DISCOS
Jeff Buckley
So Real: Songs from Jeff Buckley
· 18 Set 2007 · 08:00 ·
Jeff Buckley
So Real: Songs from Jeff Buckley
2007
Sony BMG


Sítios oficiais:
- Jeff Buckley
- Sony BMG
Jeff Buckley
So Real: Songs from Jeff Buckley
2007
Sony BMG


Sítios oficiais:
- Jeff Buckley
- Sony BMG
O génio de Jeff Buckley revisitado, 10 anos após a sua morte. Canções maiores que a vida.
Dez anos após da sua morte, continuam a surgir manifestações de carinho e devoção à obra e vida de Jeff Buckley. Porque morreu demasiado cedo, porque todos queriam algo dele, porque as suas canções não eram simples canções – eram retratos de vida. A sua voz rapidamente se tornou numa das obrigatórias vozes dos anos 90, a sua biografia instantaneamente se transformou em mais uma história trágica. Deixou o mais o essencial e mais do que obrigatório Grace e ia deixar algo mais que apelidou de My Sweetheart the Drunk, mas que não chegou a existir porque no dia 29 de Maio de 2007 as águas do rio Mississippi engoliram Jeff Buckley.

O disco póstumo chegou pouco depois com o prefixo de esboços, reunindo as canções que Jeff Buckley renegou (a exigência de um perfeccionista) e os esquissos de canções por vir. Agora, 10 anos após a sua morte, surge So Real: Songs from Jeff Buckley, após discos ao vivo, raridades e tudo o mais que o mundo queira ouvir e o fã consiga aguentar. Apesar de tudo, este não é um best of qualquer. Sem que esperemos surgem certas canções de Grace em versões distintas (ao vivo) e até os brindes "I Know It's Over", a versão para a canção dos Smiths incluída em The Queen is Dead e a enternecedora “Je N’en connais pás la fin”.

Escolher os temas para um best of de Jeff Buckley não é, apesar de tudo, coisa difícil. Se o material não é muito, a qualidade de Grace e de alguns temas de (Sketches for) My Sweetheart the Drunk faz com que a escolha seja facilitada. Como seria de esperar, canções como “Grace”, “Last Goodbye”, “Lover, You should’ve come over” e “Hallelujah” (um daqueles casos raros em que a cover supera o original) surgem no alinhamento, e “Mojo Pin” (incrível a intensidade de um homem só)e “So Real” marcam presença em novas versões – a primeira no famoso concerto no Sin-é, a segunda em versão acústica no Japão. “Eternal live” também aparece em versão live.

“Everybody Here Wants you” (tão sexy, intensa e aveludada como sempre – um das melhores canções de amor de sempre), “The sky is a landfill” e a explosiva “Vancouver (dois temas negligenciados mas com atributos óbvios) representam (Sketches for) My Sweetheart the Drunk com distinção – terá apenas faltado a belíssima I “Know We Could Be So Happy Baby (If We Wanted To Be)”, uma das canções que nunca o chegou a ser. Nada parece faltar, é um disco seguro. Este é Jeff Buckley, a lenda, resumido em 14 momentos. Mas para além de alinhamentos e escolhas possíveis, esta compilação é (ainda) mais uma prova de que o tempo nunca conseguirá apagar a genialidade das canções de Jeff Buckley.
André Gomes
andregomes@bodyspace.net
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