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Warpaint
Warpaint
· 12 Fev 2014 · 16:12 ·
Warpaint
Warpaint
2014
Rough Trade
Sítios oficiais:
- Warpaint
- Rough Trade
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2014
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- Warpaint
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Quem gosta, merece.
Não é difícil perceber o apelo das Warpaint. Basta colar-se-lhes um rótulo artsy para tornar tudo melhor e dizer à boca cheia que o quarteto está a "reinventar a pop", frases banais e desprovidas de significado que, na sua génese, querem apenas dizer "estão a imitar uma série de gente que veio antes delas". Neste caso, as linhas de baixo dos Joy Division (como é que é possível que o legado do Control já dure há sete anos, perguntamos) e os ritmos trip-hop que estavam tão bem retidos e esquecidos na década de noventa sem que as Warpaint fossem lá escarafunchar. Deus nos salve.
Mas Deus não existe, e é por isso que temos de levar com um novo disco de Warpaint. Se em The Fool, de 2010, eram simplesmente chatinhas (pós-punk inconsequente com uma guitarra agradável aqui e ali mas nada que merecesse elogios, rasgados ou não) no seu disco homónimo são sobretudo ofensivas. Ofensivas, porque acham do alto do seu juízo que estão a fazer uma grande coisa ao juntar doze canções atrozes numa só rodela, doze canções minimais sem recheio nenhum, como comer pão de hamburguer sem nada lá dentro. Ofensivas, porque muito provavelmente acham que a forma como cantam é "sofrida" e não apenas "irritante que dói", seguras que estão de toda a estética deprê. Ofensivas porque "Disco//Very", não fora o facto de poder arrancar sonoras gargalhadas a quem quer que partilhe o ódio por estas moçoilas, seria mais do que motivo para, num acto tresloucado, sair à rua com uma caçadeira de canos serrados e disparar contra tudo o que mexesse, fosse humano ou animal - sabendo de antemão que nenhum juiz nos condenaria. Insanidade temporária, ora pois.
Os fãs, que são imensos porque em Portugal partilhamos todos o mesmo gosto pela depressão (e, porque não dizê-lo, pela banalidade), irão defendê-las com unhas e dentes, que é essencialmente a única coisa que lhes resta enquanto trauteiam a estupidez lírica de "Love Is To Die" como se estivéssemos perante a nova Sylvia Plath. Em relação à música, teriam melhor sorte a defendê-las em 1994. Mas como hoje em dia ninguém quer saber do futuro, podem sempre fazer de conta que esses vinte anos nunca se passaram e que os Portishead são a melhor banda da actualidade. Aos demais, evoca-se o enorme Miguel Esteves Cardoso na altura de dar a nota: um balde de bosta, pura e simplesmente.
Paulo CecÃlioMas Deus não existe, e é por isso que temos de levar com um novo disco de Warpaint. Se em The Fool, de 2010, eram simplesmente chatinhas (pós-punk inconsequente com uma guitarra agradável aqui e ali mas nada que merecesse elogios, rasgados ou não) no seu disco homónimo são sobretudo ofensivas. Ofensivas, porque acham do alto do seu juízo que estão a fazer uma grande coisa ao juntar doze canções atrozes numa só rodela, doze canções minimais sem recheio nenhum, como comer pão de hamburguer sem nada lá dentro. Ofensivas, porque muito provavelmente acham que a forma como cantam é "sofrida" e não apenas "irritante que dói", seguras que estão de toda a estética deprê. Ofensivas porque "Disco//Very", não fora o facto de poder arrancar sonoras gargalhadas a quem quer que partilhe o ódio por estas moçoilas, seria mais do que motivo para, num acto tresloucado, sair à rua com uma caçadeira de canos serrados e disparar contra tudo o que mexesse, fosse humano ou animal - sabendo de antemão que nenhum juiz nos condenaria. Insanidade temporária, ora pois.
Os fãs, que são imensos porque em Portugal partilhamos todos o mesmo gosto pela depressão (e, porque não dizê-lo, pela banalidade), irão defendê-las com unhas e dentes, que é essencialmente a única coisa que lhes resta enquanto trauteiam a estupidez lírica de "Love Is To Die" como se estivéssemos perante a nova Sylvia Plath. Em relação à música, teriam melhor sorte a defendê-las em 1994. Mas como hoje em dia ninguém quer saber do futuro, podem sempre fazer de conta que esses vinte anos nunca se passaram e que os Portishead são a melhor banda da actualidade. Aos demais, evoca-se o enorme Miguel Esteves Cardoso na altura de dar a nota: um balde de bosta, pura e simplesmente.
pauloandrececilio@gmail.com
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