ÚLTIMAS
Dez bons motivos para ir até ao Rock In Rio
· 23 Mai 2014 · 11:09 ·


Quem vai ao Rock In Rio? Nós vamos. Que vamos fazer ao Rock In Rio? Ouvir um pouco de música. Se é difícil fazer tal coisa no Rock In Rio com tantas e tantas atracções por onde escolher? É um pouco, mas é para isso que se traçam planos. A edição deste ano apresenta-se como a mais "alternativa" de sempre, quer isto ainda signifique alguma coisa na sociedade contemporânea quer não; é difícil acreditar que as famílias, a quem o festival normalmente se dirige, queiram saber dos Queens of the Stone Age ou dos Arcade Fire para alguma coisa, a não ser que as famílias de hoje em dia sejam melhores do que a minha (mãe, pára de bajular o American Idol. A sério.) e haja miúdos com os seus nove/dez anos a saber de cor a letra da "Wake Up". Mas adiante: no cartaz de 2014 estão propostas para agradar a toda a gente, dos maiores poptimistas aos mais virados para o indie. Segue-se, assim, o roteiro Bodyspace para cinco dias de festival, que começa já neste domingo e continua a partir da próxima quinta. Os bilhetes diários custam 61€, excepção feita ao dia 29, que já esgotou. Se iam com a ideia de ver ou rever os Rolling Stones... má sorte.

SILVA Não é para nos gabarmos, mas Lúcio Silva de Souza só começou a ser falado depois de lhe darmos destaque em entrevista e numa resenha ao primeiro EP que lançou no "longínquo" ano de 2012. Desde então, SILVA tem saltado de boca em boca e de ouvido em ouvido quando se fala em "nova música brasileira", tendo actuado em diversas casas bonitas país fora e na edição de 2013 do Mexefest. Ou seja: verguem-se perante o nosso poder enquanto trendmakers. O brasileiro regressará aos palcos nacionais para um concerto logo no primeiro dia do Rock In Rio (25 de Maio, portanto), em que apresentará as canções do seu novo disco, parcialmente gravado no país e editado este ano, Vista Pro Mar. Pelas 20h, no Palco Vodafone.

The Rolling Stones

Ok, já está esgotado. Mas ressalve-se o poder dos Stones em pleno 2014, sendo por sua culpa que os bilhetes mais caros voaram ainda antes do festival começar. A máquina rock regressa ao país em altura turbulenta (por motivos pessoais conhecidos e sabidos relacionados com Mick Jagger) mas o espectáculo que proporcionam será, como o é quase sempre, imperdível, quanto mais não seja para poder contar aos netos que vimos os Stones, imaginando que quando tivermos netos ainda Keith Richards se ande por aí a abanar feito louco e a mostrar à canalha indie o que é ter pinta. Actuam dia 29, pelas 23h45, no Palco Mundo. Gimme Shelter, ó Deus eléctrico.

Queens of the Stone Age

Não deveria ser preciso escrever algo sobre os QotSA para levar alguém a ver QotSA. Mas se ...Like Clockwork não vos encheu as medidas no ano passado, que tal algo intitulado "Feel Good Hit Of The Summer"? Ou "Monsters In The Parasol"? Ou até mesmo "Make It Wit Chu"? Os Queens of the Stone Age, enquanto fiéis seguidores do riff e dos estados de alteração mental que este proporciona, dispensam apresentações e para gáudio dos fãs regressam pela segunda vez no espaço de um ano para voltar a apresentar os temas pelos quais muitos se apaixonaram na adolescência e não só. Tocam no Palco Mundo, sexta-feira (dia 30) pelas 20h45.

Blood Orange

Vai ser difícil apanhar um pouco da actuação da nova coqueluche do indi&b (actua pelas 20h no Palco Vodafone, no mesmo dia dos QotSa), mas pernas e cabeça permitindo lá estaremos para picar um pouco da actuação do artista anteriormente conhecido por Lightspeed Champion, que editou o bem-aclamado Cupid Deluxe enquanto Blood Orange no ano transacto. Se formos a avaliar pelos nossos feeds pessoais, Blood Orange é sinónimo de meninas bonitas encantadas com a electrónica do moço. Tudo a tirar a roupa? Assim se espera.

Octa Push

Se tivessem de escolher um único projecto português para ver neste Rock In Rio - e com o devido respeito aos Voxels, que são igualmente do cacete - nós aconselhávamos os Octa Push. Não só porque parte deles alguma da melhor música de dança dos últimos tempos (mas isso pesa, naturalmente) mas também porque Oito, disco editado o ano passado, continua a rodar bastante por estes lados. Isso e "Glimpse": este malhão tem mesmo selo Made in Portugal? Claro que sim, porque se há coisa na qual temos sido realmente bons desde o virar do milénio é na qualidade musical dos projectos que nascem seja em Lisboa, Porto, Olhão ou Ponta Delgada. Tocam na sexta-feira, pelas 22h, no Palco Eletrónica.

Arcade Fire

Já passou o choro? Os Arcade Fire podem finalmente encabeçar o dia 31 sem que qualquer noção de credibilidade seja prejudicada? Óptimo. Assim sendo, podendo é encher a frente do Palco Mundo a partir das 23h55, quando os canadianos aí subirem para apresentar as canções de Reflektor, o disco em modo-pézinho-de-dança que lançaram o ano passado. Malhas como o tema-título ou a fabulosa Afterlife marcarão obviamente presença, mas não esqueçamos que antes disso existiu uma "No Cars Go" ou uma "Rebellion (Lies)", que nos porão certamente a flutuar estejamos em que campo estivermos. E alguém duvida que vai ser mágico? Justin Timberlake Porque é um dos Deuses mais bem-vestidos e mais bem-parecidos deste terra (traduzido por miúdos: chamem-me o que quiserem, mas comia). Regressado aos discos com os dois The 20/20 Experience do ano passado, de Justin Timberlake espere-se tudo, inclusive um maravilhoso espectáculo pop. Nestas coisas não há que ter vergonha: Timberlake é dos tipos mais rock n' roll do século XXI e nem sequer precisa de guitarras. Basta-lhe "My Love". No dia 1 de Julho, pelas 23h45, no Palco Mundo.

Underground Sound of Lisbon

É um nome que deixou algumas saudades, admitamos. Pioneiros do house e techno em Portugal, os USL regressam ao activo para um live em que não faltará certamente esse hino que dá pelo nome de "So Get Up", que tantos colectivos de DJs trolls inspirou por esse Portugal fora. E caso não haja, invade-se o Palco Eletrónica e exige-se a malha em questão antes que haja pancadaria feia. Serão a melhor maneira de encerrar o festival, actuando pelas 3h. Haverá forças? E MD?

As inúmeras atracções

Rodas gigantes, concertos na rua, lojas e lojinhas... chamam-lhe "cidade do rock", ecossistema que funcionará durante cinco dias no parque da Bela Vista. Porque, muitas vezes, não é a música que move uma pessoa, mas sim o ambiente. Para conferir.

Nós

Não a operadora, mas os jornalistas desta webzine. Se virem dois gatinhos de cerveja na mão e credencial ao pescoço que diga "Bodyspace.net", não hesitem em oferecer-nos o que tiverem para dar, seja amor ou dinheiro. Fütter mein ego, já diziam os Neubauten.
Paulo Cecílio
pauloandrececilio@gmail.com

Parceiros