RETRO MANÍA
Soul Trem - Brothers do país irmão
· 13 Mar 2013 · 12:47 ·
Funk you, funk me, funk everybody, funk a ideia do que é funk no Brasil.


O Brasil não é só “Báili fanki”, baile funk, esse derivativo urbano-opressivo que desceu da favela do morro para inundar as festas do Rio de Janeiro, depois do Brasil inteiro, e por aí fora. Parente do kuduro, footwork, kwaito, shangaan electro, soa familiar a tanta coisa similar no ritmo e superior na execução. É polémico dizer isto, porventura revela alguma ignorância sobre o tema, mas a verdade é que até agora, fora ouvir a cena porque se está num baile funk mesmo - assim até se compreende mas pessoalmente nunca aconteceu - fora dessa situação, não obrigado. De todos os géneros familiares que se cruzam, ironicamente, é o menos “fora”. O mais brejeiro, mais “domingo no faustão”. Se calhar porque entendemos as letras. Se calhar, mas a verdade é que no Brasil interessa muito mais o FUNK. O verdadeiro. Tingido de SOUL. A verdadeira soul com alma. Do português do Brasil “au-ma”, que um português de Portugal recebe na sua alma de braços tão abertos como o Cristo-Rei do Rio a chegar com a pontas dos dedos ao de Almada.

Na alma, o Brasil teve um “timão”. Capaz de disputar a final da copa da soul com o colosso Estados Unidos, e ganhar, tal como no futebol goleou a forte Itália na final de 70. Ao fenomenal quinteto Pelé, Tostão, Jairzinho, Rivelino e Gerson, equipara-se o não menos fenomenal quinteto Tim Maia, Cassiano, Hyldon, Toni Tornado e Di Melo. Se Tim Maia está hoje em dia a tornar-se um Pelé - uma honra merecida, cortesia de colectâneas e declarações de amor de artistas de todo o mundo – os outros são mais desconhecidos, mas merecem ser (re)descobertos. Eis uma pequena selecção youtube do verdadeiro baile funk que dá baile a muito funk gringo por aí.

Na área, o Rei Tim até toca bateria. 
 

 
 
Flanco esquerdo, Hyldon:
 

 
 
Flanco direito, o “chapadaço” Cassiano e um álbum que nunca superou:
 

 
 
Apoiando no centro, Toni Tornado, o “bléquipaua”, poderoso, o nome diz tudo, a VOZ:
 

 
 
Lá atrás, no miolo, Di Melo, o estratega, o filósofo:
 

 
 
Concluindo com analogia futebolística, o Brasil 70 também tinha uma banda de apoio: Everaldo, Clodoaldo, Piazza, Brito, Carlos Alberto, Félix. Eis Banda Black Rio:
 

 
Nuno Leal
nunleal@gmail.com

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