DISCOS
Efdemin
Chicago
· 19 Jul 2010 · 12:12 ·
Ao segundo assalto, o alemão Phillip Sollmann define de vez o que o move.
Fica-se por perceber o que se quererá ao certo invocar com o tÃtulo. Porque no caso desta música se alguma homenagem há a fazer ao som de uma cidade, Detroit seria o ponto geográfico a merecer a justa a vénia. É em parte da motor city que partem as coordenadas que erguem a sustentabilidade criativa deste segundo assalto de Efdemin. Mas, e atravessando o Atlântico para aterrar no velho continente, Berlim também não deve ser ignorado na equação de Chicago porque da cidade alemã – de onde é originário o obreiro desta música mecanizada mas humana – vêm as restantes coordenadas que compõem este interessante ramalhete dividido entre o techno minimal, o industrial, o micro house, laivos de trance atmosférico e jazz digital.
Phillip Sollmann é claramente um adepto do estanho e paradoxal axioma do nothing is everything e Chicago transparece esse espÃrito na forma complexa como sugere borrões e silhuetas abstractas que, aparentemente, nada são mas que com o lento afastamento todas formam uma imagem representativa do universo idealizado por Efdemin. É, mesmo, com o distanciamento que o debuxo se torna concreto, que ganha forma, se torna perceptÃvel à razão. Este entalhe não facilita a imediata absorção do jogo entrelaçado que tanto apela ao deboche do corpo como ao entendimento racional desse universo. Mas é por aà que o alemão caminha obstinado a quando da criação deste quadrado sonoro de cantos cuidadosamente aparados.
Chicago é de difÃcil compreensão mas não irremediavelmente de impossÃvel assimilação. É cerebral sem nos matar com raciocÃnios matemáticos inúteis, tal como consegue reduzir tudo a um denominador comum sem nos estupidificar no processo. Chicago é um desafio que nos mantém despertos mesmo quando a longa extensão do disco poderia estar a provocar um irremediável tédio. É uma viagem segura que não muda radicalmente a percepção do mundo mas que mesmo assim é inteligente ao ponto de nos fascinar. E ao contrário do comparável Pantha Du Prince – nada pessoal - não tenta conceptualizar o techno com elementos pop artificiais só para agradar a determinadas famÃlias.
Rafael SantosPhillip Sollmann é claramente um adepto do estanho e paradoxal axioma do nothing is everything e Chicago transparece esse espÃrito na forma complexa como sugere borrões e silhuetas abstractas que, aparentemente, nada são mas que com o lento afastamento todas formam uma imagem representativa do universo idealizado por Efdemin. É, mesmo, com o distanciamento que o debuxo se torna concreto, que ganha forma, se torna perceptÃvel à razão. Este entalhe não facilita a imediata absorção do jogo entrelaçado que tanto apela ao deboche do corpo como ao entendimento racional desse universo. Mas é por aà que o alemão caminha obstinado a quando da criação deste quadrado sonoro de cantos cuidadosamente aparados.
Chicago é de difÃcil compreensão mas não irremediavelmente de impossÃvel assimilação. É cerebral sem nos matar com raciocÃnios matemáticos inúteis, tal como consegue reduzir tudo a um denominador comum sem nos estupidificar no processo. Chicago é um desafio que nos mantém despertos mesmo quando a longa extensão do disco poderia estar a provocar um irremediável tédio. É uma viagem segura que não muda radicalmente a percepção do mundo mas que mesmo assim é inteligente ao ponto de nos fascinar. E ao contrário do comparável Pantha Du Prince – nada pessoal - não tenta conceptualizar o techno com elementos pop artificiais só para agradar a determinadas famÃlias.
r_b_santos_world@hotmail.com
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