DISCOS
Eleh
Location Momentum
· 06 Mai 2010 · 10:23 ·
Eleh
Location Momentum
2010
Touch
Sítios oficiais:
- Touch
Location Momentum
2010
Touch
Sítios oficiais:
- Touch
Eleh
Location Momentum
2010
Touch
Sítios oficiais:
- Touch
Location Momentum
2010
Touch
Sítios oficiais:
- Touch
Figura encapuçada pelo anonimato aplica bem uma sova de drone sem resposta.
Por mais que a Touch tenha habituado os seus aficionados a discos impenetráveis e por vezes duros, é difícil preparar os ouvidos para o aprisionamento que se sucede em Location Momentum, aquele que é o primeiro registo de Eleh no formato CD, em vez do habitual vinil de tiragem limitada. Sobre Eleh ninguém sabe se é homem ou mulher, ou se vive no hemisfério norte ou sul. A sua regularidade é intensa nos últimos anos e a casa de eleição é quase sempre a norte-americana Important (alto, então, porque Merzbow pode andar à espreita). Pois bem, Eleh prefere o anonimato e isso só aumenta o poder intimidatório destes drones e embargos sonoros em grande parte opressivos.
A falta de respostas biográficas no pseudónimo Eleh obriga assim a um mais intenso interrogatório do seu som para que as respostas necessárias surjam afinal. Sem revelar nada gratuitamente (a música ainda consegue forçar o compromisso), Location Momentum é perturbador ao ponto de fazer crer que o drone (ou as frequências baixas) não é brincadeira para crianças. Não é, de facto, tanto mais quando aqui surge disfarçado de calamidade e pronto para funcionar como o caramelo que cola os dentes de baixo aos de cima sem oferecer solução possível. Faz comer e calar. Eleh aprisiona com a mesma eficácia com que compreende que um contínuo sonoro incontrolável é sempre um fenómeno mais temível e dramático.
Não é sequer necessário procurar muito para comprovar o incómodo na música de Eleh. “Circle One: Summer Transcience”, por exemplo, simula a pulsação cardíaca num momento de intenso pânico como é um assalto ou um desastre de carro. E a partir daqui estamos perto de uma zona de medos David Lynch, com a agulha a estremecer e a riscar o papel de alto a baixo, depois de ver a cara feia ao virar da esquina. Eleh, como já foi dito, nem sequer mostra a cara, o que só torna mais intrigante o horror que por aqui vai fluindo.
Miguel ArsénioA falta de respostas biográficas no pseudónimo Eleh obriga assim a um mais intenso interrogatório do seu som para que as respostas necessárias surjam afinal. Sem revelar nada gratuitamente (a música ainda consegue forçar o compromisso), Location Momentum é perturbador ao ponto de fazer crer que o drone (ou as frequências baixas) não é brincadeira para crianças. Não é, de facto, tanto mais quando aqui surge disfarçado de calamidade e pronto para funcionar como o caramelo que cola os dentes de baixo aos de cima sem oferecer solução possível. Faz comer e calar. Eleh aprisiona com a mesma eficácia com que compreende que um contínuo sonoro incontrolável é sempre um fenómeno mais temível e dramático.
Não é sequer necessário procurar muito para comprovar o incómodo na música de Eleh. “Circle One: Summer Transcience”, por exemplo, simula a pulsação cardíaca num momento de intenso pânico como é um assalto ou um desastre de carro. E a partir daqui estamos perto de uma zona de medos David Lynch, com a agulha a estremecer e a riscar o papel de alto a baixo, depois de ver a cara feia ao virar da esquina. Eleh, como já foi dito, nem sequer mostra a cara, o que só torna mais intrigante o horror que por aqui vai fluindo.
migarsenio@yahoo.com
ÚLTIMOS DISCOS


ÚLTIMAS