DISCOS
Amanda Blank
I Love You
· 08 Fev 2010 · 18:10 ·
Amanda Blank
I Love You
2009
Downtown Records / Nuevos Medios


Sítios oficiais:
- Amanda Blank
- Downtown Records
- Nuevos Medios
Amanda Blank
I Love You
2009
Downtown Records / Nuevos Medios


Sítios oficiais:
- Amanda Blank
- Downtown Records
- Nuevos Medios
A cena deixou de ser só hip hop. E aí poderá residir o maior segredo de Amanda Blank.
Se googlarmos "Amanda Blank", as palavras que mais nos saltam à vista são rap, hip hop, por aí. Mas são os momentos mais electro de I Love You, álbum de estreia desta lady de Filadélfia - o trocadilho surge na sequência da utilização de um sample de "I'm a Lady", de Santigold, na faixa "A love song". Ah, o electro.

Convém termos cada vez mais a noção de que já não há nada de novo a não ser combinação de estilos, ideias e métodos. No caso de Blank, Mallory de nome verdadeiro, a mistura é simples. Conhecida sobretudo pelas colaborações com Spank Rock, daí provém o seu lado mais rapper. Por outro lado, vai buscar aqueles sintetizadores rasgados aos Goldfrapp de Black Cherry e a sua postura pop, não nos iludamos, parece decalcada do disco homónimo de Santigold. Isto reflecte-se numa multiplicidade e diversidade de géneros ao longo do disco que, não sendo brilhante, também não deixa a desejar. Deparamo-nos não só com faixas do calibre de "Might Like You Better", pura diversão electro com beat pujante até mais não, como com ambientes resultantes da colaboração com a sueca Lykke Li, em "Leaving You Behind". Aqui, a ajuda da menina que nos deixou rendidos ao seu Youth Novels (2008) revela o lado mais low-profile da americana Blank, claramente debruçada sobre o formato canção, o mesmo sucedendo em ”Shame On Me“, grande momento pop do disco. Já as letras das faixas que rodam a mais de 200 km/h desmascaram a entrega e à-vontade de Peaches. "Motherfuckers" e "fuck me" para todos os gostos e feitios. Faz parte. Doutro lado, há uma postura mais disco que não convém ser ignorada. "DJ", nome óbvio para aquilo a que se propõe, representa o lado mais dance de I Love You, repetitivo q.b. e com um refrão que, à boa maneira futebolística, "peca por escasso".

São 33 minutos com a pulsação acima do recomendável, ao todo onze faixas. Nelas, vemos que Amanda Blank não é geneticamente dependente do hip hop. Mas talvez resida aí o seu maior segredo. Na sua linguagem, a que faz dançar, cantar e descontrair, versatilidade é palavra de ordem.
Simão Martins
simaopmartins@gmail.com

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