RETRO MAN脥A
Teena Marie, uma bela injec莽茫o de auto-estima para a soul
路 07 Nov 2013 路 17:20 路
Para levantar a moral, portugueses e portuguesas, oi莽am Portuguese Love.


Mary Christine Brockert é um nome desconhecido no mundo da música mas as suas alcunhas – Lady Tee, Vanilla Child, Ivory Queen of Soul – a par do seu nome artístico – Teena Marie – são relativamente populares nos E.U.A.. Teena passou a adolescência a viver em Venice (L.A.), na zona de Oakwood, de predominância afro-americana, daí chamarem Harlem Venice à zona. Este facto fez desde cedo Teena mergulhar de cabeça na soul e no funk, passando primeiro pela dança mas evoluindo para o canto, onde as suas qualidades a fizeram chegar à mítica editora Motown. Teena não só cantava num grande nível como, ironia do destino, somente ouvindo-a ninguém acreditava que fosse branca.

Quando o grande Rick James a apadrinhou e apostou nela para lançar o seu primeiro disco, decidiu não a ter fotografada na capa, o que fez prolongar ainda mais a sua aura de talento “afro-americano”, ainda para mais, porque esse disco teve logo bastante sucesso. “Afro-american Teena”, um mito que só foi totalmente desmentido a olhos vistos quando Teena se tornou a primeira branca a cantar na tornée de James em 1979. Mas passando igualmente pela curiosidade de ela ser madrinha da filha de Marvin Gaye, ao sucesso mundial do sample do seu “Ooo, La, La, La” usado pelos Fugees no auge do seu sucesso, ainda à sua morte causada por um quadro que lhe caiu em cima da cabeça enquanto dormia num hotel e que lhe deixou lesões cerebrais que lhe ditaram a morte repentina uns anos depois, a maior de todas as curiosidades gira à volta do seu melhor disco, de 1981, It Must Be Magic .

Um disco que a torna uma espécie de Mini-Minnie Ripperton, com grandes melodias e performances vocais, em cima de camadas de funk, soul e disco de qualidade nada duvidosa, e que contém o mega sucesso “Portuguese Love”, que ironicamente passou ao lado do nosso rectângulo à beira-mar plantado. Um hino a um amante tuga que marcou Teena. O toque brasileiro no final do tema pode levar a teoria para os lados de algum nativo de Vera Cruz, pois português falam por lá e isso é capaz de confundir qualquer gringa bifa, não sabemos, mas, como português daqui da terrinha, apraz-me saber que a melhor publicidade às “qualidades” do lusitano não são as aventuras do CR7, muito menos as do Zezé Camarinha, ou as namoradas de putos Erasmus tugas espalhados por esse mundo fora, não: beldades internacionais, em especial norte-americanas, oiçam bem este clássico R&B cantado na 1ª pessoa pela vossa bem sexy e gira conterrânea Teena Marie. Ela é que sabe. É como nos vinhos. Os nossos são menos conhecidos, têm menos marketing mas são melhores. Pois, alegremo-nos portugueses e portuguesas, no meio de tanta crise e depressão interrompida a espaços por prémios de “destino de férias top” que alegram apenas a economia, eis finalmente algo para alegrar o coração, a mente e não só, eis que Portuguese Do It Better, diz a Teena. Obrigado Teena, paz à tua soul.





Nuno Leal
nunleal@gmail.com

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