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Will Samson para lá da linguagem
· 27 Out 2019 · 16:23 ·
© Desiree Rousseau

Se para o Nietzsche de todas as nossas ambiguidades, a música desempenhava um papel central no desabrochar de uma Humanidade “mais humana”, o filósofo alemão encontra no britânico Will Samson um honrado representante. Nasceu discograficamente com um Balance (2012) masterizado por Nils Frahm, viveu numa Lisboa que lhe forneceu o grau de desgosto necessário à criação da pérola Welcome Oxygen (2017) e, agora, depois de múltiplas tropelias, chega-se à frente para o lançamento de Paralanguage, quinto longa-duração da carreira que terá passagem por Portugal em Março do próximo ano para concertos em Portalegre (dia 6 no CAE) e na capital (dia 8 no Teatro Bocage).

A estreia de Paralanguage está marcada para dia 6 de Dezembro via Wichita Recordings, e, tal como o nome indica, vai mais fundo em busca do canto de algo que, não podendo ser calado, se perde quando verbalizado. Profundo e delicado do modo a que Samson nos habituou desde o seu primeiro disco, o novo trabalho do britânico foi amplamente patrocinado pela sua, primeira e única experiência, com psilocibina que resultou no atingir de um sentido pleno de comunhão com o mundo depois de anos a lutar contra a dor que a morte do pai lhe causou.

Da comunhão experimentada nasce, então, Paralanguage, disco que, depois de nos dar o single “Ochre Alps”, acaba de atirar para cima da mesa com o fabuloso “Flowerbed”, tema que deixa, definitivamente, o caos para trás e alcança a luz:

Fernando Gonçalves
f.guimaraesgoncalves@gmail.com

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