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Topes Ilustres 2017 - Luiz Gabriel Lopes
· 22 Dez 2017 · 16:36 ·
© Sillas Henrique
chego ao final de 2017 com a sensação de que, mesmo em meio aos destroços e à descrença que hoje assola o Brasil e grande parte do mundo, a música segue sendo um lugar de respiro, mergulho, potência quântica de transformação. em agosto, lancei "MANA", meu terceiro álbum a solo, que é uma tentativa de resposta esperançosa ao caos, um gesto em prol dos afetos. trabalhar pela ampliação da sensibilidade humana é ainda nosso ato mais revolucionário. dessa forma, de todo coração, deixo o convite para que ouçam:
e listo abaixo alguns dos discos que me acompanharam nesse período, trazendo luz, alegria, força.
flavio tris - sol velho lua nova
tive o prazer de trabalhar na direção artística desse disco, e digo sem culpa nem distanciamento: flávio é um dos grandes cancionistas do nosso tempo. profundo, denso, contemplativo, balsâmico. nas nove canções do disco, sua voz de leão nos abraça carinhosamente num mergulho alto e intenso, sem pausas mas com largos silêncios e vazios. um disco para sorrir, chorar, sonhar.
tulipa ruiz - tu
tulipa é uma artista que já acompanho com interesse e atenção há muito tempo. pelos crocantes dotes expressivos de sua voz, pela autenticidade de suas canções, que falam de um lugar muito próprio e verdadeiro, afetuoso. me admira também a coragem e clareza dos gestos de sua trajetória estética: após o elétrico "dancê", lança em 2017 este álbum em roupagem acústica, mais uma vez em parceria com gustavo ruiz, seu irmão que co-pilota a nave musical e é um midas do estúdio. renovando o formato voz & violão & pequenas percussões com ginga e elegância, fazem um golaço de doçura e good vibes.
materia prima - dois atos
multifacetado artista com longa trajetória & consideração no campo do rap, matéria prima se arrisca num vôo musical distinto nesse álbum, que tem a produção do peculiaríssimo mago gui amabis. entre raps e canções, matéria reafirma o dom aguçado de seu flow, construindo imagens de uma urbanidade pontiaguda, por entre as telas e janelas do mundo, e avança também como um intérprete singular das próprias melodias. é um dos meus preferidos do ano.
maglore - todas as bandeiras
banda baiana radicada em são paulo, a maglore chega ao quarto disco destilando uma penca de hits, com letras marotas e refrões marcantes. devidamente banhados na classuda roupagem indie que chega pelas mãos do produtor leonardo marques, o quarteto produz um rock com referências na tradição da canção popular brasileira. destaque para os vocais apaixonados de teago oliveira, que assina grande parte das canções do disco. para completar, tenho a alegria de fazer parte: "aquela força", que foi lançada como single do álbum, é uma canção que escrevemos juntos.
oya tempo - luiza lian
após navegar por mares mais roqueiros no primeiro disco, luiza lian mergulha na construção de um álbum de sonoridade futurista e onírica, trazendo à tona temas de sua busca espiritual. sua forte personalidade vocal se mistura à nuvem de texturas eletrônicas concebidas junto ao produtor do disco, charles tixier. no youtube, o disco conta com uma espécie de filme associado, e também nos espetáculos ao vivo há um forte trabalho de cenografia e figurino.