O finlandês Jari Pitkänen é um perfeito desconhecido. Mas isso não impede – nunca impediu, nem nunca impedirá – que a sua obra chegue a todos os cantos do mundo. Sabe-se que este não é o seu primeiro disco, sabe-se que funde diferentes universos musicais num grande caldeirão mas não se sabe muito mais do que isto. E talvez não seja de todo necessário.
 
Não é conhecido também o processo de trabalho de Jari Pitkanen mas isso não impede que Amina Ombra seja um disco de fino recorte. Algures entre o sample e a manipulação sonora, com base na música electrónica, é um convite ao apreço por paisagens que ora entregam beleza em mãos ora escondem qualquer tipo de harmonia por debaixo de pesadas camadas de exploração.
 
Amina Ombra é um disco de descoberta. Para ir desembrulhando aos poucos. É um disco de viagens, ainda que imóveis. É um disco que não permite distracções. É um disco que exige atenção e dedicação. É um disco de experiências, de riscos. De misturar ingredientes que podem não necessariamente combinar. É um disco de uma beleza que não trata de se impor mas que acaba naturalmente por surgir. Haja espaço e tempo para nos permitirmos a tais aventuras.