DISCOS
Best Coast
Where The Boys Are
· 15 Out 2009 · 00:39 ·
Best Coast
Where The Boys Are
2009
Blackest Rainbow


Sítios oficiais:
- Best Coast
- Blackest Rainbow
Best Coast
Where The Boys Are
2009
Blackest Rainbow


Sítios oficiais:
- Best Coast
- Blackest Rainbow
A Costa Oeste poderá ser a melhor costa mas, por ora, nenhuma destas canções é reveladora disso mesmo.
Recolocada em Nova Iorque por motivos escolares e profissionais, Bethany Consentino, viu-se assim forçada também a abandonar as Pocahaunted no preciso momento em que viam o culto em seu redor crescer (de forma algo exacerbada) para além do nicho underground norte americano. Com esta estadia a revelar-se o período mais deprimente da sua vida, Bethany regressa à Costa Oeste envolta num burburinho crescente em torno da pop mais lo-fi, prontamente apelidado de shitgaze e numa felicidade por voltar à costa que baptizou esta nova aventura.

Tendo em conta esta conjectura, não é, de todo, surpreendente a euforia em antecipação a Where The Boys Are. Se, esta preside a todo o entusiasmo, é inegável que canções como “The Sun Was High (So Was I)” ou “In My Room” disponíveis no Myspace da banda (que partilha com Bobb Bruno, habitual colaborador da sua ex-banda) faziam antever belos momentos à beira mar, de óculos sol à la Natércia Barreto. Invocando os fantasmas dos girl groups como as Sangri La's para um corpo sujo de resplandecência lo-fi, numa alternativa credível a nomes como Vivian Girls.

Lançado em timing perfeito, Where The Boys Are funciona como um cartão de visita erróneo. Gravadas por Bethany, sem a influência de Bruno, as cinco canções desta edição da Blackest Rainbow assemelham-se perigosamente a meros esquissos daquilo que os Best Coast têm vindo a revelar. Embora persista uma verdade cronológica em dar este primeiro passo com Where The Boys Are, o conhecimento prévio de canções como as acima citadas leva a que esta estreia soe desinteressante por comparação. Inútil, até.

Com o lo-fi a revelar-se intrusivo, canções como “Moody” ou “Angsty” revelam-se incapazes de subsistir nos seus méritos composicionais, ainda longe daquela nostalgia vereneante que viria a iluminar temas mais recentes como “Up All Night”. Em menos de 15 minutos, Bethany Consentino apontava já o caminho a seguir, mas nada nestas canções assegura valência a Where The Boys Are. Ignore-se. Todos os interessados têm já Make You Mine para relembrar os verões do seu contentamento.
Bruno Silva
celasdeathsquad@gmail.com
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