Mayra Andrade
Casa da Música, Porto
02 Mar 2008
A sala encheu-se para assistir à ascensão óbvia de uma grande voz. Mayra Andrade ganhou um espaço próprio nos últimos tempos e com razão. A sua voz é quente, as canções de Navega (o disco de estreia) são, na maioria, deliciosas, os músicos que a acompanham são de grande qualidade. No concerto na Casa da Música ainda se ficou a saber algo que nem todos sabiam (e que muitos desejavam ou ansiavam): que Mayra Andrade tem uma presença em palco invejável para além da sua evidente e espantosa beleza. Mayra Andrade, a partir de agora e cada vez mais, corre o sério risco de andar na boca de muita boa gente. Por boas razões. A sua tenra idade faz com que seja possível prever-lhe um grande futuro.
“Dimokransa” abriu o concerto e bem com movimentos atractivos, paisagens de cores e cheiros distantes. Confirmou-se imediatamente que a voz de Mayra enche a sala e que a banda que a acompanha, na percussão e nas guitarras especialmente, são um porto seguro para as suas canções. “Lapidu na Bo”, “Tunuka” e “Lua”, enérgicas e melífluas, foram alguns dos episódios que marcaram especialmente a noite. Entre as canções, Mayra Andrade ia contando histórias, sempre com bom humor e à-vontade. A sua naturalidade conseguiu arrancar ao público palmas e cantoria: em “Comme S’il en Pleuvait”, sensualíssima e melódica, doce no seu francês e no seu balanço.
A versatilidade de Mayra ficou provada na forma como cantou fado (com Lisboa em mente); a flexibilidade da sua voz ficou patente na forma como foi acrescentado às canções de Navega tonalidades que lá não estavam; a qualidade mundial da sua música ficou provada na forma como foi saltando de país em país, o Brasil, Cuba, Cabo Verde, Portugal. Com a sapiência imprópria para sua idade, Mayra soube agarrar o público, as canções, o concerto, o território e os universos musicais que movimenta; deu ao público aquilo que este queria: uma viagem por parte bela do mundo, guiada por uma voz que ameaça seriamente ficar.
“Dimokransa” abriu o concerto e bem com movimentos atractivos, paisagens de cores e cheiros distantes. Confirmou-se imediatamente que a voz de Mayra enche a sala e que a banda que a acompanha, na percussão e nas guitarras especialmente, são um porto seguro para as suas canções. “Lapidu na Bo”, “Tunuka” e “Lua”, enérgicas e melífluas, foram alguns dos episódios que marcaram especialmente a noite. Entre as canções, Mayra Andrade ia contando histórias, sempre com bom humor e à-vontade. A sua naturalidade conseguiu arrancar ao público palmas e cantoria: em “Comme S’il en Pleuvait”, sensualíssima e melódica, doce no seu francês e no seu balanço.
A versatilidade de Mayra ficou provada na forma como cantou fado (com Lisboa em mente); a flexibilidade da sua voz ficou patente na forma como foi acrescentado às canções de Navega tonalidades que lá não estavam; a qualidade mundial da sua música ficou provada na forma como foi saltando de país em país, o Brasil, Cuba, Cabo Verde, Portugal. Com a sapiência imprópria para sua idade, Mayra soube agarrar o público, as canções, o concerto, o território e os universos musicais que movimenta; deu ao público aquilo que este queria: uma viagem por parte bela do mundo, guiada por uma voz que ameaça seriamente ficar.
· 02 Mar 2008 · 08:00 ·
André Gomesandregomes@bodyspace.net
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