DISCOS
Supa
Shift
· 08 Ago 2008 · 08:00 ·
Supa
Shift
2008
Matarroa
Sítios oficiais:
- Supa
- Matarroa
Shift
2008
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2008
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Evitando a mensagem condescendente e radical do gueto, os Supa abrem eloquentemente novas portas para credibilização do hip-hop nacional.
O nÃvel de sofisticação que Sam The Kid proporcionou à mediania do hip-hop nacional tornou-se num exemplo de destreza criativa que faltava em Portugal e afirmou-se como uma pertinente bitola de qualidade. Ficou definitivamente provado com Pratica(mente) que o equilÃbrio entre a escrita inteligente – ou a rima fugaz – e o beat esculpido em torno de uma verve melódica assente essencialmente na manipulação do sampler era possÃvel em proporções dignas; o suficiente, no mÃnimo, para reconhecer o esforço de um produtor em busca de uma linguagem de autor. E para que não haja dúvidas, foi precisamente na evolução do dialogo entre as palavras e a inventividade da produção ou na interacção entre a solidão que a escrita obriga e o convÃvio das ideias em estúdio que se encontrou a exigência da evolução e a necessidade de grandeza.
Como em Portugal tudo leva o seu tempo, as edições de hip-hop de relevo ainda não atingiram a espontaneidade desejada. Mas a aspiração anda por aà e os nomes vão lentamente credibilizando-se – seja em colectivo ou em nome individual. E não se estranhe que pequenas alianças se façam esporadicamente com o objectivo de erguer – em união de forças – um compromisso rigoroso com um conjunto de princÃpios dÃspares e ideias soltas que, devidamente confederadas, abram espaço a uma natural experimentação sonora.
O trio português Supa encaixa-se nesse grupo que assumiu a missiva de mudança a que o titulo eloquentemente se refere. Só assim se poderá aceitar que um produtor (Núcleo), um DJ (Ride) e um MC (Gab) convivam num espaço aberto a especulações nem sempre vulgares em Portugal. Não será a questão da inutilidade dos paradigmas existentes ou a regulação cristalizada dos métodos de trabalho o mal principal, será sim uma questão de falta de espÃrito de aventura que desafie os estatutos elementares. Com consciência dos riscos, os Supa entenderam que a coacção sonora poderia ser a solução ideal para o criação de uma abrangência estilistica e estética (prÃncipio ainda surreal entre os comodistas nacionais).
Talvez por isso Shift seja mais o inÃcio de uma jornada que poderá abrir portas à comunidade num futuro próximo do que uma mera e positiva consequência de meses de trabalho em conjunto. A produção é perspicaz definindo eloquentemente o formato canção enquanto no fundo é criado espaço para a experimentação. A mensagem transmitida – consciente da realidade desfavorável que o paÃs e o mundo ocidental enfrenta - evita a verborreia radical, maçadora e condescendente sendo simples, directa e soulful na fluência. E não será algum desequilÃbrio no alinhamento que nos remete para referências próximas de um hip-hop old school em busca de actualidade gramatical – uma espécie de grime/afro-funk tuga – ou a busca da eloquência perpetrada por Common em contacto com a convicção inovadora deixada por J Dilla, que deitará por terra todas as movimentações deste trio sedento de descoberta. Shift é, reconheça-se, um dos mais interessantes discos portugueses do ano por saber sair do gueto e lançar-se em busca de novas possibilidades.
Rafael SantosComo em Portugal tudo leva o seu tempo, as edições de hip-hop de relevo ainda não atingiram a espontaneidade desejada. Mas a aspiração anda por aà e os nomes vão lentamente credibilizando-se – seja em colectivo ou em nome individual. E não se estranhe que pequenas alianças se façam esporadicamente com o objectivo de erguer – em união de forças – um compromisso rigoroso com um conjunto de princÃpios dÃspares e ideias soltas que, devidamente confederadas, abram espaço a uma natural experimentação sonora.
O trio português Supa encaixa-se nesse grupo que assumiu a missiva de mudança a que o titulo eloquentemente se refere. Só assim se poderá aceitar que um produtor (Núcleo), um DJ (Ride) e um MC (Gab) convivam num espaço aberto a especulações nem sempre vulgares em Portugal. Não será a questão da inutilidade dos paradigmas existentes ou a regulação cristalizada dos métodos de trabalho o mal principal, será sim uma questão de falta de espÃrito de aventura que desafie os estatutos elementares. Com consciência dos riscos, os Supa entenderam que a coacção sonora poderia ser a solução ideal para o criação de uma abrangência estilistica e estética (prÃncipio ainda surreal entre os comodistas nacionais).
Talvez por isso Shift seja mais o inÃcio de uma jornada que poderá abrir portas à comunidade num futuro próximo do que uma mera e positiva consequência de meses de trabalho em conjunto. A produção é perspicaz definindo eloquentemente o formato canção enquanto no fundo é criado espaço para a experimentação. A mensagem transmitida – consciente da realidade desfavorável que o paÃs e o mundo ocidental enfrenta - evita a verborreia radical, maçadora e condescendente sendo simples, directa e soulful na fluência. E não será algum desequilÃbrio no alinhamento que nos remete para referências próximas de um hip-hop old school em busca de actualidade gramatical – uma espécie de grime/afro-funk tuga – ou a busca da eloquência perpetrada por Common em contacto com a convicção inovadora deixada por J Dilla, que deitará por terra todas as movimentações deste trio sedento de descoberta. Shift é, reconheça-se, um dos mais interessantes discos portugueses do ano por saber sair do gueto e lançar-se em busca de novas possibilidades.
r_b_santos_world@hotmail.com
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