DISCOS
Anthony Pateras & Robin Fox
End of Daze
· 04 Mar 2009 · 13:06 ·
Anthony Pateras & Robin Fox
End of Daze
2008
Mego
Sítios oficiais:
- Mego
End of Daze
2008
Mego
Sítios oficiais:
- Mego
Anthony Pateras & Robin Fox
End of Daze
2008
Mego
Sítios oficiais:
- Mego
End of Daze
2008
Mego
Sítios oficiais:
- Mego
Inocuidade binária em sintonia com a apatia noise generalizada.
Quando, no ano transacto, aproveitei o texto sobre Second Live Salvage para de forma tangencial referenciar um certo esgotamento criativo que se abateu sobre o noise mais digital, subliminarmente poderia traçar um paralelo fidedigno com a Mego, enquanto montra desse mesmo marasmo. Dado o seu papel precursor no que diz respeito aos abstraccionismos electrónicos mais estimulantes da última década, também a editora austrÃaca inevitavelmente se viu refém da falta de inspiração e aparente desnorteamento que tem vindo a perpetuar a travessia no deserto que têm sido estes últimos dois anos.
Com excepção em óasis como o que serve de resguardo a Russell Haswell, as tempestades de areia têm tardado demasiado. As evidências estão patentes na inutilidade da revisão de Arrowhead do canadiano Dominick Fernow (Prurient) ou da brutalidade infantil de Pita, incapazes de invocar qualquer brisa. Se o desvio para o metal mais metafÃsico sempre concede algum espaço para a expectativa, os caminhos tomados têm sido maioritariamente apenas atalhos para nenhures, conduzidos pela mão cega do intelectualismo estéril. Esvaziado do seu lado lúdico, tem sido confinado a formas estanques onde um aparente detrimento do conteúdo tem sido preterido em favor do academismo ascético ou ironia pós-modernista. O humano John Wiese atenuou a dormência com o rosa Soft Punk a esboçar um sorriso enquanto espancava todos os restantes sonâmbulos agarrados aos seus laptop incandescentes. Porém, os sintomas persistem: fadiga, apatia e uma incapacidade total de emoção.
Se colaborações sempre acarretam algum gozo aos intervenientes, que eventualmente poderá perpassar para o ouvinte, este desvaneceu-se no éter pelo caminho que medeia End of Daze do tÃmpano. A este último resta-lhe uma indiferença que nem a tal dimensão lúdica consegue alterar no meio da inocuidade 32 bit desta colaboração entre Anthony Panteras e Robin Fox. O enfoque dado ao rodar compulsivo de knobs, sem a valência necessária para uma dinâmica onde os propósitos da criação se façam sentir, leva o duo a ser escravizado pelo código binário que faz questão de assumir a sua auto-suficiência. Inevitavelmente, é inescapável uma aridez de objectivos que, muito embora não sejam de todo obrigatórios para a plena fruição End of Daze, poderiam reservar aos seus criadores uma saÃda eficaz para a inocuidade se abate sobre o álbum. Invariavelmente aborrecido, End of Daze aparece no seio da Mego como uma desinteressante investida glitch sobre a sonoridade industrial mais cerebral tão em voga nos anos 80 (patente nas vocalizações). Se a ideia poderia eventualmente trazer resultados gratificantes, esta ficou-se apenas pela cabeça dos criadores, incapaz de resistir ao seu próprio umbiguismo.
Bruno SilvaCom excepção em óasis como o que serve de resguardo a Russell Haswell, as tempestades de areia têm tardado demasiado. As evidências estão patentes na inutilidade da revisão de Arrowhead do canadiano Dominick Fernow (Prurient) ou da brutalidade infantil de Pita, incapazes de invocar qualquer brisa. Se o desvio para o metal mais metafÃsico sempre concede algum espaço para a expectativa, os caminhos tomados têm sido maioritariamente apenas atalhos para nenhures, conduzidos pela mão cega do intelectualismo estéril. Esvaziado do seu lado lúdico, tem sido confinado a formas estanques onde um aparente detrimento do conteúdo tem sido preterido em favor do academismo ascético ou ironia pós-modernista. O humano John Wiese atenuou a dormência com o rosa Soft Punk a esboçar um sorriso enquanto espancava todos os restantes sonâmbulos agarrados aos seus laptop incandescentes. Porém, os sintomas persistem: fadiga, apatia e uma incapacidade total de emoção.
Se colaborações sempre acarretam algum gozo aos intervenientes, que eventualmente poderá perpassar para o ouvinte, este desvaneceu-se no éter pelo caminho que medeia End of Daze do tÃmpano. A este último resta-lhe uma indiferença que nem a tal dimensão lúdica consegue alterar no meio da inocuidade 32 bit desta colaboração entre Anthony Panteras e Robin Fox. O enfoque dado ao rodar compulsivo de knobs, sem a valência necessária para uma dinâmica onde os propósitos da criação se façam sentir, leva o duo a ser escravizado pelo código binário que faz questão de assumir a sua auto-suficiência. Inevitavelmente, é inescapável uma aridez de objectivos que, muito embora não sejam de todo obrigatórios para a plena fruição End of Daze, poderiam reservar aos seus criadores uma saÃda eficaz para a inocuidade se abate sobre o álbum. Invariavelmente aborrecido, End of Daze aparece no seio da Mego como uma desinteressante investida glitch sobre a sonoridade industrial mais cerebral tão em voga nos anos 80 (patente nas vocalizações). Se a ideia poderia eventualmente trazer resultados gratificantes, esta ficou-se apenas pela cabeça dos criadores, incapaz de resistir ao seu próprio umbiguismo.
celasdeathsquad@gmail.com
ÚLTIMOS DISCOS
ÚLTIMAS