DISCOS
Fanfarra Recreativa Improvisada Colher de Sopa
Abraço Vivo
· 23 Mai 2007 · 08:00 ·
Fanfarra Recreativa Improvisada Colher de Sopa
Abraço Vivo
2007
Soopa


Sítios oficiais:
- Soopa
Fanfarra Recreativa Improvisada Colher de Sopa
Abraço Vivo
2007
Soopa


Sítios oficiais:
- Soopa
Fanfarra com ligações à Soopa espalha o terror e o amor pelas ruas e casas do Porto. Cambada de F.R.I.C.S.
O Porto que esteve adormecido alguns anos parece estar agora definitivamente a dar ares da sua graça. São muitos os motivos para acreditar que o marasmo começa a desaparecer para dar lugar à arte (apesar de alguns contratempos), à vida nas ruas, para que a beleza da cidade se mostre em todo o seu esplendor. Por mais contrariedades que possam existir num local ou num tempo, existem sempre certas entidades que puxam para cima quando todos puxam para baixo. A Soopa é um colectivo de gente que, nos últimos tempos, tem feito, publicado, organizado e vivido música. Resumindo, tem contribuído para um Porto diferente. O mesmo se pode dizer da Let’s Go to War, editora de CD-R, e da Casa viva, edifício ocupado legalmente e posto ao serviço da cultura e do protesto.

Soopa, Let’s Go to War e Casa Viva. São estas três as entidades portuenses responsáveis por este abraço vivo tão bem representado pelo fantástico artwork que serve este CD-R. Os primeiros deram a mão-de-obra, os segundos a parceria da edição e os terceiros o espaço iluminado. O dia escolhido? 3 de Fevereiro de 2007. Os responsáveis directos? Sr. Almeida no trompete, trombone e assobios, Sr. Costa na bateria, Sr. Fernandes no contrabaixo, Sr. Martins no saxofone, Sr. Ricardo no sintetizador analógico, Sr. Saldanha no bombardino, trombone e harmónicas, Sr. Samuel no violoncelo, Sr. Silva no xilofone e organeta, Sr. Røtko na bateria. Tudo supervisionado por Dr Hostilino, um tele-maestro. São estes os culpados de transformarem a Casa Viva durante mais de 50 minutos num coreto onde uma fanfarra quase familiar – quase – espalhou sonhos de infância e afastou – ou aproximou – pesadelos. Isto porque esta fanfarra é capaz de criar paisagens inocentes num minuto e a seguir explodir em improvisações rasgadas e de grande envergadura. Com lugar a momentos estimulantes.

Depois de ouvir este Abraço Vivo, a estreia dos F.R.I.C.S. faz todo o sentido ao acontecer desta forma: num registo ao vivo. Apesar de algumas limitações sonoras. A mescla de noise (como não), funk (resvala por vezes nesta máquina algum groove deveras apreciável), jazz (aqui e ali), humor (bem patente) e, claro, música de fanfarra (tantos sopros) é suficiente para carimbar neste Abraço Vivo um selo de “Aprovado” e esperar que esta árvore chamada Fanfarra Recreativa Improvisada Colher de Sopa dê mais frutos prontos a colher. Entretanto é possível que os encontrem algures num coreto esquecido, de um qualquer parque igualmente olvidado.
André Gomes
andregomes@bodyspace.net

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