DISCOS
Scuba
Triangulation
· 12 Jul 2010 · 15:09 ·

Scuba
Triangulation
2010
Hotflush Recordings
Sítios oficiais:
- Scuba
- Hotflush Recordings
Triangulation
2010
Hotflush Recordings
Sítios oficiais:
- Scuba
- Hotflush Recordings

Scuba
Triangulation
2010
Hotflush Recordings
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- Scuba
- Hotflush Recordings
Triangulation
2010
Hotflush Recordings
Sítios oficiais:
- Scuba
- Hotflush Recordings
Aferrado triângulo amoroso que une Londres, Chicago e Berlim.
Começa a ser irrelevante saber onde cada um começa e outro acaba. Mas também porque é cada vez mais ardiloso vislumbrar onde tudo se principiou. O convívio promíscuo actual entre o techno e o dubstep e, na mesma proporção, o 2 step e o house é enorme. E géneros sobre géneros, sobre géneros já nos deram os nomes mais peculiares. Separar águas é já tarefa ingrata para quem passa o tempo a etiquetar a música. Esse mal não percorre só as avenidas complexas da música electrónica. Saber o que é o quê nesta idade tecnológica onde o mundo espira ao dobro da velocidade é um problema transversal em toda a música, independentemente da nomenclatura.
Mais um exemplo das indistinções na actual música electrónica? Este novo trabalho de Scuba. Mais um híbrido que vive num poço onde tudo borbulha efusivamente – e em simultâneo – sob a batuta do dub digital. E é mesmo irrelevante saber se é um disco de dubstep, mesmo quando revela os tiques habituais do género. Tal como se é house quando denuncia as habituais estruturas arquitectónicas do som de Chicago. Ou se Berlim é parte do catalisador que faz com que todo o mecanismo funcione proficientemente. Perante triangulação destes distintos vectores sonoros não é de estranhar o nome escolhido por Paul Rose para o segundo disco de Scuba.
Apesar do genuíno esforço de construir um disco consistente, Triangulation soa algo desequilibrado na dosagem das fórmulas do triângulo amoroso que une as três cidades. A criação de ambientes obscuros com melodias luminosas a irromperem por entre as nuvens negras da madrugada e laivos de r&b lamentoso com queda para a garagem são os aspectos mais cintilantes deste disco. Mas a secção rítmica algo difusa entre breakbeat forjado pelo impulso nervoso de quem quer agradar à pista de dança e ao sofá e as restantes cadências empedradas umas nas outras deixam um travo agridoce mal distinto no design que se pretendia natural e espontâneo – “Latch”, “Three Sided Shape” e “Lights Out” parecem ser os únicos a contrariar essa mal sucedida constante.
Nada por aqui é academicamente original, único ou desusado. Mas atendendo à fraca representação da pura escrita criativa em álbuns ditos de dubstep, Scuba ainda será dos poucos a colocar um sorriso ténue na face do melómano mais exigente. Por hora, e há falta de melhor, é com este curto passo em frente – que deve a sua vivacidade a Shackleton, Martyn, Burial ou à Basic Channel – que nos temos de contentar.
Rafael SantosMais um exemplo das indistinções na actual música electrónica? Este novo trabalho de Scuba. Mais um híbrido que vive num poço onde tudo borbulha efusivamente – e em simultâneo – sob a batuta do dub digital. E é mesmo irrelevante saber se é um disco de dubstep, mesmo quando revela os tiques habituais do género. Tal como se é house quando denuncia as habituais estruturas arquitectónicas do som de Chicago. Ou se Berlim é parte do catalisador que faz com que todo o mecanismo funcione proficientemente. Perante triangulação destes distintos vectores sonoros não é de estranhar o nome escolhido por Paul Rose para o segundo disco de Scuba.
Apesar do genuíno esforço de construir um disco consistente, Triangulation soa algo desequilibrado na dosagem das fórmulas do triângulo amoroso que une as três cidades. A criação de ambientes obscuros com melodias luminosas a irromperem por entre as nuvens negras da madrugada e laivos de r&b lamentoso com queda para a garagem são os aspectos mais cintilantes deste disco. Mas a secção rítmica algo difusa entre breakbeat forjado pelo impulso nervoso de quem quer agradar à pista de dança e ao sofá e as restantes cadências empedradas umas nas outras deixam um travo agridoce mal distinto no design que se pretendia natural e espontâneo – “Latch”, “Three Sided Shape” e “Lights Out” parecem ser os únicos a contrariar essa mal sucedida constante.
Nada por aqui é academicamente original, único ou desusado. Mas atendendo à fraca representação da pura escrita criativa em álbuns ditos de dubstep, Scuba ainda será dos poucos a colocar um sorriso ténue na face do melómano mais exigente. Por hora, e há falta de melhor, é com este curto passo em frente – que deve a sua vivacidade a Shackleton, Martyn, Burial ou à Basic Channel – que nos temos de contentar.
r_b_santos_world@hotmail.com
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