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Love of Diagrams
Love of Diagrams EP
· 03 Jun 2007 · 08:00 ·
Love of Diagrams
Love of Diagrams EP
2007
Matador / Popstock
Sítios oficiais:
- Love of Diagrams
- Matador
- Popstock
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Trio australiano revela primeiros sintomas internacionais em EP surpreendentemente sincero e manifestamente hormonal.
O EP que internacionaliza os Love of Diagrams, além da Austrália natal, não concorda tão obviamente quanto se julgaria com o que lhe antecipa o grafismo directamente recuperado aos sete polegadas das lendárias labels Factory e Rough Trade. Apesar de suspeitos de sinalizarem um pós-punk feminino quaisquer tons cor-de-rosa aplicados como código visual de grandes indústrias, o rosa puro que alterna com a cor negra em EP estabelece ponte geracional. Até certo ponto, mais contribui para frisar que a tal cor, ao servir de moldura ao aspecto amazónico da foto nudista na frente de Cut das pioneiras Slits, não poderia ter sido mais provocadora na angariação de militantes para o motim estridente que lideraram as Bikini Kill e Bratmobile ao reclamarem o rock até Olympia, em Washington, onde era perfeitamente viável serem as miúdas a gerirem o seu próprio meio artístico. EP encontra-se muito mais perto dessa Olympia, contagiada a partir de sete polegadas da Kill Rock Stars e periféricas labels de menor porte, do que propriamente do pós-punk que lhe apregoam.
Além de que seleccionar o formato EP para um primeiro lançamento na respeitosa Matador evidencia alguma vontade de manter o secretismo próprio da banda que segue de mão em mão, e ouvido em ouvido, sob a forma de um curto disco de vinil. Assinale-se positivamente a postura da Matador ao evitar anunciar os Love of Diagrams como os próximos intocáveis do rock – insuflação que normalmente dita o fim prematuro a dezenas de bandas incapazes de superar um primeiro disco estrategicamente promovido a partir dos iniciais surtos de simpatia potencialmente expansível.
EP, tal como o novo longa-duração Mosaic a que sucede em jeito de apresentação, comprova sustentadamente que a Matador não forma catálogo com discos febrilmente efémeros. Com a soma de duas das faixas incluídas em Mosaic, “Pace or the Patience” e “The Pyramid”, uma mais feroz “Cool” colhida ao vivo por um gravador de duas pistas e “No Way Out”, em representação do que de mais emblemático tem para oferecer a banda de Melbourne, obtém-se amostra suficiente à dedução de que os Love of Diagrams dedicam tanto suor à aditiva engrenagem rítmica como ao esgravatar de vias alternativas para, quando tudo aparenta alguns sintomas de implosão, optarem por atribuir nova direcção ao baixo que varia sem provocar ruptura, tal como se sucede em “Pace or the Patience” – tema que nem um refrão militar consegue amortizar a sacanice do duelo vocal entre os sexos representados por Antonia Sellbach (também baixo) e Luke Horton (desenfreado guitarrista). No seu aparente desleixo garage de meia bola e força, os Love of Diagrams revelam-se tão versatilmente dicotómicos quanto basta a um punk hormonal sem pretensões técnicas de maior, mas suficientemente sincero para merecer uma escuta vigilante.
Miguel ArsénioAlém de que seleccionar o formato EP para um primeiro lançamento na respeitosa Matador evidencia alguma vontade de manter o secretismo próprio da banda que segue de mão em mão, e ouvido em ouvido, sob a forma de um curto disco de vinil. Assinale-se positivamente a postura da Matador ao evitar anunciar os Love of Diagrams como os próximos intocáveis do rock – insuflação que normalmente dita o fim prematuro a dezenas de bandas incapazes de superar um primeiro disco estrategicamente promovido a partir dos iniciais surtos de simpatia potencialmente expansível.
EP, tal como o novo longa-duração Mosaic a que sucede em jeito de apresentação, comprova sustentadamente que a Matador não forma catálogo com discos febrilmente efémeros. Com a soma de duas das faixas incluídas em Mosaic, “Pace or the Patience” e “The Pyramid”, uma mais feroz “Cool” colhida ao vivo por um gravador de duas pistas e “No Way Out”, em representação do que de mais emblemático tem para oferecer a banda de Melbourne, obtém-se amostra suficiente à dedução de que os Love of Diagrams dedicam tanto suor à aditiva engrenagem rítmica como ao esgravatar de vias alternativas para, quando tudo aparenta alguns sintomas de implosão, optarem por atribuir nova direcção ao baixo que varia sem provocar ruptura, tal como se sucede em “Pace or the Patience” – tema que nem um refrão militar consegue amortizar a sacanice do duelo vocal entre os sexos representados por Antonia Sellbach (também baixo) e Luke Horton (desenfreado guitarrista). No seu aparente desleixo garage de meia bola e força, os Love of Diagrams revelam-se tão versatilmente dicotómicos quanto basta a um punk hormonal sem pretensões técnicas de maior, mas suficientemente sincero para merecer uma escuta vigilante.
migarsenio@yahoo.com
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