A agenda de Zach Hill não tem muitos espaços livres. O baterista e compositor mantém, a par dos Hella (o seu projecto principal), participações em vários projectos rock, como Team Sleep, Goon Moon e Nervous Cop, ou jazz, com Nels Cline e gente da Sun Ra's Arkestra. Apesar de ser uma referência no meio “indie” no que toca à bateria, Hill confessa que é mais influenciado por não-bateristas, como Jimi Hendrix e Ornette Coleman.

“As ideias e a expressão livre desses não-bateristas são o que tento aplicar à bateria”, diz, citado no comunicado de imprensa de Astrological Straits, o seu disco de estreia a solo editado este ano pela Ipecac, de Mike Patton. O disco é um autêntico turbilhão de ideias (jazz-rock à Mahavishnu Orchestra, loucura à Boredoms, melodias de órgão circenses, vozes encharcadas em efeitos, guitarras rock e, claro, uma bateria criativamente irrequieta) e contou com vários convidados, como Chino Moreno (Deftones, Team Sleep), Les Claypool (Primus) e Tyler Pope (!!!).

O baterista vai ao Plano B, no Porto, este sábado, às 22h, apresentar “Necromancer”, a peça com o pianista Marco Benevento e Marnie Stern, no papel de narradora, que preenche todo o disco bónus que acompanha "Astrological Straits". Na primeira parte estarão os Lobster, duo nacional de rock matemático e ruidoso. Os bilhetes custam 10 euros.