Thee Silver Mt. Zion Memorial Orchestra & Tra-La-La Band
Galeria ZDB, Lisboa
30 Out 2008
Lift Your Skinny Fists Like Antennas To Heaven foi um disco que marcou definitivamente uma geração. Nesse magnífico tratado os outrora designados Godspeed You Black Emperor! (entretanto o ! mudou de lugar) mostravam ao mundo que o rock tal como o conhecíamos entrava em estado comatoso. Poderemos agora entender esse disco como uma pública extrema-unção, uma grandiosa despedida quase imbuída de religiosidade, que reencaminhou alguns dos fiéis para um novo culto. Os Mt. Zion, derivação que mantém na essência o espírito gybe!ano, vêm prolongando até aos dias de hoje essa crença espiritual sob a forma de guitarras ambiciosas, cordas reluzentes e extraordinária negritude.
Na Galeria ZDB o concerto alcançou a previsível dimensão épica. Efrim Menuck é o sábio agitador que conduz o rebanho em direcção à inevitável tempestade sónica. Essa caminhada não é feita, no entanto, por um caminho claro e aberto. O guitarrista/vocalista conduz a banda e discípulos (e foram muitos, a lotação do aquário da Rua da Barroca estava no limite) por entre uma floresta de trevas, impondo durante essa longa caminhada um sentimento de inquietante perturbação sobre o rebanho seguidor.
A exponenciar a evolução sonora de cada tema, os violinos de Jessica Moss e Sophie Trudeau entrelaçavam-se no som que ia ganhando cada vez mais estrutura à medida que a bateria se transformava em paredão rítmico. E foi nesses momentos de frenética elevação que a música alcançou o seu pico, culminando num alto grau de partilha, evidente na forma como o conjunto de cabeças se pôs a abanar de modo uniforme – talvez seja aqui que faça sentido falar na dimensão religiosa desta música.
De “13 Blues for Thirteen Moons” (tema escolhido para a abertura, do disco homónimo deste ano) até “There Is a Light” (o final luminoso), a banda confirmou que na transposição dos discos para o “ao vivo” a música não fica a perder. Pelo meio da música, nas introduções aos temas, Menuck revelou um extraordinário talento para a stand-up comedy – já estava na altura de se criar uma petição “Efrim Menuck no Saturday Night Live, já!”. Desta vez o som da ZDB esteve em bom nível, ou seja, à altura da ocasião, e a banda voltou ainda para um encore - “Microphones In the Trees”, despedida que os crentes terão entendido na forma de comunhão.
Na Galeria ZDB o concerto alcançou a previsível dimensão épica. Efrim Menuck é o sábio agitador que conduz o rebanho em direcção à inevitável tempestade sónica. Essa caminhada não é feita, no entanto, por um caminho claro e aberto. O guitarrista/vocalista conduz a banda e discípulos (e foram muitos, a lotação do aquário da Rua da Barroca estava no limite) por entre uma floresta de trevas, impondo durante essa longa caminhada um sentimento de inquietante perturbação sobre o rebanho seguidor.
A exponenciar a evolução sonora de cada tema, os violinos de Jessica Moss e Sophie Trudeau entrelaçavam-se no som que ia ganhando cada vez mais estrutura à medida que a bateria se transformava em paredão rítmico. E foi nesses momentos de frenética elevação que a música alcançou o seu pico, culminando num alto grau de partilha, evidente na forma como o conjunto de cabeças se pôs a abanar de modo uniforme – talvez seja aqui que faça sentido falar na dimensão religiosa desta música.
De “13 Blues for Thirteen Moons” (tema escolhido para a abertura, do disco homónimo deste ano) até “There Is a Light” (o final luminoso), a banda confirmou que na transposição dos discos para o “ao vivo” a música não fica a perder. Pelo meio da música, nas introduções aos temas, Menuck revelou um extraordinário talento para a stand-up comedy – já estava na altura de se criar uma petição “Efrim Menuck no Saturday Night Live, já!”. Desta vez o som da ZDB esteve em bom nível, ou seja, à altura da ocasião, e a banda voltou ainda para um encore - “Microphones In the Trees”, despedida que os crentes terão entendido na forma de comunhão.
· 02 Nov 2008 · 20:13 ·
Nuno Catarinonunocatarino@gmail.com
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