DISCOS
Groupshow
The Martyrdom of Groupshow
· 10 Mai 2010 · 20:28 ·
Groupshow
The Martyrdom of Groupshow
2009
~scape / Flur


Sítios oficiais:
- Groupshow
- ~scape
- Flur
Groupshow
The Martyrdom of Groupshow
2009
~scape / Flur


Sítios oficiais:
- Groupshow
- ~scape
- Flur
Kosmische musik ao microscópio dos nossos dias por três cientistas germânicos.
Groupshow é a reunião, no seu melhor, de três das maiores mentes germânicas da electrónica actual. Jan Jelinek, que noutros projectos assina como Farben; Hanno Leichtmann, também Static; e Andrew Pekler dos Sad Rockets. O brilhante Kosmischer Pitch de Jelinek já tinha dado o mote numa aproximação de Jan a sonoridades muito Clusterianas, sobretudo paralelas ao supra-citado-e-sempre-com-razão-talvez-um-dos-melhores-10-discos-de-sempre-da-história, Zuckerzeit. E agora, essa aproximação faz-se e completa-se a três.

Nessa ménage, temos um disco muito para além da música em si, mais próximo de uma instalação visualmente dinâmica, arte contemporânea para os ouvidos fazerem os olhos imaginar. Tudo acrescido de um cuidado maravilhoso com o nome dos temas, cuja poesia se junta harmoniosamente ao som, com nomes geniais, muitos deles, provérbios mandatórios de uma vida melhor. Coisas deliciosas como “Dog Shoes to the Stars”, “Incredibly Comfortable Slippers”, “Inflatable Jet Ski is Unsinkable”, “It’s Not Just Country Birds Who Are Attracted (To This Blue Glass Bird Bath), “The Misery of Thin, Weak Looking Hair”, “Memory Foam” e o excelente tema Fennesziano-final “Sleep, Play, Sleep, Play, The Possibilities Are Endless”.

Todo este palavreado de coisas simples ganha ainda mais uma absurda importância com a roupagem electrónica que este três designers de som lhe incutem. Uma mescla de sons orgânicos com sons totalmente frios e laptópicos, IDM sobre plataformas industriais ou em quarto de brinquedos, sempre despidos de qualquer batida acelerada. Mas não é preciso, dança-se à mesma, compulsivamente, porque qual kosmische açucarada, activa-nos a alma com alfinetinhos que nos picam os neurónios, qual acumpunctura melódica a três (e aos poucos sentimos as alfinetadas características de cada um), fruto de mais de 200 gigas de improvisação que estes três juntaram para chegar em 2009 a The Martyrdom of Groupshow. Terá sido um martírio chegar a algum lado com tanta ideia que lhes ia na cabeça? Certamente. Mas o resultado final, como dizem do outro lado do Atlântico, é show. Show de grupo. Recomendadíssimo.
Nuno Leal
nunleal@gmail.com

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