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Surrealismo à LaGardère
· 21 Jun 2019 · 14:34 ·


“à lagardère” - expressão utilizada quando alguém faz algo com atrevimento, ousadia ou coragem, mas sem medir bem as consequências para si próprio; Lagardère, herói da obra de Paul Féval intitulada Le Bossu (O Corcunda) publicada em França em 1858.


Depois de um pós-título de “serviço-público” urge entrarmos no universo surrealista para podermos falar do busílis da questão. Ora vejamos: um velho pianista quase famoso, mas sempre depressivo, é enviado, sem aviso de recepção, para o beleléu devido aos, claramente assassinos, aplausos de três jovens músicos. “Forca com eles!!!”, podiam ter gritado os fervorosos apoiantes da justiça popular não se desse o caso, porém, desses mesmos populares terem optado por uma digna (o VAR analisou) falta de comparência. Finado o mote ainda antes de nascer, vão os “absolvidos” Yann Vaz da Silva, João Sampaio e Carlos Noronha (vulgo a malta que aplaudiu) pela rua quando, no tempo que leva um ministro a nomear o asinino sobrinho seu assessor, sobre eles se abate uma das encarnações da espada de Dâmocles: a consciência. Conhecida pela sua impertinência e mau timing, “obriga”, no seu estilo muito insidioso, estes três da vida airada a dedicarem o resto das suas vidas a difundir as músicas indie-pop tropical criadas pelo velho pianista de 118 anos chamado LaGardère.

Um ministro a nomear um sobrinho seu assessor…realmente…surrealistas!!! Há gente fora da graça de deus.  Pois há mas ainda não viram nada porque acaba de se escapar do alforge dos três indómitos transmissores da obra de LaGardère, que por mera obra do acaso se autodenominam LaGardère, a “serenata” “Bianca Dalí”.

Single de apresentação do segundo álbum dos LaGardére, não se lhe conhece o nome mas sabe-se que sairá lá para o fim do ano, “Bianca Dali” pisca o olho ao surrealismo (se piscasse os dois podia ser Tourette) e traz os “três mosqueteiros do indie-pop tropical” de novo para a ribalta depois de se terem estreado no ano passado com o LP No Lugar do Fim do Mundo.

O tema estreia hoje e amanhã há festa de lançamento no Ferroviário em Lisboa.

Fernando Gonçalves
f.guimaraesgoncalves@gmail.com

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