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Gang Gang Dance e Wu-Tang Clan: colaboração à vista
· 04 Nov 2008 · 16:31 ·
Bem, não é mesmo o Wu-Tang Clan todo, que, na tensão pós-8 Diagrams, pode ser que nunca mais se venha a reunir (mesmo dando o desconto da morte de Ol' Dirty Bastard). Segundo a Spin Magazine, GZA, um dos MCs do Clan, não pára de ligar aos Gang Gang Dance para colaborar. Num mundo em que a malta fri consome cada vez mais rap, são poucos os bons cruzamentos recentes entre as duas realidades. Aliás, contam-se pelos dedos, já que muitas vezes o gosto musical dos rappers e produtores em termos de rock recai sempre sobre escolhas dúbias (relembre-se o disco de Jay-Z com os Linkin Park, cujo MC, Mike Shiinoda, já colaborou com demasiada gente do hip-hop para sair impune).
Houve aquela vez em que Timbaland, ao passar por uma discoteca de Nova Iorque, ouviu "Cone Toaster" dos Black Dice e adorou (e muitos pontos para a discoteca: passar Black Dice é nÃvel), o sample de "Sing Swan Song" dos Can em "Drunk and Hot Girls" de Graduation, a remistura de "Leyendecker" dos Battles com Joell Ortiz (um clássico subvalorizado, e é só do ano passado) e "Princes", a sublime faixa de St. Dymphna, o último álbum de Gang Gang Dance, com o MC de grime Tinchy Stryder. Até em Portugal, Norberto Lobo, o guitarrista que cruza Fahey e Paredes, toca com o MC Chullage. No seguimento disso que GZA (que actuou no ano passado no festival da Pitchfork, um dos nomes-chave para a junção destes dois mundos) vê ali ouro bom para lançar umas rimas por cima.
Há outros factores a ter em conta: historicamente, não é assim tão estranho um cruzamento entre dois mundos. Pode argumentar-se que os Gang Gang Dance fazem música de dança de vanguarda. Nos anos 80, os nova-iorquinos Liquid Liquid faziam música de dança de vanguarda e foi por isso que "Cavern", uma das suas faixas, foi samplada (ilegalmente, e nem bem samplada, foi tocada outra vez, nunca creditando o original) na faixa "White Lines (Don't do It)", creditada a Grandmaster Flash & The Furious Five. Os punks elécticos dos Clash punham, aliás, o Grandmaster Flash, entre outros, a abrir para eles quando iam a Nova Iorque (uma muito má ideia: os fãs deles eram racistas e conservadores e apupavam-no). E RZA, a cabeça do Wu-Tang Clan e primo de GZA, já samplou "Venus in Furs" dos Velvet Underground numa faixa. Os resultados não foram os melhores. Será que desta vez vai resultar?
Houve aquela vez em que Timbaland, ao passar por uma discoteca de Nova Iorque, ouviu "Cone Toaster" dos Black Dice e adorou (e muitos pontos para a discoteca: passar Black Dice é nÃvel), o sample de "Sing Swan Song" dos Can em "Drunk and Hot Girls" de Graduation, a remistura de "Leyendecker" dos Battles com Joell Ortiz (um clássico subvalorizado, e é só do ano passado) e "Princes", a sublime faixa de St. Dymphna, o último álbum de Gang Gang Dance, com o MC de grime Tinchy Stryder. Até em Portugal, Norberto Lobo, o guitarrista que cruza Fahey e Paredes, toca com o MC Chullage. No seguimento disso que GZA (que actuou no ano passado no festival da Pitchfork, um dos nomes-chave para a junção destes dois mundos) vê ali ouro bom para lançar umas rimas por cima.
Há outros factores a ter em conta: historicamente, não é assim tão estranho um cruzamento entre dois mundos. Pode argumentar-se que os Gang Gang Dance fazem música de dança de vanguarda. Nos anos 80, os nova-iorquinos Liquid Liquid faziam música de dança de vanguarda e foi por isso que "Cavern", uma das suas faixas, foi samplada (ilegalmente, e nem bem samplada, foi tocada outra vez, nunca creditando o original) na faixa "White Lines (Don't do It)", creditada a Grandmaster Flash & The Furious Five. Os punks elécticos dos Clash punham, aliás, o Grandmaster Flash, entre outros, a abrir para eles quando iam a Nova Iorque (uma muito má ideia: os fãs deles eram racistas e conservadores e apupavam-no). E RZA, a cabeça do Wu-Tang Clan e primo de GZA, já samplou "Venus in Furs" dos Velvet Underground numa faixa. Os resultados não foram os melhores. Será que desta vez vai resultar?