Sufjan Stevens / DM Stith
Coliseu do Porto, Porto
30 Mai 2011
O mundo anda a precisar de mais imaginação. De mais magia. De abstrair-se de ratings, de crises inventadas por poucos e sentidas por muitos, de tragédias e merdas que tais. Anda tudo a precisar de foder mais, basicamente. Daí que qualquer hipótese de escape seja bem-vinda e agarrada com ambos os braços. Ainda que o Coliseu do Porto estivesse muito longe de estar composto para receber Sufjan Stevens, a ideia que fica é que quem ali foi foi em parte para beber da fantasia que o norte-americano permite e, durante mais de duas horas, fugir daqui para fora. A alternativa seria fugir para dentro de um bunker e esperar o toque da corneta quando tudo tiver passado.
Sufjan Stevens avisou desde o início: que iria ser o entertainer da noite. Chegou de longas asas nas costas e, com mais 10 músicos em palco, começou a construir a sua narrativa que se faz sobretudo de Age of Adz mas também de outros capítulos da sua já longa discografia. Em palco, Sufjan Stevens, ajudado por projecções arrojadas e props de todo o tipo e feitio, transpõe para palco aquilo com que muitos apenas podem sonhar. Age of Adz é um registo propício a esse tipo de extravagâncias: é um disco meio alienígena, embora não surpreendente considerando trabalhos anteriores de Sufjan Stevens. E ao vivo assenta que nem uma luva. Ainda assim, “Seven Swans”, logo no princípio da aventura, assumiu-se como um momento de feliz retrospectiva.
A partir daí assistiu-se basicamente a uma muito feliz exploração dos encantos de Age of Adz em todo o seu surrealismo. Muita electrónica bizarra, arranjos certeiros, canções muitos distintas entre si e com muitos e bons argumentos. O tempo foi passando sem dificuldade alguma e foi com a épica “Impossible Soul” que tudo ganhou contornos ainda mais megalómanos. Por estas alturas já todo o mundo estava rendido mas o concerto havia ainda de passar a barreira das duas horas – sem sinais de cansaço ou enfartamento do público.
O encore arrancou e bem com “Concerning The UFO Sighting Near Highland, Illinois”. Prosseguiu tão bem ou melhor com "John Wayne Gacy Jr" – e soube muito bem ir para longe da esquizofrenia de Age of Adz por alguns tempos. E depois vieram os balões com “Chicago”, fechando com chave de ouro um concerto memorável que patrocinou o encontro da pop com mundos de criatividade mais ou menos distintos mas de bom gosto invejável. Na primeira parte assistiu-se ao que pareceu uma simpática actuação de DM Stith, mas para confirmar isso teria sido necessário que esta equipa tivesse chegado ao Coliseu do Porto a tempo e horas.
© Angela Costa |
Sufjan Stevens avisou desde o início: que iria ser o entertainer da noite. Chegou de longas asas nas costas e, com mais 10 músicos em palco, começou a construir a sua narrativa que se faz sobretudo de Age of Adz mas também de outros capítulos da sua já longa discografia. Em palco, Sufjan Stevens, ajudado por projecções arrojadas e props de todo o tipo e feitio, transpõe para palco aquilo com que muitos apenas podem sonhar. Age of Adz é um registo propício a esse tipo de extravagâncias: é um disco meio alienígena, embora não surpreendente considerando trabalhos anteriores de Sufjan Stevens. E ao vivo assenta que nem uma luva. Ainda assim, “Seven Swans”, logo no princípio da aventura, assumiu-se como um momento de feliz retrospectiva.
© Angela Costa |
A partir daí assistiu-se basicamente a uma muito feliz exploração dos encantos de Age of Adz em todo o seu surrealismo. Muita electrónica bizarra, arranjos certeiros, canções muitos distintas entre si e com muitos e bons argumentos. O tempo foi passando sem dificuldade alguma e foi com a épica “Impossible Soul” que tudo ganhou contornos ainda mais megalómanos. Por estas alturas já todo o mundo estava rendido mas o concerto havia ainda de passar a barreira das duas horas – sem sinais de cansaço ou enfartamento do público.
© Angela Costa |
O encore arrancou e bem com “Concerning The UFO Sighting Near Highland, Illinois”. Prosseguiu tão bem ou melhor com "John Wayne Gacy Jr" – e soube muito bem ir para longe da esquizofrenia de Age of Adz por alguns tempos. E depois vieram os balões com “Chicago”, fechando com chave de ouro um concerto memorável que patrocinou o encontro da pop com mundos de criatividade mais ou menos distintos mas de bom gosto invejável. Na primeira parte assistiu-se ao que pareceu uma simpática actuação de DM Stith, mas para confirmar isso teria sido necessário que esta equipa tivesse chegado ao Coliseu do Porto a tempo e horas.
· 04 Jun 2011 · 13:55 ·
André Gomesandregomes@bodyspace.net
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