Vivo no Rio de Janeiro há sete anos. Quando me mudei para cá, logo cedo, compreendi que o maior património daqui era o morador: o Carioca. Ele é o “termómetro” mais incrível para se compreender e viver o Rio em sua plenitude. Aqui, todo mundo gosta de falar muito mal da cidade e dos seus, no entanto, será ele próprio o maior defensor disso tudo. Uma saudável dicotomia. Com o tempo, todo turista pega o jeito e passa a usar esse mesmo discurso. Vira uma espécie de código secreto para a boa convivência de todos. Daí, tendo em perspectiva essa noção, aos poucos vão surgindo os arquétipos bem típicos de cariocas. E é aí que você começa a achar os lugares mais legais da cidade para se estar.

O Baixo Botafogo: Grande parte da cena indie do Rio de Janeiro se encontra nos bares e “inferninhos” da região baixa do bairro de Botafogo, na Zona Sul carioca. A turma sempre vai reclamar, dizer que os bares são péssimos, o atendimento é terrível, a região também, no entanto, é lá que a noite todo mundo se encontra para beber, conversar, dançar... O maior “point” da região é a Comuna (Rua Sorocaba, 585), uma espécie de espaço cultural que reúne uma galeria de artes, um lounge/ boate, uma pequena sala de shows, uma lojinha de moda/ design e um restaurante com o melhor hambúrguer gourmet da cidade. Como o lugar não é muito grande e sempre fica bastante cheio, o público fica na porta conversando e bebendo um drink. Do outro lado da rua, fica o Alfa Bar - o típico boteco carioca. E é lá que se pode beber uma cerveja, com mesa na calçada, madrugada a fora e comer um típico PF (refeições básicas como bife, arroz, feijão, farofa e batata frita). Tipicamente carioca: Comuna e Alfa Bar.

Outros locais para ver concertos: Solar de Botafogo (R. Gen. Polidoro, 180 - Botafogo), Circo Voador (Rua Arcos - Lapa, Rio de Janeiro), Oi Futuro Ipanema (Rua Visconde de Pirajá, 54 - Ipanema), Audio Rebel (R. Visconde de Silva, 55 - Botafogo), Espaço Cultural Sérgio Porto (Rua Humaitá, 163), Imperator (R. Dias da Cruz, 170 - Meier), Vivo Rio (Avenida Infante Dom Henrique, 85 - Parque do Flamengo), Teatro Odisséia (Av. Mem de Sá, 66 - Lapa), Clube Democráticos (Rua Riachuelo, 91 - Lapa), Rio Scenarium (R. do Lavradio, 20 - Centro).


O Centro do Rio: O Centro do Rio de Janeiro é uma das partes mais lindas da cidade. Infelizmente, nos finais de semana e a noite, a região é deserta. Sou vegetariano e adoro os restaurantes naturais de lá. Indico um maravilhoso macrobiótico pertinho do Theatro Municipal, na Cinelândia. Associação Macrobiótica (Praça Mahatma Gandhi, 2 sl. 104 - Entrada pela Rua Embaixador Régis de Oliveira, 7), com ótimo e variado cardápio!

Daí, quando for passear no Centro, aproveite para ir aos diversos sebos e livrarias, Centros Culturais e Bibliotecas. Se você escolher o sábado para esta visita, terá a oportunidade de conhecer a Feira de Antiguidades da Praça XV. Lá, você encontrará desde vinis e CDs, até câmeras fotográficas analógicas, prataria e louças, roupas e fantasias, revistas e um variado mundo de coisas antigas. Pertinho da feira fica a loja de discos Arlequim (Praça XV de Novembro, 48, Loja 1). Essa é, junto da Tracks (Praça Santos Dumont, 140 – Baixo Gávea), a melhor loja de CDs e vinis do Rio de Janeiro. Garantia de um belo passeio e de uns reais a menos no bolso.


Praia? As praias do Rio de Janeiro são um mundo a parte. E o mais legal é encontrar o pedacinho de areia que te acomoda melhor. Se você busca badalação, ou esporte, ou calmaria, ou pegação, ou diversão, ou o que quer que seja, as praias cariocas te oferecerão. O legal é ir conhecendo e ver qual você mais gosta.

Eu, desde que conheci a Praia Vermelha no Bairro da Urca, me apaixonei. Sempre que quero um pouco de mar, sol, Pão de Açúcar e Iemanjá é pra lá que eu corro. A praia é tipicamente familiar, cheia de velhinhos e crianças. Com o mar mais calminho, é, segundo o site de balneabilidade do Rio, a única com condições para o banho. E a gente se encontra por lá!