DISCOS
Laura Gibson and Ethan Rose
Bridge Carols
· 26 Mar 2010 · 01:33 ·

Laura Gibson and Ethan Rose
Bridge Carols
2010
Baskaru
Sítios oficiais:
- Laura Gibson and Ethan Rose
- Baskaru
Bridge Carols
2010
Baskaru
Sítios oficiais:
- Laura Gibson and Ethan Rose
- Baskaru

Laura Gibson and Ethan Rose
Bridge Carols
2010
Baskaru
Sítios oficiais:
- Laura Gibson and Ethan Rose
- Baskaru
Bridge Carols
2010
Baskaru
Sítios oficiais:
- Laura Gibson and Ethan Rose
- Baskaru
A doce folker e o milagreiro ambient reúnem esforços num laboratório incapaz de repetir a magia dos discos em nome próprio.
Bridge Carols é um prático exemplo de como nem todos os discos de colaboração resultam na soma das qualidades dos envolvidos. Fruto de uma gestação aventurosa e determinada a reproduzir alguns métodos de gravação antiquados (e é aqui que surge o pavor Cocorosie), Bridge Carols garante repouso no que tem de mais espairecido, embora nunca consiga tecer camuflagem melódica suficiente para encobrir totalmente a falta de eficácia de quase metade do disco.
Não é fácil empurrar uma carroça que permanece enterrada num meio-termo, que não evidencia por completo o encanto na música de Ethan Rose ou Laura Gibson. No pior, os dois eclipsam-se mutuamente e as músicas soam atabalhoadas. Ao longo desta travessia, ela explora o encaixe e a fonética das palavras muito mais do que a articulação dos versos; ele volta a fazer cantar o fantasma da “caixinha de música” nos diferentes instrumentos que manipula (sinos e pianos, entre outros). É de aplaudir a vontade de miscigenação de ambos (ela é uma folker, ele domina um ambient prodigioso), mas o tom da ovação diminui quando Bridge Carols transparece as incertezas da deriva.
A atenuante dessa deriva acaba por ser a brevidade do disco: trinta e cinco minutos não oferecem uma grande margem ao aborrecimento. Além disso, o porte de miniatura de Brigde Carols faz com que estas pequenas canções coladas ao céu componham um conjunto de apontamentos e nem tanto um álbum de corpo inteiro.
Feitas as contas, a aliança, que une Ethan Rose e Laura Gibson, não andará assim tão longe da que levou a cristalina Vashti Bunyan e os Animal Collective ao EP Prospect Hummer (Bridge Carols poderia muito facilmente ter-se ficado pelo EP). Nem sequer faltam por aqui alguns temas "sacados" ao disco anterior de Ethan Rose (o impecável Oaks), tal como acontecia com Prospect Hummer, que aproveitava as pistas soltas de Sung Tongs. “Leaving, believing” reaviva a memória dos sons do órgão Wurlitzer, o instrumento central de Oaks, e isso puxa por quem se rendeu ao mesmo no ano passado. O que poderia ser um bónus, serve assim como uma das poucas formas de frisar o interesse de Bridge Carols.
Miguel ArsénioNão é fácil empurrar uma carroça que permanece enterrada num meio-termo, que não evidencia por completo o encanto na música de Ethan Rose ou Laura Gibson. No pior, os dois eclipsam-se mutuamente e as músicas soam atabalhoadas. Ao longo desta travessia, ela explora o encaixe e a fonética das palavras muito mais do que a articulação dos versos; ele volta a fazer cantar o fantasma da “caixinha de música” nos diferentes instrumentos que manipula (sinos e pianos, entre outros). É de aplaudir a vontade de miscigenação de ambos (ela é uma folker, ele domina um ambient prodigioso), mas o tom da ovação diminui quando Bridge Carols transparece as incertezas da deriva.
A atenuante dessa deriva acaba por ser a brevidade do disco: trinta e cinco minutos não oferecem uma grande margem ao aborrecimento. Além disso, o porte de miniatura de Brigde Carols faz com que estas pequenas canções coladas ao céu componham um conjunto de apontamentos e nem tanto um álbum de corpo inteiro.
Feitas as contas, a aliança, que une Ethan Rose e Laura Gibson, não andará assim tão longe da que levou a cristalina Vashti Bunyan e os Animal Collective ao EP Prospect Hummer (Bridge Carols poderia muito facilmente ter-se ficado pelo EP). Nem sequer faltam por aqui alguns temas "sacados" ao disco anterior de Ethan Rose (o impecável Oaks), tal como acontecia com Prospect Hummer, que aproveitava as pistas soltas de Sung Tongs. “Leaving, believing” reaviva a memória dos sons do órgão Wurlitzer, o instrumento central de Oaks, e isso puxa por quem se rendeu ao mesmo no ano passado. O que poderia ser um bónus, serve assim como uma das poucas formas de frisar o interesse de Bridge Carols.
migarsenio@yahoo.com
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