Milhões de Festa 2013
Barcelos
24-28 Jul 2013
Dia Um

Cantavam os horrendos Papa Topo: el verano ya llegó. Por estes dias em Barcelos não há muito de verão, mas há Milhões de Festa e milhões de mini-festas a acontecer por todos os cantos da cidade minhota, caso por exemplo dos concertos ligados ao Red Bull City Gang, que proporcionaram um pouco de música depois de se ter abandonado a piscina porque os JUBA não davam sinais de vida. Findas as hostilidades por parte dos Okkur e dos Repressão Caótica, é tempo de descer até ao recinto para ver de perto Mikal Cronin, que, aparentemente, fez um disco sobre amores e desamores. O que é sempre bonito.

Antes de Cronin os Papir encheram o recinto de qualquer coisa jammy e psicadélica para o qual não tive pachorra porque primeiro havia que verificar as novas condições da zona de imprensa do Milhões de Festa (tá fixe). No Vice, o norte-americano disse ao público tudo aquilo que eu gostava de dizer a uma mulher, por entre guitarradas grungy e ruído muito que mereceu cada salva de palmas com que foi agraciado. Magnífico concerto naquela que foi a sua estreia, apadrinhado por um grito prematuro de brita! (provavelmente proveniente de alguém que não sabia que os Quelle Dead já haviam tocado), ao qual Mikel Cronin correspondeu com canções e energia. Bonitas canções e pico máximo de energia. Que volte depressa que ainda não ouvi o disco como deve ser.

Se Jacco Gardner foi um pouco choninhas até para donos de editoras em cassete, os Black Bombaim e os La La La Ressonance devolveram um pouco de jarda ao festival, unindo esforços naquele que foi um concerto com os seus bons e médios momentos; entre riqueza soft e caos sonoro, os oito barcelenses estiveram no seu melhor quando enveredaram por terrenos mais barulhentos, sendo que se estava à espera de algo mais libertador - a previsibilidade passou, infelizmente, por boa parte do concerto. No entanto, e apesar do seu final abrupto, aquela última composição não deixou espaço para dúvidas quanto ao poderio que desta colaboração pode advir - há já quem peça a edição em disco. Entretanto, Austra passeia pop chatinha pelo palco principal, destinada a vocalistas de bandas de metal e não gente sem paciência.

Depois do kraut dos Camera, os Ufomammut fecharam o palco principal com muito peso e as canções de Oro, disco duplo editado no ano passado. Após ter perdido a sua passagem pelo Amplifest 2012 (a paixão futebolística falou mais alto nessa noite), não tive outro remédio que não enfiar-me no meio da audiência metaleira bem perto das grades, a tempo de ver um jovem falecer devido a álcool ou outras substâncias, não acreditando de todo que tenha sido por culpa dos italianos - engraçados q.b., mas aborrecidos ao passar a quinta malha. Ainda assim, deu para algum headbanging e corninhos no ar. Ainda haveria Otto Von Schirach e White Haus mas o dia seguinte já chamava.
· 27 Jul 2013 · 00:23 ·
Paulo Cecílio
pauloandrececilio@gmail.com

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