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Vinho tinto e rock n´ roll
· 11 Set 2012 · 22:21 ·


As Cartaxo Sessions são apenas mais um exemplo de como há vida para além da capital e da invicta. Este ano, como em 2011, a cidade ribatejana volta a acolher vários concertos de deixar água na boca e coração nas mãos, incluindo cinco estreias absolutas. A começar pela dos britânicos The Telescopes, banda de culto que, no final dos anos 80 e princípio dos 90, ajudou a pavimentar a estrada percorrida pelo shoegaze, destacando-se sobretudo o seu segundo álbum, homónimo, editado pela Creation Records, em 1992. Regressados dez anos depois e tendo encontrado novo público junto de gente como os Portishead, que os convidaram para fazer parte do cartaz por si curado do ATP em 2011, e de discípulos da fritaria como os Black Angels, os Telescopes apresentar-se-ão no Centro Cultural do Cartaxo a 21 deste mês, na companhia do guitarrista Nuno Branco (Les Baton Rouge), que fará a primeira parte com o seu novo projecto a solo, James Jacket. A 4 de Outubro, os Islandeses Dead Skeletons e os Black Leather subirão ao mesmo palco, os primeiros surfando a onda do psicadelismo - contando com Will Carruthers, ex-baixista dos Spacemen 3 no período Playing With Fire, nas suas fileiras - e os segundos emulando (mas não plagiando) o rock n´ roll como ditado pelos Velvets. A 26 do mesmo mês o Cartaxo receberá a vinda dos Franceses Underground Railroad e dos Italianos Piatcions, para uma noite também ela barulhenta: a organização recomenda tampões, nós dizemos que isso é para meninos. Mas nunca fiando. Em Novembro, mais precisamente a 23, dá-se o regresso dos shoegazers Ringo Deathstarr, que por este mesmo palco passaram em 2011, e tal como então apresentarão novo disco. Mauve sairá em Setembro pela Club AC30 e promete seguir a mesma linha de qualidade encontrada em Colour Trip, disco com que se estrearam o ano passado, se bem que quem está atento já os conhecia do EP homónimo de 2007. Virão na companhia dos Ingleses The Fauns. Finalmente, em Dezembro, o Cartaxo albergará os norte-americanos Lumerians, banda de cabeça no espaço e dedo no bom riff como o atesta o belíssimo Transmalinnia, álbum de 2011 que serviu de cartão de apresentação. A acompanhá-los: os não menos belíssimos Black Bombaim, dos quais ainda não nos cansámos por virtude de Titans (nem nunca o faremos, é uma promessa). O preço dos bilhetes para cada um destes concertos? Uns míseros 5€. Não há desculpas para não ir ver o Cartaxo a crescer.
Paulo Cecílio
pauloandrececilio@gmail.com

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