ENTREVISTAS
Plastic Flowers
The Flowers of Romance
· 28 Fev 2013 · 22:25 ·
Vamos pelas alcunhas Facebookianas: G e Angel são os Plastic Flowers. Começaram por ser um projecto a solo do primeiro, decidiram que estas coisas da música, tal qual o sexo, é mais divertido se for a dois, e ainda convidaram um outro para as apresentações ao vivo (ui). À parte as piadolas sexuais estas flores emanam perfume; para já na forma de três EPs (Meltdown, Natural Conspiracy e Aftermath, todos eles disponíveis para download gratuito aqui), brevemente em forma de longa-duração. Irão estar por Portugal numa mini-tour do sul ao norte do país, estando igualmente prevista uma passagem pelos EUA e pelo prestigiado SXSW, mas antes disso Georgios (oh, lá se foi o pseudo-anonimato) acedeu a responder a algumas das nossas perguntas, para que os possamos conhecer melhor. O resultado é este que se segue.
Quem são, de onde vêm, para onde vão?

Somos os Plastic Flowers, um duo dream pop de Salónica, na Grécia, e estamos prestes a iniciar a nossa primeira tour internacional. Não só isso como vamos tocar na edição de 2013 do SXSW.

Porquê o nome "Plastic Flowers"? É um bocado incoerente, porque a vossa música é muito humana e calorosa, por oposição às flores de plástico, que são em última instância algo falso...

Eu gostei, quando decidi dar nome à banda. Tem para mim um grande valor sentimental, além de que é influenciado por três coisas: a "Fake Plastic Trees" dos Radiohead, a Plastic Ono Band do John Lennon e, claro, a famosa canção dos The Wake.



Para já editaram três registos: Meltdown, Natural Conspiracy e Aftermath. Querem descrever como foi o vosso processo criativo para cada qual? Acham que chegaram àquele ponto em que, enquanto banda, encontraram o vosso som?

Ainda não o encontrámos, mas estamos a esforçar-nos... cada EP tem a sua própria história criativa, e o processo de gravação é-nos sempre sagrado. Os primeiros dois lançamentos são algo de inteiramente diferente, porque os Plastic Flowers costumavam ser um projecto a solo. A maior parte das gravações deu-se na minha casa com a participação de alguns amigos, que tocaram saxofone, violinos e bateria. O Aftermath é o nosso EP mais recente e trabalhámos maioritariamente enquanto duo ao gravá-lo.

Até agora tudo o que lançaram tem estado disponível para download directo do vosso Bandcamp. Como é que a Internet vos tem auxiliado? Qual é a vossa posição no que toca à pirataria e ao estado actual da indústria musical?

Tudo devia ser gratuito... graças a Deus que existe a Internet. Sem a ajuda do Bandcamp e de outros websites de música não seríamos capazes de partilhar a nossa música de forma tão fácil. Os ficheiros digitais são para todos, mas os fãs podem também comprar edições físicas (aquilo que interessa). Adoramos cassetes e discos de vinil.

Estão prestes a entrar em tour - irão percorrer Portugal, os EUA e o Reino Unido. Que expectativas guardam? Sendo alguém que ainda não vos viu ao vivo, que truques utilizam para que as vossas canções soem tão bem nesse contexto como nas gravações?

Estamos bastante felizes de poder ir aos EUA pela primeira vez. É uma enorme oportunidade e as coisas têm corrido muito depressa. Mal podemos esperar por chegar lá! A maioria das canções são retrabalhadas nos nossos concertos, porque detestamos coisas pré-gravadas e samples ao vivo. Poderia facilmente soar como num karaoke, mas não gostamos assim... Deviam vir ver! Creio que os nossos concertos ao vivo são muito mais "enérgicos" que as nossas gravações.



Que se segue ao Aftermath? Já existem planos para um disco?

Para já estamos a gravar o nosso álbum de estreia, intitulado Ghosts. Iremos lançá-lo, provavelmente, a seguir ao verão.

Sendo que vêm da Grécia é difícil não perguntar: como têm sobrevivido à crise económica? Como é que esta afectou os músicos gregos, especialmente aqueles que vêm dos círculos independentes/alternativos?

As coisas na Grécia já eram difíceis antes da crise económica, por isso a situação não se alterou muito... aquilo que há de bom é que os músicos com talento estão a esforçar-se ainda mais e a conseguir fazer algo. A má notícia é que o lixo ainda chega à superfície, se é que me entendes... afinal, é isso que a história nos ensina.

Isto não é uma oitava questão. Querem dizer algo a quem quer que esteja a ler?

Obrigado a todos pelo apoio... esperamos ver-vos nos nossos concertos por aí, é fantástico que a tour comece em Portugal. Adoramos o vosso país e o vosso povo. P.S.: o Diogo Soares Silva é o maior!
Paulo Cecílio
pauloandrececilio@gmail.com

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