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Toda a música do IndieLisboa
· 09 Abr 2013 · 17:18 ·
Big Star
Este ano o IndieLisboa, Festival de Cinema Independente de Lisboa, celebra a sua 10ª edição. Como sempre, a música terá um lugar especial na agenda, através da secção específica "IndieMusic" e da programação nocturna "Indie By Night" - concertos, dj sets e festas, que este ano terão lugar no Ritz Clube. Estivemos à conversa com Carlos Ramos, um dos programadores da secção IndieMusic, que nos abriu as portas do festival.
Hollywood está mesmo a ficar sem ideias? Que ideias novas o IndieLisboa 2013 nos vai apresentar?
O IndieLisboa procurou desde a sua primeira edição defender um cinema livre, original e independente, em oposição a um cinema mais comercial, fabricado e que usa fórmulas repetidas. Dez anos depois voltamos a reforçar essa proposta inicial. A maior riqueza e novidade do festival são sempre os filmes, para nós os melhores do último ano, e que dificilmente serão vistos pelos espectadores fora do festival. Existe também uma ideia de resistência, depois do “ano zero” do cinema português, com uma forte competição nacional e um reforço da secção novíssimos, agora competitiva. No 10º aniversário do festival foram também criadas um conjunto de actividades paralelas como um conjunto de exposições em galerias e museus, denominado IndieMovingImage ou o lançamento de um livro comemorativo.
A música tem estado presente ao longo da vida do IndieLisboa, através da secção "IndieMusic" e do "Indie By Night". A música continua a ser uma característica essencial no festival?
Sim. A música continua a ter um papel fundamental na vida do festival e dos seus programadores. A programação musical está intimamente ligada aos filmes do festival, desde logo da óbvia secção IndieMusic, mas também, sempre que possível, de todas as outras secções. No Indie By Night convidamos realizadores, actores, produtores, músicos e bandas ligadas aos filmes a actuar durante as noites do festival. A música assume assim um papel essencial na ligação entre as sessões de cinema e as festas, criando uma unidade entre os dias e noites do festival.
Qual o critério que guiou a selecção dos filmes da secção "IndieMusic" deste ano? Quais os principais destaques da secção?
O critério temporal, filmes realizados nos últimos dois anos, e o critério subjectivo associado aos programadores estão sempre presentes na selecção dos filmes para o IndieMusic. Além destes dois critérios, interessa-nos mostrar filmes que, sempre que possível, fujam do clássico formato de entrevistas com músicos e/ou fãs, muito frequente em documentários de música, e apostem numa abordagem mais criativa e original. Procuramos construir uma programação equilibrada e coerente, onde existe espaço para filmes de artistas e bandas consagradas, filmes que permitam novas descobertas aos espectadores e filmes que falem sobre música. Fugindo um pouco do destaque óbvio dos filmes sobre os Rolling Stones e Paul Simon, queria destacar o filme Peaches Does Herself, feito pela própria artista canadiana, pela sua irreverência e criatividade, o filme Big Star: Nothing Can Hurt Me, pela história e homenagem a uma das bandas norte-americanas mais influentes e de maior culto, e o filme Charles Bradley: Soul of America, pela história de vida e por ser uma das maiores vozes de soul actuais, que poderá ser uma boa surpresa para muita gente. Terminar referindo uma curta-metragem de nome Kurt, que é uma misteriosa homenagem a Kurt Cobain.
Este ano o "Indie by Night" muda-se para o Ritz Clube. Porquê a mudança para este espaço? Quais os destaques do "Indie By Night"?
Depois de uma bem sucedida edição na movimentada Rua Nova do Carvalho, decidimos mudar para o mítico Ritz Clube. Pelas suas características e localização será o espaço oficial do Indie by Night deste ano, o que possibilitará concentrar todos os convidados e espectadores do festival num único espaço, permitindo criar novas dinâmicas. Destaque para dois concertos únicos e que acontecem pela primeira vez. O IndieLisboa e os Linda Martini fazem 10 anos e o festival convidou a banda para um concerto especial onde irão tocar na íntegra o seu primeiro álbum Olhos de Mongol. Por outro lado Manuel Fúria e os Náufragos, e muitos convidados, tocarão também na íntegra o álbum Mãe dos Heróis do Mar. Destaque ainda para o dj set de Peaches, depois do concerto de Linda Martini, e para o filme-concerto Trains of Thoughts "Live", onde os Sofa Surfers tocarão ao vivo a banda-sonora do filme, sobre a sua projecção, seguido de uma noite de festa com dj sets dos membros dos Sofa Surfers.
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