Mogwai
Paradise Garage, Lisboa
05 Fev 2004
O barulho foi inventado na Grã-Bretanha. Duvidam? Pure white fucking noise, com nomes como The Jesus & Mary Chain, My Bloody Valentine e agora Mogwai a virem desses lados. Estes últimos apresentaram-se em Lisboa ontem, numa noite que certamente destruiu os ouvidos de muitos que lá estavam. A um Paradise Garage cheio, os Mogwai apresentaram canções tristes para pessoas muito felizes. "Music is bigger than words and wider than pictures", dizia uma voz feminina no disco de estreia dos escoceses. A música dos Mogwai é, certamente, maior do que a própria vida.
Malcolm Middleton, dos Arab Strap, na primeira parte, não aqueceu nem arrefeceu, visivelmente irritado com o facto de ninguém perceber o seu carregado sotaque escocês, e de ninguém prestar atenção à sua música.
Abrindo com "Mogwai Fear Satan", um verdadeiro hino que leva sempre o público ao rubro, os Mogwai lançaram logo aí um dos seus grandes trunfos. Começar com um tema tão forte e marcante terá sido o calcanhar de Aquiles de um concerto que, apesar de verdadeiramente belíssimo, boa parte do tempo não conseguiu manter o alto padrão imposto por esta abertura tão pungente.
Apesar disto, e ao longo de dez temas e dois extra de encore, os Mogwai encantaram muitos daqueles que haviam acorrido em massa para vê-los. Das partes calmas às partes barulhentas, Stuart Braithwaite (careca, com bigode, parecendo mexicano) y sus muchachos estiveram bem, estiveram muito bem. Barry Burns, munido de uma guitarra, um vocoder, um teclado, um Fender Rhodes e uma t-shirt dos ...And You Will Know Us By The Trail Of Dead, apesar de alguns problemas técnicos, mostrou-se o membro mais versátil da banda. O som estava altíssimo, e, no final do encore, em "My Father, My King", do EP homónimo, Stuart Braithwaite e o baterista deram-nos barulho, com gritos, batidas demoníacas e feedback, feedback este que durou até depois de os escoceses abandonarem o palco, levando muitas pessoas a tapar os ouvidos.
"Blur are Shite", dizia o merchadising dos Mogwai há uns tempos. A verdade é que se ouviram temas da banda de Colchester antes e depois do concerto, facto que estranhamente parece não ter irritado os Mogwai, que nos deram um bom concerto. Ontem à noite, no Paradise Garage, com guitarras (por vezes de 12 cordas), baixo, bateria, teclados e laptops, os Mogwai mostraram-nos que o barulho pode ser bonito. Muito bonito. Mas podia ter sido muito mais...
Malcolm Middleton, dos Arab Strap, na primeira parte, não aqueceu nem arrefeceu, visivelmente irritado com o facto de ninguém perceber o seu carregado sotaque escocês, e de ninguém prestar atenção à sua música.
Abrindo com "Mogwai Fear Satan", um verdadeiro hino que leva sempre o público ao rubro, os Mogwai lançaram logo aí um dos seus grandes trunfos. Começar com um tema tão forte e marcante terá sido o calcanhar de Aquiles de um concerto que, apesar de verdadeiramente belíssimo, boa parte do tempo não conseguiu manter o alto padrão imposto por esta abertura tão pungente.
Apesar disto, e ao longo de dez temas e dois extra de encore, os Mogwai encantaram muitos daqueles que haviam acorrido em massa para vê-los. Das partes calmas às partes barulhentas, Stuart Braithwaite (careca, com bigode, parecendo mexicano) y sus muchachos estiveram bem, estiveram muito bem. Barry Burns, munido de uma guitarra, um vocoder, um teclado, um Fender Rhodes e uma t-shirt dos ...And You Will Know Us By The Trail Of Dead, apesar de alguns problemas técnicos, mostrou-se o membro mais versátil da banda. O som estava altíssimo, e, no final do encore, em "My Father, My King", do EP homónimo, Stuart Braithwaite e o baterista deram-nos barulho, com gritos, batidas demoníacas e feedback, feedback este que durou até depois de os escoceses abandonarem o palco, levando muitas pessoas a tapar os ouvidos.
"Blur are Shite", dizia o merchadising dos Mogwai há uns tempos. A verdade é que se ouviram temas da banda de Colchester antes e depois do concerto, facto que estranhamente parece não ter irritado os Mogwai, que nos deram um bom concerto. Ontem à noite, no Paradise Garage, com guitarras (por vezes de 12 cordas), baixo, bateria, teclados e laptops, os Mogwai mostraram-nos que o barulho pode ser bonito. Muito bonito. Mas podia ter sido muito mais...
· 05 Fev 2004 · 08:00 ·
Rodrigo Nogueirarodrigo.nogueira@bodyspace.net
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