DISCOS
Mrs Jynx
The Standoffish Cat
· 04 Dez 2008 · 11:25 ·
Mrs Jynx
The Standoffish Cat
2008
Planet Mu
Sítios oficiais:
- Mrs Jynx
- Planet Mu
The Standoffish Cat
2008
Planet Mu
Sítios oficiais:
- Mrs Jynx
- Planet Mu
Mrs Jynx
The Standoffish Cat
2008
Planet Mu
Sítios oficiais:
- Mrs Jynx
- Planet Mu
The Standoffish Cat
2008
Planet Mu
Sítios oficiais:
- Mrs Jynx
- Planet Mu
Mais uma tentativa de acordar a besta adormecida do IDM. Um disco que não é deste tempo nem deste planeta. E ainda assim, que bem que se está no campo!
Com a profissão de pastor cada vez mais remetida para a memória de outros tempos, é interessante perceber que é a electrónica o melhor pasto de recriações desses cenários rurais. Tratando-se de uma estreia, este The Standoffish Cat é também uma garantia de que Mrs Jynx dificilmente terá de dedicar-se ao bordado inglês, ao ponto cruz, a ordenhar vacas ou a qualquer outro mister do campo.
O IDM, essa entidade que pretendeu catalogar uma música de dança mais académica, está morto e enterrado. Mas há na electrónica apontada ao cérebro uma vocação de paramédico para tentar trazer à superfície o perfume dos pioneiros Aphex Twin e Autechre. Tudo tentativas inglórias, claro, porque a besta está adormecida há tempo a mais para desejar voltar agora à frieza glaciar dos discos. A editora Planet Mu tem tentado reanimar essa electrónica sem face com uma vontade e dedicação férreas.
Nos últimos anos, os casos mais felizes dessa morada são os de edIT, Hrvatski, Boxcutter, Luke Vibert e, com alguma boa vontade, dos Venetian Snares também. Mas nenhum deles produziu nada suficientemente forte para enformar uma cena. Nem isso se espera de Mrs Jynx, a persona artística de Hannah Davidson, natural de Manchester, mas louva-se o bom gosto na hora de produzir beats que fazem a ligação directa entre o laptop e os neurónios.
As imagens pastorais vêm-lhe das miudezas de produção, de uma electrónica microscópica que pode ter nos Múm uma influência remota. E escrevemos “remota” porque a verdadeira filiação desta música está no tecno ambiental minimalista, que sobreviveu aos anos 90 ainda não sabemos explicar bem como.
Ao ouvir o ensaio paisagístico que é “Dusty”, a canção de ninar electrónica que é “Pillow” ou mesmo a maratona de Tetris que deve ter inspirado “Vlodrum”, é impossível não pensar que este disco ia dar-se bem nos anéis de Saturno. Isto é música de poeira cósmica que a Terra deixou de engolir há uma boa década. Também pela ousadia estas canções merecem ser ouvidas. E que bela é a vida no campo com discos assim!
Hélder GomesO IDM, essa entidade que pretendeu catalogar uma música de dança mais académica, está morto e enterrado. Mas há na electrónica apontada ao cérebro uma vocação de paramédico para tentar trazer à superfície o perfume dos pioneiros Aphex Twin e Autechre. Tudo tentativas inglórias, claro, porque a besta está adormecida há tempo a mais para desejar voltar agora à frieza glaciar dos discos. A editora Planet Mu tem tentado reanimar essa electrónica sem face com uma vontade e dedicação férreas.
Nos últimos anos, os casos mais felizes dessa morada são os de edIT, Hrvatski, Boxcutter, Luke Vibert e, com alguma boa vontade, dos Venetian Snares também. Mas nenhum deles produziu nada suficientemente forte para enformar uma cena. Nem isso se espera de Mrs Jynx, a persona artística de Hannah Davidson, natural de Manchester, mas louva-se o bom gosto na hora de produzir beats que fazem a ligação directa entre o laptop e os neurónios.
As imagens pastorais vêm-lhe das miudezas de produção, de uma electrónica microscópica que pode ter nos Múm uma influência remota. E escrevemos “remota” porque a verdadeira filiação desta música está no tecno ambiental minimalista, que sobreviveu aos anos 90 ainda não sabemos explicar bem como.
Ao ouvir o ensaio paisagístico que é “Dusty”, a canção de ninar electrónica que é “Pillow” ou mesmo a maratona de Tetris que deve ter inspirado “Vlodrum”, é impossível não pensar que este disco ia dar-se bem nos anéis de Saturno. Isto é música de poeira cósmica que a Terra deixou de engolir há uma boa década. Também pela ousadia estas canções merecem ser ouvidas. E que bela é a vida no campo com discos assim!
hefgomes@gmail.com
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