DISCOS
Aalberg / Kullhammar / Zetterberg / Santos Silva
Basement Sessions Vol. 4 (The Bali Tapes)
· 24 Jan 2018 · 11:11 ·
Aalberg / Kullhammar / Zetterberg / Santos Silva
Basement Sessions Vol. 4 (The Bali Tapes)
2017
Clean Feed


Sítios oficiais:
- Clean Feed
Aalberg / Kullhammar / Zetterberg / Santos Silva
Basement Sessions Vol. 4 (The Bali Tapes)
2017
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Orientalismo.
As “Basement Sessions” são uma série de gravações de um grupo base constituído por três nomes fortes da cena jazz nórdica: o saxofonista Jonas Kullhammar, o contrabaixista Torbjörn Zetterberg e o baterista/percussionista Espen Aalberg . Os dois primeiros volumes, editados em 2012 e 2014, apresentavam música exclusiva do trio. Já no “Vol. 3 (The Ljubljana Tapes)”, gravado no festival de jazz de Ljubljana, a formação base contou com o acrescento do saxofonista norueguês Jørgen Mathisen.

Chegados à quarto volume, o grupo mantém o formato quarteto, agora com o acrescento da trompetista portuguesa Susana Santos Silva. Muito ligada à cena nórdica, com parcerias com o contrabaixista Zetterberg (atenção aos discos “Almost Tomorrow” e “If Nothing Else”!), Santos Silva sente-se em casa acompanhada por um grupo de músicos que trabalham a improvisação estruturada em composições.

Como se depreende do subtítulo do disco, a música foi gravada em Bali, na Indonésia. E esse facto não é meramente simbólico, influencia decisivamente a música que é tocada. Desde logo, além dos seus instrumentos habituais, todos os músicos tocam aqui gamelão. Apesar de se tratar de uma música com raiz natural de jazz, que se desenvolve na improvisação, há uma aproximação às percussões orientais e toda a música aqui registada inclui, de forma mais ou menos explícita, esses elementos.

O disco junta um total de cinco temas, quatro composições originais Aalberg e um arranjo para uma canção tradicional javanesa. O grupo trabalha a improvisação de forma dinâmica habitual, mas há sempre um ambiente oriental, marcado pela percussão, que afasta este de comparações com trabalhos anteriores. Aqui ouvimos uma original combinação de elementos música antiga oriental com jazz contemporâneo enérgico, uma música viva e surpreendente.

Não se espere um aprofundamento espiritual e hipnótico de uma Alice Coltrane mid-70’s, aqui a música está mais próxima do cânone ocidental que conhecemos e apreciamos. Apesar dessa fusão não ser aprofundada, de se ficar um pouco pela superfície e assentar sobretudo na base jazz, esse acrescento de elementos externos contribui para resultar num jazz atípico e original.
Nuno Catarino
nunocatarino@gmail.com

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