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2009, ano de fantasmas, memórias VHS corroídas e palmeiras de plástico
· 31 Dez 2009 · 16:42 ·

2009, ano de "hauntology" vinda do Reino Unido (via Broadcast, que escandalosamente ainda não ouvi, e movimentações dubstep e pós-dubstep), mas sobretudo dos Estados Unidos, via Ducktails, James Ferraro, Spencer Clark, Nite Jewel, Gary War.

Ariel Pink (a par de Ferraro, guia espiritual desta juventude) esteve calado, mas assinou pela 4AD, oficializando a tendência (a que David Keenan chamou de hypnagogic pop - muitos não gostaram do rótulo, eu acho que o artigo faz todo o sentido).

Ducktails tiveram dois álbuns de brilhantemente modestas jams de quarto (sonhadoras, simples), James Ferraro prosseguiu os seus estudos sobre a degradação, projecção e invenção da memória, da adolescência, Nite Jewel deu-lhe um tom dançável, de club, Gary War fez canções noise a partir da pop (e vice-versa).

E há Oneohtrix Point Never (no qual começo a mergulhar) e Emeralds na outra ponta, menos pop, mais neo-new-age, do fenómeno.

Música de fantasmas, memórias fixadas em VHS de fita corroída pelo tempo, canções feitas entre o sonho e a realidade vista a partir de quartos com equipamento de gravação barato, imagens mentais de praias. Tudo isto ao mesmo tempo ou em doses individuais.

Faltou um disco de GÉNIO a esta gente? Talvez (se bem que a Wire ponha Rifts de Oneohtrix bem nas alturas), mas foi isto que animou o cenário indie.
Pedro Rios
pedrosantosrios@gmail.com

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