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Amigas
· 17 Mai 2011 · 19:41 ·
Após a dissolução das Destiny`s Child, e evidenciado todo o potencial de estrela da Beyoncé, era inevitável que toda a atenção mediática que se abateu sobre esta deixasse para segundo plano a Kelly Rowland (o formalismo gospel da Michelle Williams era, desde logo, um entrave ao stardom), mesmo que Ms. Kelly seja um disco bem mais equilibrado do que qualquer um da sua ex-bandmate. Tomando os dois singles mais recentes como novo paradigma nessa linha de raciocÃnio estreito, julgá-la a mais talentosa do trio nem é uma afirmação assim tão descabida.
"Motivation" não faz esquecer os mishaps com a Eurodance no rescaldo do sucesso da "When Love Takes Over", mas sempre deixa algum tipo de expectativas para que Here I Am não se restrinja à sofrÃvel realidade do R`n`B pós-David Guetta ou ao simulacro genérico dos Stargate de "Grown Woman". "Motivation" nem está dependente de uma prestação imaculada por parte da Kelly que cimente uma personalidade assim tão vincada, antes no acerto harmónico das suas partes. A rarefacção instrumental que faz daquelas gotas gélidas de sintetizador algo tão sensual no seu detachment a la "Me & U", tem réplica com um fraseado controlado que, sem chegar ao sincretismo que uma Cassie poderia atingir, consegue ter na voz da Kelly um fio condutor mais do que digno. E sem que o Lil Wayne estrague o brilhantismo da canção. Kudos pelo bom senso.
O direito de um videoclip ao seu próprio teaser é uma ideia ridÃcula (e cada vez mais habitual) que acaba por ser fidedigna do poder comercial de alguém como Beyoncé. Paradoxalmente, "Who Runs the World (Girls)" não terá, per se esse mesmo potencial, a não ser que a "Pon Di Floor" se tenha tornado num novo paradigma. O que, depois da versão da Princess Nyah e da "Ass on the Floor", seria algo inútil pela massificação abusiva de um beat sem grande interesse. Um filão gasto, com a Beyoncé em modo forceful a exaltar o girl power sem grande esforço consciente de fazer disto uma canção. VeÃculo para exageros vocais sem um único gancho que prenda no meio de tanto shout-out inconsequente, numa tentativa inusitada de fazer uma "Independent Woman pt. 3" que não chega sequer a levantar o rabo do chão.
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