1-Uik Project
Café Concerto Rivoli, Porto
22 Out 2004
Uma semana. Numa semana podem-se alinhar directivas suficientes para o resto de uma vida, pode-se guardar uma quantidade de fôlego razoável para mais umas poucas semanas ou, no caso dos 1-Uik Project, para se gravar um disco. Strategies and Survival, o primeiro disco da dupla Kalaf e João Barbosa, foi pensado, concebido e concretizado no espaço de uma semana. E depois de se conseguir criar um disco numa só semana, a tarefa de passar a mensagem contida nesse mesmo disco num concerto de cerca de uma hora, não parecia tarefa complicada. Muito menos quando na frente do palco se encontra alguém como Kalaf, mestre na criação de um ambiente onde se cruzam mensagens, tendo como veiculo a música.
As mesas que habitualmente compõem a sala do Café Concerto do Rivoli, cedo se mostraram inconvenientes para o tipo de sons que emanavam do palco: uma mescla de soul, jazz, hip-hop - principalmente quando Melo D, entrava em palco - com música electrónica. Para o efeito, alinhavaram-se em palco os sons de um baixo, de uma bateria e de programações que estendiam a base para a voz de Kalaf que, ora em modo Spoken-word, ora de forma cantada, tratava de derramar as tais mensagens de esperança e união. Kalaf fez a quase habitual exaltação da tríade Pessoa, Música, Sentimento e estranhou, por várias vezes e de forma veemente, o facto de todos continuarem em pé.
Pelo simples facto de terem sido concebidas em apenas uma semana, algumas das canções dos 1-Uik Project parecem realmente resultar de uma liberdade de processos que lhes confere uma espécie de atitude camaleónica: a mistura de sons e a atitude imprevisível extravasam o próprio conteúdo das canções e isso reflecte-se especialmente em concerto. Há espaço para canções sobre o dinheiro (“Money no bolso, saúde e sucesso”), relações mediadas pela estação (“You have my telephone number, why don’t you call me for the summer”), sobre barradas na discoteca e ainda tempo para delírios frásicos como “Funk é mesmo bom, funk é mesmo bom”, “Menina feia, vem para dançar”, “O funk é sexy” e algumas graçolas animadas como: “Querem mais ou preferem ir para casa ver a telenovela das nove, que já gravaram?”. O samba deu um arzinho da sua graça e também o público, que ao levantar-se das cadeiras para dançar, deu um claro sim ao pedido de Kalaf: fazer transparecer a vibração.
As mesas que habitualmente compõem a sala do Café Concerto do Rivoli, cedo se mostraram inconvenientes para o tipo de sons que emanavam do palco: uma mescla de soul, jazz, hip-hop - principalmente quando Melo D, entrava em palco - com música electrónica. Para o efeito, alinhavaram-se em palco os sons de um baixo, de uma bateria e de programações que estendiam a base para a voz de Kalaf que, ora em modo Spoken-word, ora de forma cantada, tratava de derramar as tais mensagens de esperança e união. Kalaf fez a quase habitual exaltação da tríade Pessoa, Música, Sentimento e estranhou, por várias vezes e de forma veemente, o facto de todos continuarem em pé.
Pelo simples facto de terem sido concebidas em apenas uma semana, algumas das canções dos 1-Uik Project parecem realmente resultar de uma liberdade de processos que lhes confere uma espécie de atitude camaleónica: a mistura de sons e a atitude imprevisível extravasam o próprio conteúdo das canções e isso reflecte-se especialmente em concerto. Há espaço para canções sobre o dinheiro (“Money no bolso, saúde e sucesso”), relações mediadas pela estação (“You have my telephone number, why don’t you call me for the summer”), sobre barradas na discoteca e ainda tempo para delírios frásicos como “Funk é mesmo bom, funk é mesmo bom”, “Menina feia, vem para dançar”, “O funk é sexy” e algumas graçolas animadas como: “Querem mais ou preferem ir para casa ver a telenovela das nove, que já gravaram?”. O samba deu um arzinho da sua graça e também o público, que ao levantar-se das cadeiras para dançar, deu um claro sim ao pedido de Kalaf: fazer transparecer a vibração.
· 22 Out 2004 · 08:00 ·
André Gomesandregomes@bodyspace.net
ÚLTIMAS REPORTAGENS
ÚLTIMAS