DISCOS
Jonathan Uliel Saldanha
The Earth as a Floating Egg
· 11 Nov 2010 · 12:26 ·

Jonathan Uliel Saldanha
The Earth as a Floating Egg
2010
Soopa / Balleteatro
Sítios oficiais:
- Soopa
The Earth as a Floating Egg
2010
Soopa / Balleteatro
Sítios oficiais:
- Soopa

Jonathan Uliel Saldanha
The Earth as a Floating Egg
2010
Soopa / Balleteatro
Sítios oficiais:
- Soopa
The Earth as a Floating Egg
2010
Soopa / Balleteatro
Sítios oficiais:
- Soopa
Exploração electro-acústica entre o inferno e o purgatório.
O nome poderá não fazer tocar campainhas, mas Jonathan Uliel Saldanha (belíssima sequência de palavras) faz parte da activa cena underground portuense. Tendo passado por grupos/colectivos míticos como Faca Monstro, F.R.I.C.S., United Scum Soundclash ou Mécanosphère, Saldanha lança-se aqui numa empreitada em nome individual. Originalmente criada para acompanhamento sonoro à coreografia Alugo-me para Sonhar, uma criação de Isabel Barros, esta música de Saldanha agora editada é uma interessantíssima exploração electro-acústica, pecaminosa, algures entre o inferno e o purgatório, sem se deixar cair em lado algum.
Além do próprio Jonathan Uliel Saldanha, que aqui aborda uma multiplicidade de instrumentos (percussão, eufónio, flautas, teclados, programações e objectos), este disco conta com a colaboração de diversos músicos da cena local: Álvaro Almeida (trompete), Filipe Silva (guitarra acústica), João Filipe (bateria), João Martins (saxofone), Henrique Fernandes (contrabaixo), Luísa Brandão (voz) e Rui Leal (contrabaixo). O acompanhamento instrumental é uma ferramenta, entra pontualmente, está ao serviço da música (e não o inverso), nunca se sobrepõe. Saldanha serve-se de cada elemento sonoro particular para introduzir detalhes, acrescentar cores - sempre na escala de cinzentos, claro.
Aglomerado obscuro multi-referencial, este disco vive entre o corte e a colagem e abordagens minimais, roubando elementos à contemporânea subversiva ou ao dub submerso, nunca se fechando. Pelo meio surgem também formas mais clássicas, como “Ilmatar (Threnody)”, a aproximar-se de uma certa grandeza operática. Ora enfeitiçando o ouvinte através de um hipnótico silvo electrónico, ora através de uma fantasmagórica sobreposição de vozes, este disco nunca deixa de surpreender. Desta amálgama poli-estilística poderia brotar uma fatal incoerência, mas Saldanha escapa-lhe bem. Não vai ao purgatório, não cai no inferno, vive num misterioso limbo onde poucos conseguem chegar.
Nuno CatarinoAlém do próprio Jonathan Uliel Saldanha, que aqui aborda uma multiplicidade de instrumentos (percussão, eufónio, flautas, teclados, programações e objectos), este disco conta com a colaboração de diversos músicos da cena local: Álvaro Almeida (trompete), Filipe Silva (guitarra acústica), João Filipe (bateria), João Martins (saxofone), Henrique Fernandes (contrabaixo), Luísa Brandão (voz) e Rui Leal (contrabaixo). O acompanhamento instrumental é uma ferramenta, entra pontualmente, está ao serviço da música (e não o inverso), nunca se sobrepõe. Saldanha serve-se de cada elemento sonoro particular para introduzir detalhes, acrescentar cores - sempre na escala de cinzentos, claro.
Aglomerado obscuro multi-referencial, este disco vive entre o corte e a colagem e abordagens minimais, roubando elementos à contemporânea subversiva ou ao dub submerso, nunca se fechando. Pelo meio surgem também formas mais clássicas, como “Ilmatar (Threnody)”, a aproximar-se de uma certa grandeza operática. Ora enfeitiçando o ouvinte através de um hipnótico silvo electrónico, ora através de uma fantasmagórica sobreposição de vozes, este disco nunca deixa de surpreender. Desta amálgama poli-estilística poderia brotar uma fatal incoerência, mas Saldanha escapa-lhe bem. Não vai ao purgatório, não cai no inferno, vive num misterioso limbo onde poucos conseguem chegar.
nunocatarino@gmail.com
ÚLTIMOS DISCOS


ÚLTIMAS