DISCOS
The Weeknd / Frank Ocean
House of Balloons / Nostalgia, Ultra
· 20 Abr 2011 · 10:06 ·
The Weeknd / Frank Ocean
House of Balloons / Nostalgia, Ultra
2011
Edição de Autor / Odd Future
House of Balloons / Nostalgia, Ultra
2011
Edição de Autor / Odd Future
The Weeknd / Frank Ocean
House of Balloons / Nostalgia, Ultra
2011
Edição de Autor / Odd Future
House of Balloons / Nostalgia, Ultra
2011
Edição de Autor / Odd Future
O futuro do R&B ou um quase-nada sem futuro?
De um lado, o conservadorismo quase trve kvlt de alguma franja crítica arrogante incapaz de aceitar a relativa displicência com que é tratado o R&B em muita da imprensa, em detrimento de sonoridades mais “subversivas” (como se isso fosse garantia de relevância per se). Do outro, a intelligentsia indie a apregoar a salvação desse mesmo género pela via de um subterfúgio (aparentemente) pouco preocupado com o reconhecimento popular. Como se essa suposta genuinidade musical, pela intransigência, não pedisse meças à escrita de uma canção. Um confronto que poderia ser saudável numa argumentação crítica coerente que não se assemelhasse a uma comparação de pilas, em que a única solução passa por tomar partidos. Um “vocês não percebem o que é o R&B” versus “eu não gosto nada de R&B, mas os Weeknd são bué inovadores” que apenas reinventa a roda e é, em suma, infantil e tacanho.
Se a ideia de um melómano deixa no ar uma noção de inocuidade e posicionamento estético demasiado branda para não irritar, a criação de nichos descontinuados continua a ser uma opção terminantemente vazia na sua recusa pelo óbvio. Algo para qual o ouvinte mais casual se está a cagar, e com a sua razão. Existem montes de merdas mais importante para com o qual se preocupar do que música que, por muito que gostássemos, não vai propriamente salvar vidas. E daí.... No entanto, pode-se afirmar, com toda a certeza, que tanto House of Balloons como Nostalgia, Ultra não vão mudar a vida de ninguém. Nem vêm mudar nada.
Quanto muito, podem vir a acender uma questão em torno da percepção do objecto musical e o modo como três ou quatro premissas base servem para vender/publicitar esse produto. O que terá o seu interesse para quem tiver paciência ou tempo para se debruçar sobre essas particularidades. Tanto burburinho por tão pouco é apenas ruído. E no final, ganha o axioma publicitário de que “fale-se bem ou mal, o que interessa é que se fale”. A chillwave continuará a ser a ser irrelevante e o R&B continuará, para o bem ou para o mal a encarar os seus falhanços e sucessos imune a tudo isso. Longe vão os tempos do Timbaland nas páginas da Wire.
No fundo, foi mais um desvio a uma linha de pensamento que tem vindo a tomar forma discreta em alguns sites mais indie-friendly. Impulsionado pela glorificação do fracasso comercial da Cassie (ou, de modo menos presente da Teedra Moses) pelas gentes da Triangle Records e posterior reaproveitamento residual do post-dubstep e afins, e continuado em referências incompreensíveis por alguém como How To Dress Well e Gayngs. Que se fale, então. Enquanto isso, o The Dream lá vai habitando um limbo de modo consistentemente bom (apesar da love trilogy ter sido em sentido descendente de qualidade) e não será pela atenção dos media (que, na verdade, estão longe de originar os milhões necessários) a esses nomes que a Tweet irá ou não lançar um novo disco.
House of Balloons tem sido o grande responsável por todo este burburinho. Alimentado por discursos inflamados em blogues e forums que ora proclamam estarmos perante o futuro do R&B ou que se trata uma afronta ao género, esta estreia dos misteriosos Weeknd está a anos-luz de ser alguma dessas coisas. Trata-se de uma zona cinzenta (termo bastante apropriado à tonalidade do disco) que parece ter caído no goto de muita gente alheada do R&B devido ao modo enevoado (novamente, um termo adequado) como tem apresentado a sua visão do género. Mais intrigante é o facto de se tratar de um disco de slow jams, que tendencialmente serão aquilo que mais afasta as pessoas de “gosto sofisticado” de uma música enfática na ressonância emocional (por oposição ao beat efusivo de uma “1 Thing”).
A emoção em House of Balloons surge associada a estados narcóticos, envolta numa manta de reverb que confere a tudo um sentimento de letargia de final de noite. É neste ponto que House of Balloons revela a sua maior virtude, capaz de conseguir nessa suspensão nocturna um ambiente denso que nunca sobrepõe a auto-indulgência a um uso inventivo de texturas lo-fi suficientemente eficazes para se fazerem valer. Com uma voz que, sem surpreender, consegue flutuar sobre o minimalismo harmónico com segurança, sem nunca se dar a acessos histriónicos, nem ceder à paleta monocromática de sons. É um eco da própria música.
O que acaba por assegurar uma coerência interna que torna quase indistinguíveis os temas entre si. Até porque House of Balloons não tem propriamente canções. Com a criação de ambientes a sobrepor-se à escrita a expor de modo clarividente as falhas dos Weeknd, num campeonato onde a capacidade de gerar ganchos é uma fórmula ganhadora. Fica-se por um sonambulismo minimamente interessante, que tem na escolha de samplar indie darlings como os Beach House em “The Party and the After Party” um trunfo vestigial de “bom gosto” e em “House of Balloons / Glass Table Girls” o paradigma daquilo que de mais vital se encontra no disco. Com a voz a aproximar-se, estranhamente a alguns devaneios do Serani, e numa tendência mais upbeat que consegue fazer dos Siouxsie & the Banshees algo aceitável.
Tudo isto acaba por ir de encontro ao conceito de uma banda que privilegia o anonimato e escreve sobre o lado mais feio da foda ou da sua incapacidade numa toada de desencanto generalizado. Música de rosto fechado, como a capa desde logo insinua, a meter-se num género que privilegia tanto o arsenal sónico como a persona que lhe dá voz. Pelo caminho, deixa cair o reaproveitamento popular lúdico dos Hype Williams (a bruma comum, apenas) e revela-se incapaz de se elevar na sua seriedade, num plano onde canções como “Drunk” da Tweet, “Go Shawty” das Electrik Red ou “Door Bell” do Trey Songz caminham de modo notável. Sem querer entrar pelo discurso estafado da inutilidade de criar algo que já tenha sido bem feito. Antes, uma comparação natural.
Não sendo comparáveis a nível formal, tanto House of Balloons como a estreia do Frank Ocean acabam por se encontrar num mesmo contínuo cinzento que surge à margem do mainstream. Desde logo, ambos se tratam de mixtapes de download gratuito, numa manobra que o Hip-Hop e o R&B (mesmo nomes com vivência major como a Keke Palmer) têm vindo a utilizar cada vez mais frequentemente. Depois, numa conjectura que faz de um discurso politicamente incorrecto e de referências indie o seu statement. O que, no caso do Frank Ocean acaba por fazer tanto sentido quando se sabe que o gajo anda a gravar com a Beyoncé. Talvez tenha sido a edição pelos enfant terribles da Odd Future a despoletar tudo isto.
Nostalgia, Ultra é, antes de mais um disco bastante despretensioso que, em sentido adverso aos Weeknd, projecta a personalidade do seu autor nos moldes tradicionais daquilo que é uma mixtape. Ou seja, com Frank a cantar as suas ordinarices sobre malhas existentes, deixando à voz o papel de protagonista para tudo isto. Se escolhas como os Coldplay (inexplicavelmente, um fascínio para tanto rapper/produtor) os MGMT ou “Hotel California” se revelam tiros ao lado enquanto backing tracks, a verdade é que o principal problema de Nostalgia, Ultra é mesmo a voz anónima de Frank Ocean. Minimamente agradável e capaz de alguns ganchos vocais interessantes, mas sem uma característica distintiva capaz de projectar de modo mais evidente essa mesma personalidade.
Apesar dessa lacuna, transparece um à vontade que acaba por não desvirtuar os bons momentos de Nostalgia, Ultra. “Novacane” é uma canção vaporosa na onda das produções do The Dream/Tricky Stewart com uma dinâmica moody a servir de cama à primeira referência a Wide Eyes Shut do Kubrik (“Lovecrimes” sampla mesmo um diálogo do filme) e à profusão de fuck's. A neurose de uma relação que constitui o cerne para o discurso cáustico de Ocean, em réplica ao supracitado filme-apatia. Diálogo que assume proporções hilariantes/idiotas num interlúdio que se limita a umas “bitches” a questionarem ”what is a radiohead anyway?” com “Optimistic” em fundo. A revelação da displicência.
Ao longo do álbum, a produção anda algures entre as texturas da já referida dupla e da maior rarefacção de um Ryan Leslie, funcionando como os momentos mais memoráveis de um disco desequilibrado que contrapõe boas malhas como “We All Try” ou “Dust” com as pretensões IDM vazias de “Ther Will Be Tears”. Um disco inconclusivo como seria de esperar de uma mixtape de estreia, mas que cumpre o seu papel de chamariz para Frank Ocean, apanhando o bandwagon bem sucedido do Odd Future sem esvaziar a sua estética. Contas feitas, é a meia dúzia de produções próprias aquilo que acaba por lhe assegurar o mínimo de premência.
Concluindo, dois discos medianos (House of Balloons revela-se superior na sua coerência) e, saltando a carga lírica enviesada, bem comportados cujos propósitos claros servem para exemplificar como o marketing pode ser uma ciência tão exacta quanto intrigante. No final, o ruído originado parece superar-se à música em si, o que numa era de inimigos virtuais acaba por ser revelador do quão irrelevante tudo isto irá ser no futuro. Não há trincheiras, apenas uma projecção mental para quem se dispõe a tal. Que não irá acabar como Demolition Man quando a sapiência redneck de John Spartan soluciona o caos vigente dizendo : ”Why don't you get a little dirtier? And you a lot cleaner? And somewhere in the middle...I don't know, you'll figure it out.”. Nunca se sabe, até porque o Schwarzenegger chegou mesmo a Senador. Entretanto, temos sempre a “Crazy in Love” para a comunhão.
Bruno SilvaSe a ideia de um melómano deixa no ar uma noção de inocuidade e posicionamento estético demasiado branda para não irritar, a criação de nichos descontinuados continua a ser uma opção terminantemente vazia na sua recusa pelo óbvio. Algo para qual o ouvinte mais casual se está a cagar, e com a sua razão. Existem montes de merdas mais importante para com o qual se preocupar do que música que, por muito que gostássemos, não vai propriamente salvar vidas. E daí.... No entanto, pode-se afirmar, com toda a certeza, que tanto House of Balloons como Nostalgia, Ultra não vão mudar a vida de ninguém. Nem vêm mudar nada.
Quanto muito, podem vir a acender uma questão em torno da percepção do objecto musical e o modo como três ou quatro premissas base servem para vender/publicitar esse produto. O que terá o seu interesse para quem tiver paciência ou tempo para se debruçar sobre essas particularidades. Tanto burburinho por tão pouco é apenas ruído. E no final, ganha o axioma publicitário de que “fale-se bem ou mal, o que interessa é que se fale”. A chillwave continuará a ser a ser irrelevante e o R&B continuará, para o bem ou para o mal a encarar os seus falhanços e sucessos imune a tudo isso. Longe vão os tempos do Timbaland nas páginas da Wire.
No fundo, foi mais um desvio a uma linha de pensamento que tem vindo a tomar forma discreta em alguns sites mais indie-friendly. Impulsionado pela glorificação do fracasso comercial da Cassie (ou, de modo menos presente da Teedra Moses) pelas gentes da Triangle Records e posterior reaproveitamento residual do post-dubstep e afins, e continuado em referências incompreensíveis por alguém como How To Dress Well e Gayngs. Que se fale, então. Enquanto isso, o The Dream lá vai habitando um limbo de modo consistentemente bom (apesar da love trilogy ter sido em sentido descendente de qualidade) e não será pela atenção dos media (que, na verdade, estão longe de originar os milhões necessários) a esses nomes que a Tweet irá ou não lançar um novo disco.
House of Balloons tem sido o grande responsável por todo este burburinho. Alimentado por discursos inflamados em blogues e forums que ora proclamam estarmos perante o futuro do R&B ou que se trata uma afronta ao género, esta estreia dos misteriosos Weeknd está a anos-luz de ser alguma dessas coisas. Trata-se de uma zona cinzenta (termo bastante apropriado à tonalidade do disco) que parece ter caído no goto de muita gente alheada do R&B devido ao modo enevoado (novamente, um termo adequado) como tem apresentado a sua visão do género. Mais intrigante é o facto de se tratar de um disco de slow jams, que tendencialmente serão aquilo que mais afasta as pessoas de “gosto sofisticado” de uma música enfática na ressonância emocional (por oposição ao beat efusivo de uma “1 Thing”).
A emoção em House of Balloons surge associada a estados narcóticos, envolta numa manta de reverb que confere a tudo um sentimento de letargia de final de noite. É neste ponto que House of Balloons revela a sua maior virtude, capaz de conseguir nessa suspensão nocturna um ambiente denso que nunca sobrepõe a auto-indulgência a um uso inventivo de texturas lo-fi suficientemente eficazes para se fazerem valer. Com uma voz que, sem surpreender, consegue flutuar sobre o minimalismo harmónico com segurança, sem nunca se dar a acessos histriónicos, nem ceder à paleta monocromática de sons. É um eco da própria música.
O que acaba por assegurar uma coerência interna que torna quase indistinguíveis os temas entre si. Até porque House of Balloons não tem propriamente canções. Com a criação de ambientes a sobrepor-se à escrita a expor de modo clarividente as falhas dos Weeknd, num campeonato onde a capacidade de gerar ganchos é uma fórmula ganhadora. Fica-se por um sonambulismo minimamente interessante, que tem na escolha de samplar indie darlings como os Beach House em “The Party and the After Party” um trunfo vestigial de “bom gosto” e em “House of Balloons / Glass Table Girls” o paradigma daquilo que de mais vital se encontra no disco. Com a voz a aproximar-se, estranhamente a alguns devaneios do Serani, e numa tendência mais upbeat que consegue fazer dos Siouxsie & the Banshees algo aceitável.
Tudo isto acaba por ir de encontro ao conceito de uma banda que privilegia o anonimato e escreve sobre o lado mais feio da foda ou da sua incapacidade numa toada de desencanto generalizado. Música de rosto fechado, como a capa desde logo insinua, a meter-se num género que privilegia tanto o arsenal sónico como a persona que lhe dá voz. Pelo caminho, deixa cair o reaproveitamento popular lúdico dos Hype Williams (a bruma comum, apenas) e revela-se incapaz de se elevar na sua seriedade, num plano onde canções como “Drunk” da Tweet, “Go Shawty” das Electrik Red ou “Door Bell” do Trey Songz caminham de modo notável. Sem querer entrar pelo discurso estafado da inutilidade de criar algo que já tenha sido bem feito. Antes, uma comparação natural.
Não sendo comparáveis a nível formal, tanto House of Balloons como a estreia do Frank Ocean acabam por se encontrar num mesmo contínuo cinzento que surge à margem do mainstream. Desde logo, ambos se tratam de mixtapes de download gratuito, numa manobra que o Hip-Hop e o R&B (mesmo nomes com vivência major como a Keke Palmer) têm vindo a utilizar cada vez mais frequentemente. Depois, numa conjectura que faz de um discurso politicamente incorrecto e de referências indie o seu statement. O que, no caso do Frank Ocean acaba por fazer tanto sentido quando se sabe que o gajo anda a gravar com a Beyoncé. Talvez tenha sido a edição pelos enfant terribles da Odd Future a despoletar tudo isto.
Nostalgia, Ultra é, antes de mais um disco bastante despretensioso que, em sentido adverso aos Weeknd, projecta a personalidade do seu autor nos moldes tradicionais daquilo que é uma mixtape. Ou seja, com Frank a cantar as suas ordinarices sobre malhas existentes, deixando à voz o papel de protagonista para tudo isto. Se escolhas como os Coldplay (inexplicavelmente, um fascínio para tanto rapper/produtor) os MGMT ou “Hotel California” se revelam tiros ao lado enquanto backing tracks, a verdade é que o principal problema de Nostalgia, Ultra é mesmo a voz anónima de Frank Ocean. Minimamente agradável e capaz de alguns ganchos vocais interessantes, mas sem uma característica distintiva capaz de projectar de modo mais evidente essa mesma personalidade.
Apesar dessa lacuna, transparece um à vontade que acaba por não desvirtuar os bons momentos de Nostalgia, Ultra. “Novacane” é uma canção vaporosa na onda das produções do The Dream/Tricky Stewart com uma dinâmica moody a servir de cama à primeira referência a Wide Eyes Shut do Kubrik (“Lovecrimes” sampla mesmo um diálogo do filme) e à profusão de fuck's. A neurose de uma relação que constitui o cerne para o discurso cáustico de Ocean, em réplica ao supracitado filme-apatia. Diálogo que assume proporções hilariantes/idiotas num interlúdio que se limita a umas “bitches” a questionarem ”what is a radiohead anyway?” com “Optimistic” em fundo. A revelação da displicência.
Ao longo do álbum, a produção anda algures entre as texturas da já referida dupla e da maior rarefacção de um Ryan Leslie, funcionando como os momentos mais memoráveis de um disco desequilibrado que contrapõe boas malhas como “We All Try” ou “Dust” com as pretensões IDM vazias de “Ther Will Be Tears”. Um disco inconclusivo como seria de esperar de uma mixtape de estreia, mas que cumpre o seu papel de chamariz para Frank Ocean, apanhando o bandwagon bem sucedido do Odd Future sem esvaziar a sua estética. Contas feitas, é a meia dúzia de produções próprias aquilo que acaba por lhe assegurar o mínimo de premência.
Concluindo, dois discos medianos (House of Balloons revela-se superior na sua coerência) e, saltando a carga lírica enviesada, bem comportados cujos propósitos claros servem para exemplificar como o marketing pode ser uma ciência tão exacta quanto intrigante. No final, o ruído originado parece superar-se à música em si, o que numa era de inimigos virtuais acaba por ser revelador do quão irrelevante tudo isto irá ser no futuro. Não há trincheiras, apenas uma projecção mental para quem se dispõe a tal. Que não irá acabar como Demolition Man quando a sapiência redneck de John Spartan soluciona o caos vigente dizendo : ”Why don't you get a little dirtier? And you a lot cleaner? And somewhere in the middle...I don't know, you'll figure it out.”. Nunca se sabe, até porque o Schwarzenegger chegou mesmo a Senador. Entretanto, temos sempre a “Crazy in Love” para a comunhão.
celasdeathsquad@gmail.com
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