Smog
Clube Lua, Lisboa
26 Set 2005
A River Ain't too Much to Love era a raz�o. O Clube Lua era o espa�o. Rios e �gua nas can��es, calor humana que leva a suor nas pessoas, tudo num clube � beira-rio. Coincid�ncia? Talvez. Em A River Ain't too Much to Love h� can��es como s� Bill Callahan sabe escrever e interpretar. N�o h� muitos outros elementos para al�m da sua guitarra e a sua voz, apenas uma bateria aqui e ali, uma harm�nica, um violino e o piano de Joanna Newsom num tema. Joanna Newsom �, ali�s, a sua namorada.
Tendo lan�ado Milk-Eyed Mender no ano passado, Joanna Newsom � dona de uma voz peculiar, de crian�a de 10 anos. N�o � como a voz de crian�a de Moe Tucker, a baterista dos Velvet Underground que de vez em quando saltava para a frente do microfone e falava. � estridente e estranha � para muita e boa gente � mesmo irritante. Veio pela segunda vez a Portugal, depois de ter vindo a solo ao Lux em Abril, desta feita para acompanhar o seu namorado no piano (era um teclado, mas funcionava como piano e Joanna Newsom �, ali�s, teclista da banda de rock The Pleased). Mas n�o tinha microfone, pelo que n�o cantou. Daria uma mescla bizarra, juntar a sua voz aguda e estridente � voz grave e vivida de Callahan, mas isso n�o aconteceu. Nem sequer mostrou as suas orelhas, cobertas pelo seu cabelo, que s�o uma das suas imagens de marca. Parecem orelhas de elfo.
Por pouco mais de uma hora, Bill Callahan foi tocando as can��es de A River Ain't too Much to Love na �ntegra, da parte dele iguais ao disco, mas com elementos novos vindo do piano de Joanna e da bateria, das percuss�es ou da mel�dica. Como n�o tem por h�bito recordar o passado, este n�o foi muito recordado, apenas nos dois encores que deu, ap�s muitas palmas das v�rias pessoas que se juntaram para v�-lo.
A guitarra � sempre ac�stica, mas �s vezes desenvolve uma massa s�nica de som que, aliada � bateria e a devaneios do piano, nos transportam para um qualquer outro s�tio. Nem o zumbido irritante dos amplificadores que teimava em n�o para estragou isso. O baterista era forte e de f�sico intimidador, e as suas brincadeiras barulhentas nem sempre foram bem-vindas. Bill Callahan mantinha-se parado, sempre com a mesma express�o ap�tica, a cantar as suas can��es e a tocar guitarra. Joanna olhava para todos os lados, com uma graciosidade muito pr�pria, e sorria, algo que Callahan nunca chegou a fazer (talvez tenha feito, ou pelo menos pareceu que sim).
S�o bonitas can��es, de algu�m que sabe e conta hist�rias, mas para contador de hist�rias, Bill Callahan n�o tem muitas palavras. A sua interac��o com o p�blico foi m�nima, limitando-se a um "thank you" ou a dizer que s� faltava uma can��o no final. � tamb�m assim com os jornalistas, boicotando entrevistas e obrigando os entrevistadores a descart�-las.
Uma hora e meia, mais ou menos, ao todo, acabou por soar a pouco. Mas com o calor humano da sala e o tal zumbido isso n�o foi assim t�o mau. Podia ter sido melhor, algu�m at� afirmou que a banda estava pouco ensaiada, havendo alguns excessos no piano e na percuss�o, mas com can��es daquelas pouco pode correr assim t�o mal. S�o imperme�veis a maus elementos. E, ali � beira-rio, descobrimos que algu�m que acha que um rio n�o � demasiado para amar tamb�m n�o � demasiado para amar.
Tendo lan�ado Milk-Eyed Mender no ano passado, Joanna Newsom � dona de uma voz peculiar, de crian�a de 10 anos. N�o � como a voz de crian�a de Moe Tucker, a baterista dos Velvet Underground que de vez em quando saltava para a frente do microfone e falava. � estridente e estranha � para muita e boa gente � mesmo irritante. Veio pela segunda vez a Portugal, depois de ter vindo a solo ao Lux em Abril, desta feita para acompanhar o seu namorado no piano (era um teclado, mas funcionava como piano e Joanna Newsom �, ali�s, teclista da banda de rock The Pleased). Mas n�o tinha microfone, pelo que n�o cantou. Daria uma mescla bizarra, juntar a sua voz aguda e estridente � voz grave e vivida de Callahan, mas isso n�o aconteceu. Nem sequer mostrou as suas orelhas, cobertas pelo seu cabelo, que s�o uma das suas imagens de marca. Parecem orelhas de elfo.
Por pouco mais de uma hora, Bill Callahan foi tocando as can��es de A River Ain't too Much to Love na �ntegra, da parte dele iguais ao disco, mas com elementos novos vindo do piano de Joanna e da bateria, das percuss�es ou da mel�dica. Como n�o tem por h�bito recordar o passado, este n�o foi muito recordado, apenas nos dois encores que deu, ap�s muitas palmas das v�rias pessoas que se juntaram para v�-lo.
A guitarra � sempre ac�stica, mas �s vezes desenvolve uma massa s�nica de som que, aliada � bateria e a devaneios do piano, nos transportam para um qualquer outro s�tio. Nem o zumbido irritante dos amplificadores que teimava em n�o para estragou isso. O baterista era forte e de f�sico intimidador, e as suas brincadeiras barulhentas nem sempre foram bem-vindas. Bill Callahan mantinha-se parado, sempre com a mesma express�o ap�tica, a cantar as suas can��es e a tocar guitarra. Joanna olhava para todos os lados, com uma graciosidade muito pr�pria, e sorria, algo que Callahan nunca chegou a fazer (talvez tenha feito, ou pelo menos pareceu que sim).
S�o bonitas can��es, de algu�m que sabe e conta hist�rias, mas para contador de hist�rias, Bill Callahan n�o tem muitas palavras. A sua interac��o com o p�blico foi m�nima, limitando-se a um "thank you" ou a dizer que s� faltava uma can��o no final. � tamb�m assim com os jornalistas, boicotando entrevistas e obrigando os entrevistadores a descart�-las.
Uma hora e meia, mais ou menos, ao todo, acabou por soar a pouco. Mas com o calor humano da sala e o tal zumbido isso n�o foi assim t�o mau. Podia ter sido melhor, algu�m at� afirmou que a banda estava pouco ensaiada, havendo alguns excessos no piano e na percuss�o, mas com can��es daquelas pouco pode correr assim t�o mal. S�o imperme�veis a maus elementos. E, ali � beira-rio, descobrimos que algu�m que acha que um rio n�o � demasiado para amar tamb�m n�o � demasiado para amar.
· 26 Set 2005 · 08:00 ·
Rodrigo Nogueirarodrigo.nogueira@bodyspace.net
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