DISCOS
Freeform
Condensed (Finest Filets 1995-2002)
· 21 Jul 2003 · 08:00 ·

Freeform
Condensed (Finest Filets 1995-2002)
2003
Nonplace
Sítios oficiais:
- Freeform
- Nonplace
Condensed (Finest Filets 1995-2002)
2003
Nonplace
Sítios oficiais:
- Freeform
- Nonplace

Freeform
Condensed (Finest Filets 1995-2002)
2003
Nonplace
Sítios oficiais:
- Freeform
- Nonplace
Condensed (Finest Filets 1995-2002)
2003
Nonplace
Sítios oficiais:
- Freeform
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Apesar destes Finest Filets não estarem por nenhuma ordem cronológica, parece haver na lógica intrÃnseca à mistura de Burnt Friedman uma passagem muito subtil dos primeiros manifestos de Simon Pyke para uma realização destes através de sons mais tangÃveis e menos sintéticos, numa materialização das suas pesquisas sonoras a que não escapam o dub ou as viagens à China e ao Vietname, em que recolheu matéria-prima (em forma de sons e fotografias) que se converteu em algo que foge ao establishment electrónico: um encontro entre a música tradicional (e field recordings) e o techno de raÃzes skamianas, através de jogos de relações de instrumentos acústicos e máquinas, ou seja, do orgânico e do artificial. Sem funcionar como paradigma da sua música, este enorme território que Pyke explora (do Soho aos confins da China) representa uma abertura de espÃrito que não deixa de ser assinalável. No entanto, mesmo com esse território o tratamento dado à s músicas (leia-se estilo) acaba por não parecer muito diferente desde "Ect" (dos primórdios de Freeform, ou seja, de 1995, e que parece sem dúvida uma inspiração para outro projecto electrónico - Bola) até "Phu Qouc" e "Lijanc" (de "Audiotourism", de 2001), conquanto os samples sejam cada vez mais recortados e fragmentados.
Numa primeira fase a viver da contemplação épica e sombria (de que "Pattern Tub", de 98, será criação maior), as criações de Pike assumem batidas microscópicas e próximas do anti-groove em "Me Shape" (1999) e "Green Park" (2000), agora com a influência das experimentações rÃtmicas dos pater familias Autechre a revelar-se verdadeiramente numa soma de sons desconstruÃdos que são a marca do seu trabalho - como contornos, estruturas prévias à espera de serem preenchidas com o sumo das melodias, muitas vezes a roçar o minimalismo e construÃdas em camadas que se entrelaçam ("Sceptic Optimist"). Porém, neste "Condensed" perde-se esse mesmo sumo e o equilÃbrio entre melodia e percussão em favor desta última, o que se reflecte na sensação vaga de cinzentismo e de monotonia que percorre o álbum e que o faz correr o risco de parecer uma amálgama indiferenciada. Burnt Friedman, boss da Nonplace, correu esse risco ao editar os seus My Favorites de Freeform, o risco de um álbum simultaneamente fresco e amorfo, surpreendente e confuso. Porque se perde, claro, o conceito e o contexto inerente a cada edição de Pike.
O mais interessante é mesmo a ambiência e a densidade de cada música, que é dada com um tão parco conjunto de sons. Em "Cautious Persuit" e "Poundland" é notável a mestria com que Pike consegue guiar o ouvinte apenas com um sub bass e um punhado de samples que formam a batida, e esta é uma caracterÃstica presente em todo o álbum. Como introdução a um músico que assume cada vez mais contornos de referência e de autonomia em relação ao universo electrónico sem perder a sonoridade angular e minimal que sempre foi o seu suporte, "Condensed" é um bom guia de viagem. Mas que não substitui (nem quer substituir) o ouvir atento das obras mais importantes de Freeform. E, assim, no navegar pelo território que vai do Soho à China. Que acaba, finalmente, no cérebro.
Nuno CruzNuma primeira fase a viver da contemplação épica e sombria (de que "Pattern Tub", de 98, será criação maior), as criações de Pike assumem batidas microscópicas e próximas do anti-groove em "Me Shape" (1999) e "Green Park" (2000), agora com a influência das experimentações rÃtmicas dos pater familias Autechre a revelar-se verdadeiramente numa soma de sons desconstruÃdos que são a marca do seu trabalho - como contornos, estruturas prévias à espera de serem preenchidas com o sumo das melodias, muitas vezes a roçar o minimalismo e construÃdas em camadas que se entrelaçam ("Sceptic Optimist"). Porém, neste "Condensed" perde-se esse mesmo sumo e o equilÃbrio entre melodia e percussão em favor desta última, o que se reflecte na sensação vaga de cinzentismo e de monotonia que percorre o álbum e que o faz correr o risco de parecer uma amálgama indiferenciada. Burnt Friedman, boss da Nonplace, correu esse risco ao editar os seus My Favorites de Freeform, o risco de um álbum simultaneamente fresco e amorfo, surpreendente e confuso. Porque se perde, claro, o conceito e o contexto inerente a cada edição de Pike.
O mais interessante é mesmo a ambiência e a densidade de cada música, que é dada com um tão parco conjunto de sons. Em "Cautious Persuit" e "Poundland" é notável a mestria com que Pike consegue guiar o ouvinte apenas com um sub bass e um punhado de samples que formam a batida, e esta é uma caracterÃstica presente em todo o álbum. Como introdução a um músico que assume cada vez mais contornos de referência e de autonomia em relação ao universo electrónico sem perder a sonoridade angular e minimal que sempre foi o seu suporte, "Condensed" é um bom guia de viagem. Mas que não substitui (nem quer substituir) o ouvir atento das obras mais importantes de Freeform. E, assim, no navegar pelo território que vai do Soho à China. Que acaba, finalmente, no cérebro.
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