Se por um lado damos graças à internet por ter proporcionado a disseminação de milhares de projectos musicais caseiros por esse mundo fora, por outro criticamo-la pelo mesmo motivo. Porque não distingue o trigo do joio. Porque não existe tempo para os conferir a todos (sabemos lá nós, pobres melómanos, o que andamos a perder!). Porque muitos desses projectos têm nomes absolutamente idiotas. É o caso de Vampire Slayer, que pelo menos parece assumi-lo ao intitular o álbum de Dumb Death. O que o safa é que o que nos oferece, piratas - podem sacar o disco de borla no seu bandcamp - é minimamente interessante.

"Interessante", sim, mas nenhum outro adjectivo se colará a esta experiência electrónica. Há beats hip-hop que se cruzam com sintetizadores retro, traços chiptune que chocam em breakbeats aqui e ali e até uma incursão ocasional pelo dubstep. Uma mistura de géneros que é tão apanágio dos dias que correm. É "interessante", mas não temos aqui pontos verdadeiramente altos, aquele puxão que nos leve a ouvi-lo vezes sem conta, ainda que as duas ou três audições que porventura lhe possamos dar em 2012 sejam assaz agradáveis.

Torna-se assim difícil destacar o que seja, senão recomendar aos curiosos a sua audição por inteiro. Não que isso roube tempo ao apressado ouvinte moderno - esses discos que interessam *mesmo* continuarão a estar nos mediafires desta vida, não se preocupem. Dumb Death tem menos de meia-hora. E, quem sabe, pode ser que nele encontrem o puxão que por aqui se não notou. "4" e o fascínio pelas potencialidades do Game Boy andou lá perto, bem como "Bathroom Melody" que é um bom final de disco, mas tudo o resto desagua num simples "eh, é fixe". Para conferir, ou não.