Sonic Blast Moledo 2014
Moledo do Minho
14-15 Ago 2014
DIA 1 |
Moledo há-de ter qualquer coisa de especial se damos por nós a arrancar de Alverca pelas nove horas da manhã, rumo ao festival, e quando chegamos à estação de serviço de Cantanhede já levamos uns quantos avanços de gin no fígado. Sem falar noutras e determinadas substâncias que melhor se conjugam com um festival de stoner, porque ao fim e ao cabo é isso que o cartaz, na sua grande maioria, nos apresenta ano após ano. Em 2014 houve, contudo, outros (bons) momentos que fugiram grosso modo a este estilo - ou, por outras palavras e retraindo a resposta dada ao José Roberto Gomes já a noite ia alta, sim, estou um bocado farto de stoner.
Falemos desses bons momentos, que começam quando se chega à piscina no primeiro dia e os Solar Corona estão prestes a terminar a sua actuação, dando lugar aos espanhóis Acid Mess, cujo originalíssimo nome não engana: rock ácido, claro. Quanto à parte da "confusão", talvez por agora, mas só por agora, se possa conceder que nuestros hermanos deram um concerto agradável, ou pelo menos ajudaram a aquecer um bocadinho a tarde. Mas no que toca a aquecer nada bate o orientalismo da Jibóia, aqui na presença do amigo Ricardo Martins, formando uma espécie de bateria siamesa artificial em que um é humano e o outro um andróide e o resultado é uma ginga corporal à qual é impossível ficar indiferente, ainda que muitos tenham ficado sentados, talvez por vergonha ou estupidez.
Outros bons momentos estavam para vir, alguns nem sequer relacionados com o festival em si, como a francesinha do P'ra Lá Caminha e o golo do miúdo Rúben Neves ao Marítimo. O primeiro acontece quando se chega a meio do concerto dos Bellrays, banda de culto por cá, e encontramos o vozeirão de Lisa Kekaula a indagar se isto a que estamos a assistir é um concerto rock ou não, sendo que somos levados a concordar que sim, claro que o é; garage rock delicioso, acelerado, estonteante, putos e graúdos aos saltos nas filas da frente e cá atrás e a sensação de que se calhar poderíamos ter ignorado a segunda parte do Mágico Porto (uma sensação muuuuuuuuuito ténue, vá). Certamente teriam ganho o primeiro dia não fosse o concerto incrível - mais um... - dos Black Bombaim, a apresentar o novíssimo Far Out com todas as forças e mais algumas, acabando com um nunca antes ouvido (pelo menos por nós) momento thrash que nos soou maravilhosamente no meio de tanta drogaria. Drogaria essa que quase esteve para não acontecer dada a forte presença policial a escassos metros da entrada no recinto, mandando parar automobilistas e transeuntes, e merecendo do doravante conhecido como DJ Tojó o comentário em tom solidário tenham cuidado que tá aí bué de polícia... Os Church Of Misery subiriam depois ao palco, eles que se andaram a passear pela aldeia e pela piscina durante o dia, para um concerto onde o que se reteve foi sobretudo um "obrigado" dito em português e repetido ad nauseam, já que música, para nossa infelicidade, nem vê-la - concerto chato, previsível e sem momentos nenhuns de perigo. E pensar que Houses Of The Unholy é um disco tão do caralho.
Falemos desses bons momentos, que começam quando se chega à piscina no primeiro dia e os Solar Corona estão prestes a terminar a sua actuação, dando lugar aos espanhóis Acid Mess, cujo originalíssimo nome não engana: rock ácido, claro. Quanto à parte da "confusão", talvez por agora, mas só por agora, se possa conceder que nuestros hermanos deram um concerto agradável, ou pelo menos ajudaram a aquecer um bocadinho a tarde. Mas no que toca a aquecer nada bate o orientalismo da Jibóia, aqui na presença do amigo Ricardo Martins, formando uma espécie de bateria siamesa artificial em que um é humano e o outro um andróide e o resultado é uma ginga corporal à qual é impossível ficar indiferente, ainda que muitos tenham ficado sentados, talvez por vergonha ou estupidez.
Outros bons momentos estavam para vir, alguns nem sequer relacionados com o festival em si, como a francesinha do P'ra Lá Caminha e o golo do miúdo Rúben Neves ao Marítimo. O primeiro acontece quando se chega a meio do concerto dos Bellrays, banda de culto por cá, e encontramos o vozeirão de Lisa Kekaula a indagar se isto a que estamos a assistir é um concerto rock ou não, sendo que somos levados a concordar que sim, claro que o é; garage rock delicioso, acelerado, estonteante, putos e graúdos aos saltos nas filas da frente e cá atrás e a sensação de que se calhar poderíamos ter ignorado a segunda parte do Mágico Porto (uma sensação muuuuuuuuuito ténue, vá). Certamente teriam ganho o primeiro dia não fosse o concerto incrível - mais um... - dos Black Bombaim, a apresentar o novíssimo Far Out com todas as forças e mais algumas, acabando com um nunca antes ouvido (pelo menos por nós) momento thrash que nos soou maravilhosamente no meio de tanta drogaria. Drogaria essa que quase esteve para não acontecer dada a forte presença policial a escassos metros da entrada no recinto, mandando parar automobilistas e transeuntes, e merecendo do doravante conhecido como DJ Tojó o comentário em tom solidário tenham cuidado que tá aí bué de polícia... Os Church Of Misery subiriam depois ao palco, eles que se andaram a passear pela aldeia e pela piscina durante o dia, para um concerto onde o que se reteve foi sobretudo um "obrigado" dito em português e repetido ad nauseam, já que música, para nossa infelicidade, nem vê-la - concerto chato, previsível e sem momentos nenhuns de perigo. E pensar que Houses Of The Unholy é um disco tão do caralho.
· 08 Set 2014 · 23:17 ·
Paulo Cecíliopauloandrececilio@gmail.com
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