A descoberta dos ensaios de King Midas Sound, de Sub-Version ou de Tayo revelar-se-ão mais interessantes e estimulantes por aplicarem uma subversão digna dos princÃpios dub e dos roots que Kingston soube oferecer ao mundo. Assim se prova que revolução que a Jamaica nos proporcionou há 30 anos ainda está longe de esgotada. E se assim realmente for, ainda está por escrever o último capitulo desta história.
r_b_santos_world@hotmail.com
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