DISCOS
V/A
Declaration Of Fuzz
· 01 Mai 2007 · 08:00 ·
V/A
Declaration Of Fuzz
2006 [Reedição]
Glitterhouse / AnAnAnA


Sítios oficiais:
- Glitterhouse
- AnAnAnA
V/A
Declaration Of Fuzz
2006 [Reedição]
Glitterhouse / AnAnAnA


Sítios oficiais:
- Glitterhouse
- AnAnAnA
Há 20 anos atrás, a editora Glitterhouse dava início ao seu trajecto com a edição de uma compilação de 18 bandas.
Há 20 anos atrás, a editora Glitterhouse dava início ao seu trajecto com a edição de uma compilação de 18 bandas que podiam encaixar no conceito de “rock de garagem”. Hoje, enquanto celebra a sua terceira década de existência, reedita a referida compilação num contexto mediático e de público em que se passaram apenas alguns anos desde que a explosão de visibilidade dos White Stripes virou muitos olhos para Detroit. Alguns terão continuado a olhar e receberão esta compilação de braços abertos. Outros ter-se-ão deslocados para outras paragens. Outros, ainda, sempre olharam e nunca deixarão de olhar. Serão estes últimos o público-alvo, por excelência, de Declaration Of Fuzz

Declaration Of Fuzz coloca desde logo uma dúvida inultrapassável: Onde está o tal fuzz? Mal-habituados por gravações recentes em que o mesmo parece querer saltar das colunas, é com algum desagrado que se constata que, em 1986, a nascente editora não teve forma de conseguir captar essa sonoridade. Assim sendo, as 18 bandas têm que usar outras armas no seu arsenal para conquistarem os ouvintes. E muitas delas têm-no. É a simples, querida e velha melodia.

De muitas origens e influências se traçou o percurso destas 18 bandas vindas maioritariamente dos EUA e Suécia, mas também de Itália, Alemanha, Holanda, Áustria e Escócia. A “British Invasion” de The Who e The Kinks, a caixa de compilação de raridades psicadélicas “Nuggets”, a costa oeste dos Love, o proto-punk dos The Seeds ou Stooges. Nem é preciso alongar esta lista. O texto do livrete assinala com precisão de onde cada banda veio, sem pudores de assinalar influências.

E assim temos 18 canções rudimentares, onde vozes que parecem querer imediatamente chegar a um qualquer palco coabitam com guitarras rudimentares mas suficientes para dar às canções um esqueleto agitado, e muitas vezes com teclados a criarem ambientes quer psicadélicos, quer opressivos. O nível das melodias, versos e refrões, é razoavelmente constante ao longo do álbum para que se torne uma perda de tempo querer destacar este ou aquele nome. Nenhuma banda que aqui esteja se pode considerar um tesouro perdido, nem esta compilação chega ao nível de uma Souljazz. São pouco mais de 50 minutos que passam com agrado, e voltam à obscuridade findo esse tempo. A história do fuzz, essa, continuou paralela.
Nuno Proença
nunoproenca@gmail.com

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