Many Fingers / Matt Elliot
Galeria Zé dos Bois, Lisboa
10 Fev 2004
Matt Elliott, o inglês responsável pelo projecto Third Eye Foundation, esteve em Portugal para um concerto na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa. Na bagagem trouxe The Mess We Made, o seu primeiro disco em nome próprio, do ano passado, e Many Fingers (Chris Cole), um conterrâneo seu, membro dos Movietone.
Sozinho em palco, e com uma parafernália de instrumentos, Many Fingers mostrou-nos, na primeira parte do concerto, os seus temas e como estes eram construÃdos. Começando no piano (um teclado MIDI), gravando o que estava a tocar e pondo em loop, Many Fingers ia adicionando pequenos detalhes à base, construÃndo novas camadas por cima desta, ainda com o piano ou com instrumentos como uma bateria, um violoncelo e até uma flauta. Ao longo do concerto, Many Fingers ia também manipulando os sons que tinha gravado, pondo-os a tocar ao contrário, chegando até ao último dos quatro temas, em que ia fazendo barulho com um gravador de cassetes. Algo desajeitado na maneira de tocar (é óbvio que não domina nenhum dos instrumentos que tocou), Many Fingers fez uma primeira parte interessante, evitando, pela sua curta duração, cair no aborrecimento que a fórmula por ele utilizada em demasia acaba por causar.
E talvez tenha sido este o problema da actuação de Matt Elliott, que deixou acompanhar-se por Chris Cole no violoncelo. Mudou-se o protagonista e o instrumento-base, apresentando Matt Elliott os temas de The Mess We Made, disco mais virado para canções tristes. Com pianos e outros instrumentos pré-gravados, Matt Elliott foi tocando guitarra, gravando e fazendo loops, e por cima cantando, por vezes também fazendo loops com a sua própria voz. Mesmo sendo as canções bonitas, para quem não as conhece acabam por tornar-se aborrecidas ao vivo, e o que tinha resultado na primeira parte não resultou tão bem na segunda - também devido a problemas de som que já se tinham evidenciado na primeira metade do concerto. Ainda assim, houve momentos de extrema beleza, e até uma parte final a fazer lembrar as batidas drum'n'bass de Third Eye Foundation, mesmo que controladas por Chris Cole, que acabou num final barulhento.
Há beleza na música de Many Fingers. Há beleza na música de Matt Elliott. Se a música destes fosse desenvolvida para o palco, se dominassem os instrumentos que tocam ao vivo e variassem um pouco, as actuações poderiam ser mais do que apenas "boas" ou "interessantes".
Sozinho em palco, e com uma parafernália de instrumentos, Many Fingers mostrou-nos, na primeira parte do concerto, os seus temas e como estes eram construÃdos. Começando no piano (um teclado MIDI), gravando o que estava a tocar e pondo em loop, Many Fingers ia adicionando pequenos detalhes à base, construÃndo novas camadas por cima desta, ainda com o piano ou com instrumentos como uma bateria, um violoncelo e até uma flauta. Ao longo do concerto, Many Fingers ia também manipulando os sons que tinha gravado, pondo-os a tocar ao contrário, chegando até ao último dos quatro temas, em que ia fazendo barulho com um gravador de cassetes. Algo desajeitado na maneira de tocar (é óbvio que não domina nenhum dos instrumentos que tocou), Many Fingers fez uma primeira parte interessante, evitando, pela sua curta duração, cair no aborrecimento que a fórmula por ele utilizada em demasia acaba por causar.
E talvez tenha sido este o problema da actuação de Matt Elliott, que deixou acompanhar-se por Chris Cole no violoncelo. Mudou-se o protagonista e o instrumento-base, apresentando Matt Elliott os temas de The Mess We Made, disco mais virado para canções tristes. Com pianos e outros instrumentos pré-gravados, Matt Elliott foi tocando guitarra, gravando e fazendo loops, e por cima cantando, por vezes também fazendo loops com a sua própria voz. Mesmo sendo as canções bonitas, para quem não as conhece acabam por tornar-se aborrecidas ao vivo, e o que tinha resultado na primeira parte não resultou tão bem na segunda - também devido a problemas de som que já se tinham evidenciado na primeira metade do concerto. Ainda assim, houve momentos de extrema beleza, e até uma parte final a fazer lembrar as batidas drum'n'bass de Third Eye Foundation, mesmo que controladas por Chris Cole, que acabou num final barulhento.
Há beleza na música de Many Fingers. Há beleza na música de Matt Elliott. Se a música destes fosse desenvolvida para o palco, se dominassem os instrumentos que tocam ao vivo e variassem um pouco, as actuações poderiam ser mais do que apenas "boas" ou "interessantes".
· 10 Fev 2004 · 08:00 ·
Rodrigo Nogueirarodrigo.nogueira@bodyspace.net
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