DISCOS
Lisa Gerrard
The Best of Lisa Gerrard
· 25 Mai 2007 · 08:00 ·

Lisa Gerrard
The Best of Lisa Gerrard
2007
4AD / Popstock Portugal!
Sítios oficiais:
- Lisa Gerrard
- 4AD
- Popstock Portugal!
The Best of Lisa Gerrard
2007
4AD / Popstock Portugal!
Sítios oficiais:
- Lisa Gerrard
- 4AD
- Popstock Portugal!

Lisa Gerrard
The Best of Lisa Gerrard
2007
4AD / Popstock Portugal!
Sítios oficiais:
- Lisa Gerrard
- 4AD
- Popstock Portugal!
The Best of Lisa Gerrard
2007
4AD / Popstock Portugal!
Sítios oficiais:
- Lisa Gerrard
- 4AD
- Popstock Portugal!
Momentos mais memoráveis de bandas-sonoras (verdadeiras e falsas) procuram revelar quão determinante foi a metade feminina dos Dead Can Dance.
Talvez por, enquanto metade dos Dead Can Dance, ter sido responsável directa por uma das mais distintas entidades musicais dos últimos vinte e cinco anos, Lisa Gerrard não deve (e nem sequer merece) que o activo que mantém intermitentemente em nome próprio seja abalado pelo mau gosto e gaffes de alguns dos filmes a que tem cedido as suas composições globais, grandiosas e quase sempre potencialmente clássicas. A vontade do realizador Ridley Scott filmar, perto do final do muito rentável O Gladiador, os dedos de Russel Crowe sobre o trigo com o mais pretensioso dos aspectos solenes, não impede que “The Wheat”, recuperado ao galardoado filme e incorporado nesta retrospectiva, seja absolutamente eficaz na voz abafada entre lábios cerrados e no seu pouco acentuado crescendo de ressonância. A beleza que gera na sua música Lisa Gerrard é, desde há muito, imune às aplicações menos certeiras que foi merecendo.
Para mais facilmente entender o que vale Lisa Gerrard e a síntese que efectua a partir dos mais variados ângulos étnicos (quase sempre mais obscuros), o melhor mesmo será referir o nome aos que almejam à sua maturidade para os mais diversos efeitos. Os pretendentes são muitos: Enya e derivados, mais de metade dos publicitários empenhados em transmitir a sensação de candura e leveza, os compositores de música para cerimónias de abertura e encerramento de eventos desportivos ambiciosamente grandiosos e globais. Lisa Gerrard não só inspira os movimentos a grande parte dos referidos, como também dispõe de um alcance vocálico que a salienta enquanto porta-voz das majestosas memórias indeterminadas que parece invocar na sua música.
É compreensiva amostra das qualidades mais celebradas a Lisa Gerrard um Best Of cujo núcleo, mesmo assim, é extraído a alguns dos mais significantes momentos dos Dead Can Dance - “Sanvean” surge numa versão ao vivo, enquanto que a agudamente dramática “The Host of Seraphim” representa o ponto alto The Serpent’s Egg. “Cantara”, também dos Dead Can Dance, assemelha-se, de forma curiosa, ao clássico "Lullaby", que compôs Krzysztof Komeda para o filme Rosemary’s Baby, aqui levada a verter numa cascata, transformando uma canção de embalar exorcista num apelo a união tribal. Brendan Perry, a outra metade dos Dead Can Dance, encontra-se muito presente também, portanto. Apesar disso, o disco terá sido preparado com vista a uma digressão a solo que conduziu a diva da 4AD no anterior mês de Abril.
A compilação dos melhores momentos de Lisa Gerrard reformula o que merece já ser dado adquirido e imutável: a metade feminina dos Dead Can Dance ocupa um lugar cimeiro entre as figuras musicais que de forma mais lúcida e inspirada quebraram a barreira entre o filme escutado e o visionado, valendo-se para o efeito de linguagens étnicas combinadas num esperanto clássico à maneira dos Dead Can Dance. É perfeitamente natural que uma label, em que é tão habitual o lançamento de falsas bandas-sonoras, proporcione um disco que recapitule pontos altos das verdadeiras e de outros que podiam logicamente sê-lo também.
Miguel ArsénioPara mais facilmente entender o que vale Lisa Gerrard e a síntese que efectua a partir dos mais variados ângulos étnicos (quase sempre mais obscuros), o melhor mesmo será referir o nome aos que almejam à sua maturidade para os mais diversos efeitos. Os pretendentes são muitos: Enya e derivados, mais de metade dos publicitários empenhados em transmitir a sensação de candura e leveza, os compositores de música para cerimónias de abertura e encerramento de eventos desportivos ambiciosamente grandiosos e globais. Lisa Gerrard não só inspira os movimentos a grande parte dos referidos, como também dispõe de um alcance vocálico que a salienta enquanto porta-voz das majestosas memórias indeterminadas que parece invocar na sua música.
É compreensiva amostra das qualidades mais celebradas a Lisa Gerrard um Best Of cujo núcleo, mesmo assim, é extraído a alguns dos mais significantes momentos dos Dead Can Dance - “Sanvean” surge numa versão ao vivo, enquanto que a agudamente dramática “The Host of Seraphim” representa o ponto alto The Serpent’s Egg. “Cantara”, também dos Dead Can Dance, assemelha-se, de forma curiosa, ao clássico "Lullaby", que compôs Krzysztof Komeda para o filme Rosemary’s Baby, aqui levada a verter numa cascata, transformando uma canção de embalar exorcista num apelo a união tribal. Brendan Perry, a outra metade dos Dead Can Dance, encontra-se muito presente também, portanto. Apesar disso, o disco terá sido preparado com vista a uma digressão a solo que conduziu a diva da 4AD no anterior mês de Abril.
A compilação dos melhores momentos de Lisa Gerrard reformula o que merece já ser dado adquirido e imutável: a metade feminina dos Dead Can Dance ocupa um lugar cimeiro entre as figuras musicais que de forma mais lúcida e inspirada quebraram a barreira entre o filme escutado e o visionado, valendo-se para o efeito de linguagens étnicas combinadas num esperanto clássico à maneira dos Dead Can Dance. É perfeitamente natural que uma label, em que é tão habitual o lançamento de falsas bandas-sonoras, proporcione um disco que recapitule pontos altos das verdadeiras e de outros que podiam logicamente sê-lo também.
migarsenio@yahoo.com
ÚLTIMOS DISCOS


ÚLTIMAS