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Rated R poderia ter existido só para isto
· 12 Mar 2010 · 15:29 ·
Tendo em conta toda o imaginário pós-industrial de Rated R (como se os Nine Inch Nails alguma vez pudessem ser uma influência viável), um rip-off idiota da estética M.I.A. acaba por nem parecer tão mau quanto a ideia faria prever. Tudo isso porque "Rude Boy" se trata, efectivamente, de uma grande canção. É mais do que óbvio que toda a questão em torno da maturidade artÃstica da Rihanna em Rated R se tratou de uma manobra de marketing plena de tiros ao lado, mas "Rude Boy" poderá ser mesmo o primeiro acesso de entusiasmo de alguém que nunca conseguiu superar a elegância naif de Music Of The Sun.
É também prova indelével que a voz da Rihanna soa muito melhor num contexto dancehall, do que entregue a um dramatismo forçado ou a instrumentais devedores do dubstep. A delicadeza de "If It's Lovin' That You Want" é hoje uma cena do passado, e algo como "Come on rude boy, can you get it up? Come on rude boy, is you big enough?" é de uma ordinarice radio-friendly que merece ser louvada. No fundo, é a idade a não deixar grande espaço para memórias de romances de Verão ao pôr do sol e mais interessada numa foda eficiente. Ainda mais quando o instrumental consegue adaptar todo esse calor caribenho de tensão sexual a uma toada sintética sem ceder à choradeira que tem feito o grosso do dancehall actual ou a uma faceta sleazy bovina, numa canção R'n'B de pleno direito. Não restam grandes dúvidas de que "Rude Boy" se trata do primeiro grande single do ano, e que muito dificilmente haverão mais 10 canções R'n'B durante os próximos meses que a superem. Ou então, será um ano glorioso para o género.
Bruno SilvaÉ também prova indelével que a voz da Rihanna soa muito melhor num contexto dancehall, do que entregue a um dramatismo forçado ou a instrumentais devedores do dubstep. A delicadeza de "If It's Lovin' That You Want" é hoje uma cena do passado, e algo como "Come on rude boy, can you get it up? Come on rude boy, is you big enough?" é de uma ordinarice radio-friendly que merece ser louvada. No fundo, é a idade a não deixar grande espaço para memórias de romances de Verão ao pôr do sol e mais interessada numa foda eficiente. Ainda mais quando o instrumental consegue adaptar todo esse calor caribenho de tensão sexual a uma toada sintética sem ceder à choradeira que tem feito o grosso do dancehall actual ou a uma faceta sleazy bovina, numa canção R'n'B de pleno direito. Não restam grandes dúvidas de que "Rude Boy" se trata do primeiro grande single do ano, e que muito dificilmente haverão mais 10 canções R'n'B durante os próximos meses que a superem. Ou então, será um ano glorioso para o género.
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