DISCOS
Pit Er Pat
The Flexible Entertainer
· 27 Abr 2010 · 10:04 ·
Pit Er Pat
The Flexible Entertainer
2010
Thrill Jockey / Mbari
Sítios oficiais:
- Pit Er Pat
- Thrill Jockey
- Mbari
The Flexible Entertainer
2010
Thrill Jockey / Mbari
Sítios oficiais:
- Pit Er Pat
- Thrill Jockey
- Mbari
Pit Er Pat
The Flexible Entertainer
2010
Thrill Jockey / Mbari
Sítios oficiais:
- Pit Er Pat
- Thrill Jockey
- Mbari
The Flexible Entertainer
2010
Thrill Jockey / Mbari
Sítios oficiais:
- Pit Er Pat
- Thrill Jockey
- Mbari
Duo esteticamente irrequieto faz uma leitura actualizada e eficaz do Kamasutra da música do Médio Oriente.
A longa permanência de alguns nomes no catálogo da Thrill Jockey conduz ocasionalmente a algumas revelações que, de outra maneira, não chegam a bater à porta das bandas mais despistadas. É estranho que assim seja, quando o trajecto dos Pit Er Pat rumou precisamente pelas curvas dos despistados, com incursões pontuais pela sensualidade onírica dos Blonde Redhead e um ou outro disco deformado por cartas fora do baralho (músicas estranhas). A Thrill Jockey, movida pela fezada do costume, abrigou uma banda de pós-rock, chocou o ovo e agora merece apreciar o voo de uma ave rara.
Isto porque quem escutava Shakey, em 2005, dificilmente anteciparia a leveza e frescura de um duo que agora veste apenas um bikini instrumental composto por diferentes combinações (sempre básicas) de guitarra ou sintetizador com metade de uma bateria ou ritmos bombeados pela drum machine. Ao que parece, a frontalidade primária de The Flexible Entertainer (título perfeito) partiu da necessidade de levar pouca bagagem para uma digressão europeia em que os Pit Er Pat iriam também tocar no festival ATP. Feliz acidente.
Na verdade, o essencial fica muito bem a The Flexible Entertainer, terreno esparso em que pouco acontece em simultâneo, e nem sequer o impede de serpentear a gosto pela música do Médio Oriente (predominante), dub (a harmónica de Augustus Pablo é reavivada em “Specimen”) e rebetiko (mesmo que tangencialmente). A ginástica de Willy Fog conduz Pit Er Pat por mil paragens sem que o disco soe desconexo ou exagerado nesse cruzeiro.
Acreditamos também que o vento de Chicago, a cidade dos escritórios da Thrill Jockey, convide muitas vezes a orgias caseiras. Não devem faltar os participantes, até porque, de surra, a Thrill Jockey já provou ter a porta sempre aberta para freaks sexuais como Bobby Conn (o rei do deboche) ou os Trans Am (devoradores sugestivamente gay). Alinhado com essa tendência, The Flexible Entertainer transforma a Cidade do Vento na Cidade do Ventre. A culpa de tanto vaivém será sempre da música do Médio Oriente e de como Timbaland a devolveu às pistas de dança (com os êxitos produzidos para Nelly Furtado e Bubba Sparxxx, entre outros). E uma banda que soube largar a pele pós-rock para ser um animal de danças promíscuas é sempre de louvar.
Miguel ArsénioIsto porque quem escutava Shakey, em 2005, dificilmente anteciparia a leveza e frescura de um duo que agora veste apenas um bikini instrumental composto por diferentes combinações (sempre básicas) de guitarra ou sintetizador com metade de uma bateria ou ritmos bombeados pela drum machine. Ao que parece, a frontalidade primária de The Flexible Entertainer (título perfeito) partiu da necessidade de levar pouca bagagem para uma digressão europeia em que os Pit Er Pat iriam também tocar no festival ATP. Feliz acidente.
Na verdade, o essencial fica muito bem a The Flexible Entertainer, terreno esparso em que pouco acontece em simultâneo, e nem sequer o impede de serpentear a gosto pela música do Médio Oriente (predominante), dub (a harmónica de Augustus Pablo é reavivada em “Specimen”) e rebetiko (mesmo que tangencialmente). A ginástica de Willy Fog conduz Pit Er Pat por mil paragens sem que o disco soe desconexo ou exagerado nesse cruzeiro.
Acreditamos também que o vento de Chicago, a cidade dos escritórios da Thrill Jockey, convide muitas vezes a orgias caseiras. Não devem faltar os participantes, até porque, de surra, a Thrill Jockey já provou ter a porta sempre aberta para freaks sexuais como Bobby Conn (o rei do deboche) ou os Trans Am (devoradores sugestivamente gay). Alinhado com essa tendência, The Flexible Entertainer transforma a Cidade do Vento na Cidade do Ventre. A culpa de tanto vaivém será sempre da música do Médio Oriente e de como Timbaland a devolveu às pistas de dança (com os êxitos produzidos para Nelly Furtado e Bubba Sparxxx, entre outros). E uma banda que soube largar a pele pós-rock para ser um animal de danças promíscuas é sempre de louvar.
migarsenio@yahoo.com
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