DISCOS
O. Lamm
Monolith
· 09 Jan 2007 · 08:00 ·
O. Lamm
Monolith
2006
Active Suspension
Sítios oficiais:
- O. Lamm
- Active Suspension
Monolith
2006
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Com a frontalidade inesperada da testa de Zidane, chega de França um dos mais avassaladores tratados de electrónica ludicamente contagiosa da presente década.
Contagem de casualidades clínicas entre personagens Manga ao som de Monolith: 46
Despachem-se desde já as formalidades: O. Lamm é francês e orgulhosamente anónimo – concede entrevistas pouco detalhadas quanto à sua identidade e é habitualmente fotografado com metade do rosto oculto. Impressos no passaporte musical, os carimbos de dois discos que lhe terão merecido reputação útil à angariação de um cosmopolita elenco de luxo integrado, como ouro sobre azul, no animado terror digital de Monolith. A saber, sacrificam-se à centrifugação, em glitch e beats aos milhares, as vozes de Yoshimi Tomida (Lullatone), Midori Hironi (talento oriundo da label Noble) e Momus, que, muito provavelmente, será o mais nipónico dos ocidentais (e adorado por isso). Mas não bastam ser ilustres os intervenientes se não suarem Monolith com a inspiração armazenada. Disco simpático, não? Muito mais que isso. Adiante.
Contagem de casualidades clínicas entre personagens Manga ao som de Monolith: 293
Como se possuído pelo diabo exibicionista que normalmente ocupa a alma de Shitmat ou Kid 606, O. Lamm exibe a sua artilharia de breaks com a urgência de um lutador Mortal Kombat com dois minutos à disposição da sua arte marcial (Sub-Zero desesperado pela oportunidade de aliviar a sua gélida bexiga, por exemplo). Mas não é só de breaks que se faz um disco triunfante - quem dera ao recém-assumido burguesismo de Jay-Z deitar mãos ao loop de cordas ( aa aa aa-b-c-a) que, a custo, tenta exorcizar a maciçamente brilhante “The Macguffin” de um fragmentado histerismo TATU. Sem misericórdia ou intervalo para recuperação de equilíbrio vertical, “Open Malice” invoca, ao Konki Duet, os préstimos de Zoé Wolf, para coroar uma sobrepovoada ilha de delírio onde coabitam electro maquiavélico, techno alcalino e um loop industrial, que, por si só, revoluciona a postura a manter face a um disco que, à partida, pareceria muito mais inofensivo. Redondo engano.
Contagem de casualidades clínicas entre personagens Manga ao som de Monolith: 511
O peito de Bulma explode violentamente. Coraçãozinho de Satan sorve o sangue projectado sobre o seu rosto como se fosse geleia de morango. Tartaruga Genial renega ao luto com um head spin acelerado pelo flow de Momus em “Syllabus of Errors”. O. Lamm vence o dia. Este e todos os próximos.
Contagem de casualidades clínicas entre personagens Manga ao som de Monolith: 978
Nem tão pouco importa que o naturalismo filtrado pela placa sonora de um Gameboy – tal como se escuta em “Silviphoebia” - venha, a certa altura, suavizar a gravidade do Armagedão pixelado. Monolith necessitara apenas dos 20 minutos antecedentes a esse abrandamento para, com uma versatilidade a todos os níveis surpreendente, ditar que o novo terrorismo digital pode ser executado a partir de um laptop fabricado, em parceria, pela Chicco e Lego. Algures, treme de medo o macaco do vídeo “Sexy Boy” dos compatriotas Air (isto se não tremerem também eles quando comparados com O. Lamm).
Contagem de casualidades clínicas entre personagens Manga ao som de Monolith: 1540 (encontram-se extintos os universos Dragon Ball, Sailor Moon R, Evangelion (como anular o apocalipse com o apocalipse?),Conan, o Rapaz do Futuro, entre tantos outros)
Odeio ter de admiti-lo, mas torna-se inevitável sob a influência prolongada de Monolith: desde Plugs Plus dos Dat Politics que não era tamanha a vontade de ser um panda imbecil movido a pilhas.
Miguel ArsénioDespachem-se desde já as formalidades: O. Lamm é francês e orgulhosamente anónimo – concede entrevistas pouco detalhadas quanto à sua identidade e é habitualmente fotografado com metade do rosto oculto. Impressos no passaporte musical, os carimbos de dois discos que lhe terão merecido reputação útil à angariação de um cosmopolita elenco de luxo integrado, como ouro sobre azul, no animado terror digital de Monolith. A saber, sacrificam-se à centrifugação, em glitch e beats aos milhares, as vozes de Yoshimi Tomida (Lullatone), Midori Hironi (talento oriundo da label Noble) e Momus, que, muito provavelmente, será o mais nipónico dos ocidentais (e adorado por isso). Mas não bastam ser ilustres os intervenientes se não suarem Monolith com a inspiração armazenada. Disco simpático, não? Muito mais que isso. Adiante.
Contagem de casualidades clínicas entre personagens Manga ao som de Monolith: 293
Como se possuído pelo diabo exibicionista que normalmente ocupa a alma de Shitmat ou Kid 606, O. Lamm exibe a sua artilharia de breaks com a urgência de um lutador Mortal Kombat com dois minutos à disposição da sua arte marcial (Sub-Zero desesperado pela oportunidade de aliviar a sua gélida bexiga, por exemplo). Mas não é só de breaks que se faz um disco triunfante - quem dera ao recém-assumido burguesismo de Jay-Z deitar mãos ao loop de cordas ( aa aa aa-b-c-a) que, a custo, tenta exorcizar a maciçamente brilhante “The Macguffin” de um fragmentado histerismo TATU. Sem misericórdia ou intervalo para recuperação de equilíbrio vertical, “Open Malice” invoca, ao Konki Duet, os préstimos de Zoé Wolf, para coroar uma sobrepovoada ilha de delírio onde coabitam electro maquiavélico, techno alcalino e um loop industrial, que, por si só, revoluciona a postura a manter face a um disco que, à partida, pareceria muito mais inofensivo. Redondo engano.
Contagem de casualidades clínicas entre personagens Manga ao som de Monolith: 511
O peito de Bulma explode violentamente. Coraçãozinho de Satan sorve o sangue projectado sobre o seu rosto como se fosse geleia de morango. Tartaruga Genial renega ao luto com um head spin acelerado pelo flow de Momus em “Syllabus of Errors”. O. Lamm vence o dia. Este e todos os próximos.
Contagem de casualidades clínicas entre personagens Manga ao som de Monolith: 978
Nem tão pouco importa que o naturalismo filtrado pela placa sonora de um Gameboy – tal como se escuta em “Silviphoebia” - venha, a certa altura, suavizar a gravidade do Armagedão pixelado. Monolith necessitara apenas dos 20 minutos antecedentes a esse abrandamento para, com uma versatilidade a todos os níveis surpreendente, ditar que o novo terrorismo digital pode ser executado a partir de um laptop fabricado, em parceria, pela Chicco e Lego. Algures, treme de medo o macaco do vídeo “Sexy Boy” dos compatriotas Air (isto se não tremerem também eles quando comparados com O. Lamm).
Contagem de casualidades clínicas entre personagens Manga ao som de Monolith: 1540 (encontram-se extintos os universos Dragon Ball, Sailor Moon R, Evangelion (como anular o apocalipse com o apocalipse?),Conan, o Rapaz do Futuro, entre tantos outros)
Odeio ter de admiti-lo, mas torna-se inevitável sob a influência prolongada de Monolith: desde Plugs Plus dos Dat Politics que não era tamanha a vontade de ser um panda imbecil movido a pilhas.
migarsenio@yahoo.com
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