Super Bock em Stock 2010
Lisboa
3-4 Dez 2010
DIA 2 |
Domingo No Quarto
O segundo dia deveria ter arrancado com a actuação de Márcia na estação de metro do Marquês de Pombal mas, como esta se atrasou, fomos directos para o outro projecto da nova geração da música nacional que actuava uns minutos depois, os Domingo No Quarto. O projecto de Mariana Ricardo e Manuel Dordio apresentou na sala 2 do São Jorge as suas revisitações de clássicos do samba, dando nova vida a temas de Zé Keti ("Diz que fui por aí"), Martinho da Vila ("Disritmia"), Paulinho da Viola ("Argumento", versão muito interessante, com a guitarra de Dordio a improvisar às voltas do tema, enquanto a voz de Mariana se mantinha fiel à melodia) ou Cartola (o compositor mais representado). Como novidades, a dupla apresentou neste concerto a convidada Francisca Cortesão (AKA Minta, que na noite anterior também subiu ao palco com B Fachada) e Manuel Dordio aventurou-se pela primeira vez a cantar - pegou num tema popularizado por Jorge Veiga. Na mesma sala actuaria depois o lendário Marcos Valle, lenda da MPB, mas a sobreposição de horários impediu-nos de lá passar. NC
Nuno Prata
Começamos como começámos: com os Ornatos Violeta. Desta feita não em formato cover, mas em formato ex-membro que decidiu aventurar-se a solo. A apresentação de Deve Haver, mais recente trabalho de Nuno Prata, passou pelo Maxime com óptimos resultados; de "Um Dia Não São Dias Não" a "Se Acabou, Acabou" ou "Cala-te E Come", o ainda baixista, acompanhado por bateria e teclados, mostra um vincado sentido pop e uma enorme competência ao vivo. Destaque para "Nada É Tão Mau", que conseguiu arrancar aplausos de um público mais entretido em colocar a conversa em dia que ouvir o concerto em si, e "Alegremente Vamos Cantando E Rindo", espécie de jam Talking Heads. Bonito. PC
Junip
Apresentados como "a banda de José González", os Jupin não são na verdade de mais do que González + banda. Vocalista, guitarrista e figura em destaque, Gonzales, não anda longe daquilo que lhe conhecemos do seu trabalho a solo, indo por um caminho um pouco mais rock (mas não muito, apesar de tudo). A banda acaba de editar Fields, um adiado primeiro disco, e ao vivo na sala principal do São Jorge mostrou a sua folk rendilhada, exposta em bons momentos como "Always" - o aplaudido single. O público ficou convencido e conquistado (com excepção daqueles que não conseguiram entrar devido à lotação da sala). NC
Jono McCleery
Conversa de elevador: "então, os senhores vêm ver quem?" (silêncio) "AHAHA, pagam 40€ e nem sabem quem vêm ver?". Quem dizia que um ascensorista não tem sentido de humor? Não menos verdade que McCleery é ainda um desconhecido do público em geral - mas é dono de uma voz belíssima e autor de canções soul calmas, a meio caminho entre Gil Scott-Heron e José González (que até estava a tocar ali a dois passos). Quem teve a trabalheira de subir até ao terraço do Hotel Tivoli (claramente o recinto de mais difícil acesso) não terá ficado desiludido. E a julgar por "Garden", próximo single a ser editado em Fevereiro, não ficaremos desiludidos com ele em 2011. PC
Janelle Monáe
Já se sabia que era a grande atracção do festival, já se sabia que o disco é incrível e vai trepar os tops, mas não se imaginava que a festa fosse tão grande. Acompanhada por uma verdadeira máquina profissional, a princesa Janelle levou ao Tivoli um fabuloso espectáculo de R&B, soul, funk e groove. As cadeiras só estavam a atrapalhar, durante o concerto ninguém se sentou e o público não hesitou a dançar freneticamente durante aquela hora bem medida de concerto. Não faltaram os temas do disco, mas a cantora também passou por uma bonita versão de "Smile" (original de Chaplin que já viu múltiplas interpretações, até de Michael Jackson), só voz e guitarra. Para o final ficaram guardadas as explosivas "Cold War" e "Tightrope" (nessa altura já perguntávamos, como o outro, "can we get much higher?"), e depois chegou o encore, ainda mais dançante: "Come Alive", com Janelle no meio do povo, final em absoluto êxtase. Parece que depois ainda havia mais qualquer coisa, mas depois de Janelle Monáe mais nada interessava. NC
O segundo dia deveria ter arrancado com a actuação de Márcia na estação de metro do Marquês de Pombal mas, como esta se atrasou, fomos directos para o outro projecto da nova geração da música nacional que actuava uns minutos depois, os Domingo No Quarto. O projecto de Mariana Ricardo e Manuel Dordio apresentou na sala 2 do São Jorge as suas revisitações de clássicos do samba, dando nova vida a temas de Zé Keti ("Diz que fui por aí"), Martinho da Vila ("Disritmia"), Paulinho da Viola ("Argumento", versão muito interessante, com a guitarra de Dordio a improvisar às voltas do tema, enquanto a voz de Mariana se mantinha fiel à melodia) ou Cartola (o compositor mais representado). Como novidades, a dupla apresentou neste concerto a convidada Francisca Cortesão (AKA Minta, que na noite anterior também subiu ao palco com B Fachada) e Manuel Dordio aventurou-se pela primeira vez a cantar - pegou num tema popularizado por Jorge Veiga. Na mesma sala actuaria depois o lendário Marcos Valle, lenda da MPB, mas a sobreposição de horários impediu-nos de lá passar. NC
Domingo no Quarto © Sofia Ferreira |
Nuno Prata
Começamos como começámos: com os Ornatos Violeta. Desta feita não em formato cover, mas em formato ex-membro que decidiu aventurar-se a solo. A apresentação de Deve Haver, mais recente trabalho de Nuno Prata, passou pelo Maxime com óptimos resultados; de "Um Dia Não São Dias Não" a "Se Acabou, Acabou" ou "Cala-te E Come", o ainda baixista, acompanhado por bateria e teclados, mostra um vincado sentido pop e uma enorme competência ao vivo. Destaque para "Nada É Tão Mau", que conseguiu arrancar aplausos de um público mais entretido em colocar a conversa em dia que ouvir o concerto em si, e "Alegremente Vamos Cantando E Rindo", espécie de jam Talking Heads. Bonito. PC
Junip
Apresentados como "a banda de José González", os Jupin não são na verdade de mais do que González + banda. Vocalista, guitarrista e figura em destaque, Gonzales, não anda longe daquilo que lhe conhecemos do seu trabalho a solo, indo por um caminho um pouco mais rock (mas não muito, apesar de tudo). A banda acaba de editar Fields, um adiado primeiro disco, e ao vivo na sala principal do São Jorge mostrou a sua folk rendilhada, exposta em bons momentos como "Always" - o aplaudido single. O público ficou convencido e conquistado (com excepção daqueles que não conseguiram entrar devido à lotação da sala). NC
Junip © Sofia Ferreira |
Jono McCleery
Conversa de elevador: "então, os senhores vêm ver quem?" (silêncio) "AHAHA, pagam 40€ e nem sabem quem vêm ver?". Quem dizia que um ascensorista não tem sentido de humor? Não menos verdade que McCleery é ainda um desconhecido do público em geral - mas é dono de uma voz belíssima e autor de canções soul calmas, a meio caminho entre Gil Scott-Heron e José González (que até estava a tocar ali a dois passos). Quem teve a trabalheira de subir até ao terraço do Hotel Tivoli (claramente o recinto de mais difícil acesso) não terá ficado desiludido. E a julgar por "Garden", próximo single a ser editado em Fevereiro, não ficaremos desiludidos com ele em 2011. PC
Janelle Monáe © Sofia Ferreira |
Janelle Monáe
Já se sabia que era a grande atracção do festival, já se sabia que o disco é incrível e vai trepar os tops, mas não se imaginava que a festa fosse tão grande. Acompanhada por uma verdadeira máquina profissional, a princesa Janelle levou ao Tivoli um fabuloso espectáculo de R&B, soul, funk e groove. As cadeiras só estavam a atrapalhar, durante o concerto ninguém se sentou e o público não hesitou a dançar freneticamente durante aquela hora bem medida de concerto. Não faltaram os temas do disco, mas a cantora também passou por uma bonita versão de "Smile" (original de Chaplin que já viu múltiplas interpretações, até de Michael Jackson), só voz e guitarra. Para o final ficaram guardadas as explosivas "Cold War" e "Tightrope" (nessa altura já perguntávamos, como o outro, "can we get much higher?"), e depois chegou o encore, ainda mais dançante: "Come Alive", com Janelle no meio do povo, final em absoluto êxtase. Parece que depois ainda havia mais qualquer coisa, mas depois de Janelle Monáe mais nada interessava. NC
· 06 Dez 2010 · 21:28 ·
Nuno Catarino e Paulo Cecílio
DIA 2 |
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